Antonio Piñero analisa com visão científica a morte de Jesus na cruz

Historiador questiona vida e morte de Cristo em livro

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:13

O catedrático de Filologia Grega da UCM, Antonio Piñero, publicou recente livro que visa esclarecer o mito e a história da morte de Jesus.

Em seu livro ele aponta questões como a idade de Jesus quando foi crucificado, o dia que ele morreu, entre outros assuntos.

Conforme publicado no EFE, apesar de sempre ter se aceitado que Jesus foi crucificado com 33 anos, historicamente se sabe que não é assim. O primeiro paradoxo se estabelece no fato de que Jesus Cristo nasceu, curiosamente, no ano 6 anterior a sua própria era, já que Herodes, o Grande - rei da Judeia durante o nascimento de Cristo - morreu em 4 a.C. 
Por outro lado, Pôncio Pilatos, que ordenou sua execução, era governador regional da Judeia entre 29 d.C. e 37 d.C., anos nos quais a única sexta-feira de Páscoa com lua cheia foi a do dia 7 de abril do ano 30 - por isso que ele teria morrido com 36 anos - ou 7 de abril do ano 33 - com 39. “Em qualquer caso, um homem nessa idade era maduro, com 40 anos já era um avô", explica Cabrera, por isso que é preciso desprezar o aspecto juvenil de Jesus que mostra a iconografia cristã. 

O autor questiona também o dia da morte de Jesus, A festividade da morte de Jesus Cristo é desde sempre a Sexta-Feira Santa, mas Piñero discorda. "É mais provável que Jesus tenha sido crucificado na quinta-feira, pela simples razão de que se foi crucificado às 3 da tarde da sexta-feira, teria morrido já no final da tarde. Isso para os judeus é o novo dia, ou seja, sábado (Shabbat), dia de descanso, no qual não se pode realizar uma crucificação", argumenta Piñero. 

Outro ponto ressaltado é o motivo da condenação de Jesus a crucificação. "A versão tradicional (a dos Evangelhos) consiste em eliminar de toda culpabilidade Roma por esta morte e tachá-la a problemas internos e religiosos dentro do Judaísmo", assegura Piñero em seu livro. Mas há outra versão que "entende que Jesus foi condenado à morte pelos romanos como pretendente messiânico, como indivíduo politicamente perigoso ao se proclamar messias-rei, pois poderia provocar imediatamente um motim contra as forças de ocupação romanas". 
[Historiadores não pretendem demonstrar a ressurreição de Jesus Cristo por considerá-la uma questão de fé] Historiadores não pretendem demonstrar a ressurreição de Jesus Cristo por considerá-la uma questão de fé "Era um homem muito perigoso para muita gente", explica Cabrera. "Tanto o julgamento do Sinédrio como a condenação do próprio Pilatos pularam todas as leis tanto judias quanto romanas", acrescenta Cabrera. 


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