O mais novo sucesso de bilheteria cristão “Som da Liberdade” está ultrapassando recordes. No Brasil, o filme estreou na última quinta-feira (21) na primeira colocação, atingindo mais de 200 mil espectadores até agora.
Segundo o site oficial, até agora mais de 22 milhões de pessoas já assistiram ao filme nos cinemas dos países onde estreou, o que supera em 1115% a meta colocada pelos produtores, que era de 2 milhões.
O longa conta a história real de Tim Ballard, um ex-agente federal dos Estados Unidos que largou a carreira para se dedicar ao resgate de crianças sequestradas pelo tráfico sexual.
Jim Caviezel, o ator cristão que interpretou Jesus em "A Paixão de Cristo", atua no papel de Tim, que combate crimes infantis há 12 anos e está começando a perder a esperança, até que resgata um menino traficado de 7 anos.
O garoto pede a Tim que também salve sua irmã, que foi sequestrada junto com ele por traficantes. Assim, começa a missão de vida do agente: resgatar crianças do tráfico sexual pelo mundo.
O diretor de “Som da Liberdade”, Alejandro Monteverde, e alguns integrantes da produção estiveram no Brasil para divulgar o filme cristão e participar das pré-estreias no Rio e em São Paulo, na última semana.
Cenas do filme
Em entrevista ao Guiame, Alejandro falou que se sentiu chamado para levar a história à tela do cinema e promover a discussão sobre o problema do tráfico sexual infantil.
“Quando eu estava escrevendo o roteiro, eu não pensei que isso fosse uma realidade. Então, eu estava explorando esse universo para entender se de fato essa escuridão é mesmo real, e quando eu conheci algumas das vítimas reais, eu senti que era só a ponta do iceberg. A escuridão, na verdade, é muito maior do que o filme revela”, disse ele.
Alejandro Monteverde. (Foto: Paulo Tauil)
Alejandro revelou que a cena que mais o impactou é quando o pai vê que os dois filhos, que foram traficados, estão de volta.
“Apesar de eu ter filmando essa cena, toda vez que eu assisto, eu me emociono. É uma cena simples, o pai olhando seus filhos. É algo que todos os pais experimentam todos os dias, mas a maioria de nós não tem os seus filhos tirados”, contou ele.
Na sala do cinema, o reencontro da família emocionou o público. As pessoas choravam e a trilha sonora demonstrou muita emoção nessa cena, que faz lembrar o amor de Deus pela humanidade.
O personagem Vampiro, interpretado pelo ator Bill Camp, também chamou atenção no filme. Em uma das cenas, ele explica que desistiu do suicídio para salvar crianças do tráfico sexual: “Quando Deus te fala o que fazer, você não pode hesitar”.
Na produção, os personagens observam que “as pessoas comuns não querem saber [sobre o tráfico infantil] porque é feio demais para uma conversa civilizada”.
Jim Caviezel, que interpreta Tim, informou que “uma criança de cinco anos é vendida 10 vezes ao dia por muitos anos. Existe muitos humanos em escravidão e milhões são crianças”.
A luta de Tim lembra a passagem bíblica em Lucas 15, onde narra a história da ovelha perdida, apesar de conseguir resgatar outras crianças, ele não desiste até encontrar a menina traficada.
"Crianças de Deus não estamos à venda”
O título do filme faz alusão a um momento em que um grupo de crianças resgatadas das mãos dos traficantes começam a brincar, cantar e batucar juntas. Uma das cenas, inclusive, mostra quando elas estão cantando o seguinte refrão logo após o resgate: “Nós, crianças de Deus não estamos à venda”.
A trilha do filme foi escrita pelo cantor Justin Jesso e tem o mesmo nome do filme em inglês “Sound Of Freedom”.
Justin Jesso. (Foto: Paulo Tauil)
Justin também conversou com o Guiame e contou qual é a mensagem principal de sua música. Para ele, a canção retrata quatro aspectos:
“Quando eu escrevi a música eu queria me comunicar com as crianças, dizendo a elas: ‘Nós vamos encontrar vocês’. Eu queria me comunicar com os traficantes para dizer: ‘Nós vamos encontrar vocês, então é melhor que vocês se assustem com isso’. E também queria falar de amor e de fé”.
Segundo Justin, a música está trazendo consciência a respeito desse assunto “tão importante”.
“O tráfico de crianças tem dois milhões de vítimas anualmente. Então é um problema enorme, mas a música e o filme estão conscientizando e potencialmente mudando vidas e transformando leis e legislações dos países”, afirmou o cantor.
“Eu estou muito honrado por fazer parte desse projeto e por estar associado a ele, contribuindo de alguma maneira para solucionar esse problema”, acrescentou.
O papel do Corpo de Cristo
Em seu perfil no Instagram, a pastora Sarah Sheeva observou que a igreja não está fazendo a sua parte em relação a esse tema:
“É um filme de uma temática muito forte e muito importante. A gente tem que trazer esse assunto para as nossas rodas de conversa. Isso tem que parar de ser um tabu, tem que parar de algo escondido e oculto. Vamos fazer a nossa parte como igreja”.
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A produtora cristã Angels Studios está oferecendo ingressos gratuitos para o filme. A iniciativa permite que pessoas que não têm como pagar pelos bilhetes obtenham entradas gratuitamente.
“Agora eu sinto que o meu dever é continuar incentivando esse diálogo. Um diálogo que une e que ultrapassa a questão política. A questão política divide e nós temos que encontrar coisas que importam para que estejamos unidos na luta. Porque se nós não lutarmos contra isso juntos, não vai dar certo”, concluiu Alejandro.
Errata: Em virtude de nova apuração, esta matéria sofreu alterações. Informamos que existiam 22 milhões de pessoas no Brasil que haviam assistido o filme nos cinemas, mas na verdade, são mais de 200 mil na primeira semana. 22 milhões é a quantidade de espectadores mundiais, conforme o site oficial da produção.
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