‘Elio’, novo filme da Pixar, registrou a pior bilheteria de estreia da história do estúdio. O fraco desempenho ocorreu após críticas às mudanças no roteiro original, que incluía sugestões de que o protagonista seria um personagem queer. Porém, após ser reformulado para remover essas referências e apresentar um enredo mais alinhado a princípios familiares, o longa ainda teve baixa arrecadação e foi alvo de críticas.
Inicialmente, Elio, um garoto de 11 anos, seria originalmente baseado no diretor original do filme, Adrian Molina, um homem assumidamente gay. O filme pretendia representar a orientação queer de Elio “por meio de pôsteres de paixões masculinas em seu quarto e seu grande interesse por moda”.
No entanto, após exibições-testes, em 2023, a Pixar decidiu suavizar esses aspectos, o que levou à saída de Molina e da atriz America Ferrera, que dublaria a mãe do protagonista. O projeto passou por reformulações e ficou a cargo de Madeline Sharafian e Domee Shi.
O Movieguide — um guia de filmes e entretenimento para famílias — fez uma avaliação positiva do novo roteiro de Elio, elogiando seu enredo “envolvente”:
“O filme aborda uma forte carga de temas morais e redentores, como gentileza, laços familiares, amor e sacrifício, além de morte, batismo e ressurreição alegóricos. No entanto, Elio apresenta diversas cenas de violência que podem ser assustadoras para um público mais jovem. Além disso, o filme resolve a questão de ‘estamos sozinhos’ com alienígenas; enquanto Jesus Cristo, Deus e Criador, a solucionou com sua encarnação”.
Críticas
Porém, a decisão de remover os elementos queer desagradou parte da equipe da Pixar.
“De repente, você tira esse elemento-chave, que gira em torno da identidade, e Elio se torna nada. O Elio que está nos cinemas agora é muito pior do que a melhor versão original de Adrian [Molina]. Elio era tão adorável, tão engraçado e tinha tanta personalidade, que agora ele me parece muito mais genérico”, disseram ex-artistas da Pixar ao The Hollywood Reporter.
Enquanto isso, o portal Crosswalk relatou que um grupo de funcionários gays da Pixar, conhecido como "Pix Pride", atribui o baixo desempenho de bilheteria do filme a mudanças no enredo que desmascararam seus temas gays subjacentes.
“Ficou bem claro durante a produção da primeira versão do filme que [os líderes do estúdio] estavam constantemente minimizando esses momentos do filme que faziam alusão à sexualidade queer de Elio”, disse um funcionário da Pixar.
Lançado em junho, a animação arrecadou apenas 21 milhões de dólares nos Estados Unidos. Com um orçamento de 150 milhões, o filme somou apenas 35 milhões mundialmente no primeiro fim de semana.
Nova versão do filme
Elio acompanha a jornada de um menino tímido e solitário que sonha em ser abduzido — e acaba tendo seu desejo realizado. A bordo de uma nave espacial, ele finalmente sente que pertence a algum lugar. No entanto, essa nova sensação de acolhimento é abalada quando um guerreiro alienígena implacável ameaça destruir não apenas aquela sociedade intergaláctica, mas também a Terra.
O longa tem recebido muitos elogios. De acordo com o censo CinemaScore — que mede a aprovação de filmes com base no parecer de espectadores comuns — a nota do público é um A, equivalente a um 9 de 10. Já o site Rotten Tomatoes calcula que 85% dos críticos consideram a trama positiva.
Por fim, ainda não se sabe se a Pixar e a Disney planejam prosseguir com uma sequência para Elio.
Assista ao trailer:
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