Atores globais contam biografia de missionária evangélica nos cinemas; confira entrevista

Atores globais contam biografia de missionária evangélica nos cinemas; confira entrevista

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:20

Por Felipe Pinheiro - www.guiame.com.br

Movida pela fé, Flordelis desafiou a lei do tráfico, a justiça e o comodismo das denominações evangélicas a fim de praticar o amor de Deus por meio do resgate de crianças e adolescentes aprisionadas em seus vícios e na realidade social sem perspectiva de mudança.

Mãe de 50 filhos, sendo quatro biológicos, a missionária terá sua história encenada por mais de 20 atores globais, como por exemplo, Reynaldo Gianecchini, Alinne Moraes, Letícia Spiller, Cauã Reymond e Marcelo Anthonny. A pré-estreia acontece na próxima terça-feira, dia 6 de outubro, no Festival de Cinema do Rio, no Cine Odeon. A estreia será na sexta-feira, dia 9. Clique aqui e confira os cinemas que irão exibir "Flordelis, Basta uma Palavra para Mudar" .

Dirigido por Marco Antonio Ferraz, o longa será uma coletânea de depoimentos em que a protagonista será a própria Flordelis. "Eu nunca fui atriz na minha vida e nunca tinha pensado nisso. Quando fui convidada para o papel foi difícil para mim, mas em tudo eu vejo a mão de Deus. Eu aceitei e encarei. (...) É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial", disse em entrevista ao Guia-me.

Manchete de jornais como seqüestradora de crianças, em razão da fuga determinada pela dificuldade em obter a guarda dos menores, Flor voltou a ser destaque na mídia em 2004 como a "Mãe do Ano", quando foi convidada a contar sua história no Planeta Xuxa.

"Tive que me tornar uma instituição provisória durante dois anos, a Associação Lar Família Flordelis, e depois me tornei pessoa física para adotar todos os meus filhos. Eles não eram um número, estatística, como as crianças de abrigo, eles sempre foram os meus filhos", enfatiza Flor que hoje é mãe legal de todos ex-desabrigados.

Produtor artístico da rainha dos baixinhos, Marco Antonio Ferraz resolveu conferir de perto o trabalho da missionária.  

"Para ele, eu tinha desperdiçado uma grande oportunidade de pedir dinheiro ou algo valioso. Eu disse: - Olha Marco, você não me leva a mal, mas o meu Jesus não me levou lá de canequinha na mão. Eu fui para mostrar não só a Xuxa, mas a todo Brasil, que o meu Deus é grande, fiel e muda situações", afirmou Flordelis.

Após observar a coragem da evangélica frente aos mandatos dos traficantes e ter o conhecimento de que sua moradia era mantida por aluguel, o diretor resolveu produzir o filme a fim de que Flor conquistasse uma casa própria.

Entre os projetos futuros, a missionária pretende expandir o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor (IFAM). "Eu quero fazer um centro de recuperação para menores com curso profissionalizante com preparação para o mercado de trabalho", revelou

Guia-me: Quando você começou o seu trabalho de evangelismo no morro, em 1990, não tinha apoio da igreja que fazia parte por medo das pessoas em relação ao tráfico de drogas. Pela sua experiência, esse medo dos cristãos continua impedindo um trabalho social de restauração das vidas ou hoje a realidade é diferente?

Flordelis: Na época não tinha apoio da igreja, pois eles pensavam que eu não estava na direção de Deus, que Deus não estava nesse negócio. Eu continuei fazendo esse trabalho sozinha até que vieram alguns jovens de várias denominações próximas – batistas, assembléia, metodista - que sentiam esse chamado de Deus na vida deles. Eles começaram a evangelizar comigo na madrugada.

Esse medo dos cristãos não mudou. Porque se tivesse mudado, muita coisa já teria se transformado nas comunidades. As comunidades têm muitas igrejas, mas se você entrar nelas, nada modificou. Pelo contrário, eu ando nas favelas e as coisas têm piorado a cada dia mais. Agora entrou o crack, tem as "cracolândias".

Falta um empenho maior do povo de Deus. O único que pode dar jeito nisso não é o governo; é o nome de Jesus. O nome de Jesus transforma as situações. Ele transforma vidas. 

Quando a igreja se mobilizar de fato, no sentido de ganhar almas para o Reino, as coisas vão mudar muito nas comunidades.

Guia-me: Embora soubesse que fosse um chamado de Deus, você em algum momento, principalmente no começo de ministério, sentiu medo por lidar com traficantes, criminosos?

Flordelis: Não. Não é nem pelo fato de eu ter sido criada na favela, mas eu acho que quando nós somos chamados por Deus, por Ele nós somos preparados. Eu fui preparada por Deus para esse trabalho.

Eu sou muito de não ter medo de nada. Nem de nada, nem de ninguém. Eu temo a Deus.

Guia-me: Como é administrar uma família com 50 filhos (hoje 44 convivem na mesma casa com Flordelis e o marido Anderson)?

Flordelis: É difícil visualizar isso, mas nós somos uma família normal. Acordamos todos os dias de manhã para levar os filhos para a escola. Apesar do meu trabalho como cantora evangélica, eu administro bem a minha casa. Nada aqui é comunitário; tudo é individual. Cada um tem o seu armário, as suas coisas pessoais. Eles precisam disso para poder ter a individualidade deles. É algo que eu sempre fiz questão que eles tivessem.

É cansativo, lógico. Tem dias que o cansaço é imenso, mas dá para suportar.

Guia-me: Por não ter formação em psicologia, você procurou um apoio profissional para essas crianças de famílias desestruturadas?

Flordelis: Os meus filhos hoje são rapazes e moças saudáveis. Trabalhamos em casa em cima da verdade de cada um. Eles sabem a sua história, nada é escondido para que realmente haja uma cura interior. Não tem psicólogo melhor e maior do que Jesus Cristo.

Guia-me: Você continua com o trabalho de recolher as crianças em situação de risco?

Flordelis: Não trago mais para casa porque não comporta mais. Mas eu continuo indo nas favelas, atendendo os jovens, adolescentes e crianças. Sou até muito procurada por eles. Me tornei um referencial para muitas meninas e meninos das comunidades que são molestados sexualmente. Nunca fui tão procurada como neste ano por crianças que estão sendo molestadas por alguém da família.

Hoje eu tenho o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor, onde essas crianças são ocupadas durante o dia com aulas de música, vários instrumentos musicais como guitarra, contra-baixo, bateria, percussão. Eles têm aula de artesanato. Estou empenhada para conseguir computadores para que eles tenham aula de informática.

Guia-me: E o filme vem, entre outras, para ajudar na divulgação desse projeto.

Flordelis: Vai ajudar muito. Era algo que não esperávamos. Toda a nossa vida é guiada por Deus e Ele resolveu nos presentear com um filme que vai trazer uma visibilidade muito grande para a história do Evangelho.

O filme não é só a vitória da Flordelis, mas de todo o povo de Deus. É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial. Vamos passar o filme também no exterior.

É o evangelho assumindo uma nova fonte de evangelismo. É um novo canal de evangelização. O filme ainda vai ter toda a trilha sonora evangélica, o que é algo inédito.

Esse filme foi feito pelo Marco Antônio para comprar a minha casa própria, que é um dos meus maiores sonhos porque não sou eterna e quando a minha hora chegar quero que os meus filhos tenham a segurança de estar uma casa própria deles.

E com esse filme poder ganhar muitas vidas para Jesus e levantar muitas pessoas que são chamadas para fazer a diferença mas têm medo de enfrentar as situações.

Guia-me: Sobre esse trilha sonora, que terá nomes como Fernanda Brum, Aline Barros e Beno César, você que sugeriu para o diretor Marco Antonio Ferraz?

Flordelis: Não. A trilha sonora iria ser da Ivete Sangalo, Ana Carolina. Ele [Marco Antonio Ferraz] foi a um culto conosco porque nunca tinha visto a Flordelis cantora gospel. Ele sentiu no coração que as músicas não poderiam ser as que ele tinha escolhido, mas sim as evangélicas. Juntos nós fizemos a escolha dos cantores.

Guia-me: E o que representa ter sua história contada por mais de 20 artistas globais?

Primeiro traz um reconhecimento muito grande, porque eu passei por períodos muito difíceis. Eu fui criada numa favela e hoje ver o meu nome falado dessa forma e ver a glória de Deus através da minha vida é muito bom.

Alguns artistas eu já conhecia por eu ter aparecido no Planeta Xuxa, como a Ana Furtado. Outra artista que não faz parte do filme mas que já era amiga nossa que é a cantora Elba Ramalho. Ela comprou todas as camas das crianças e nos ajudou bastante.

Depois desses artistas vieram outros pelo Marco Antônio. O projeto inicialmente seria um documentário, mas depois se tornou um filme.

Guia-me: O interessante é notar que esse artistas foram atraídos a Jesus pelo seu trabalho social.

Flordelis: É verdade. Muitos deles foram pela primeira vez a uma igreja depois que começaram as filmagens. No trailer do filme, o Marcelo Anthonny glorifica o nome do Senhor Jesus. Isso é a semente sendo plantada.

Guia-me: Como você aconselharia falar o Evangelho para uma celebridade?

Flordelis: Tem que ter sabedoria para abordar as pessoas. Cada pessoa é abordada de uma forma. Os artistas, por mais incrível que pareça, sofrem discriminação pelo povo evangélico. A abordagem é difícil, mas não impossível.

A Elba Ramalho já foi uma vez a uma Igreja evangélica, mas infelizmente ela não foi bem recebida como deveria.

Eu mostro que o meu Jesus não faz acepção de pessoas. Da mesma forma que ele me ama, Ele ama o artista. Ele só não ama o pecado, mas tem um cuidado imenso com a vida do pecador.

Em nome de Jesus eles vão viver uma experiência real com Deus. Que eles dobrem os joelhos e orem para que o Jesus da Bíblia se revele a eles. Muito têm feito isso e visto reposta de Deus em suas vidas. Eles então me ligam e dizem que sentiram algo diferente; uma paz interior diferente. Eles estão com alguma dor e dizem que ela passou. Eles então demonstram interesse em saber mais e acabam entrando numa Igreja e assistindo a um culto. O Espírito Santo tem trabalhado bastante para convencê-los.

Guia-me: Muitos projetos e comunidades não-evangélicas fazem projetos parecidos de acolhimento a crianças em situação de risco. Qual o diferencial de realizar um trabalho como esse movida por um posicionamento cristão?

Flordelis: O diferencial é que o nome de Jesus liberta de verdade. Ele não maqueia situações.

Existe uma saída para cada situação; para o vício da maconha, cocaína e do próprio crack que é um vício muito violento. Através do nome de Jesus é possível sair das drogas num prazo muito menor do que levaria com tratamento tradicional.

Guia-me: Já passou por problema de falta de submissão de algum filho, por não ser a mãe bilógica, de por exemplo um dos seus filhos te desrespeitar alegando que você não é a mãe biológica dele?

Flordelis: Até hoje isso ainda não aconteceu. Eu espero nunca passar por isso. Nem sei como seria. Doeria bastante ouvir isso de um filho.

Eu corrijo os meus filhos, converso até com os casados quando estão fazendo algo errado. Mas nunca nenhum abriu a boca para falar dessa forma. Pelo contrário, os meus filhos mais velhos que vieram para mim adolescentes tem um carinho muito grande e ver a forma que eles me tratam hoje é que me dá força para continuar.

Eu digo que eu sou mais filha deles hoje do que eles meus filhos

Guia-me: Por se tratar de um filme, como foi a escolha de apenas algumas histórias para serem exibidas no cinema, você colaborou na seleção?

Flordelis: Eu contei tudo para o Marcos e então ele escolheu alguns filhos para colocar. Mesmo porque ele tem a intenção de fazer Flordelis 2.

Esse filme começou como um documentário pequeno e se tornou algo grande. Ele não foi projetado para ser o que está sendo agora.

O segundo filme terá histórias tão fortes quanto o primeiro.

Guia-me: E essa seqüência seguiria o mesmo formato do primeiro, com os depoimentos?

Flordelis: Não. Seria um formato totalmente diferente.

Guia-me: Você pode destacar uma história em especial que você acredita que vá impressionar o público?

Flordelis: Nós pegamos três personagens e colocamos em um só. É um menino que é retirado do paredão da morte - não foi só um menino que foi livre da morte -. É algo que vai marcar por mostrar que não há impossível para Deus.

No momento final, em que ele seria assassinado, eu cheguei com a minha palavra de fé, com a autoridade de Deus sobre a minha vida e consegui a vitória.

Eu saio com rapaz e a cena encerra com o louvor "Campeão" que foi gravado com todos os cantores da gravadora MK Music.

Guia-me: Existe a pretensão de fazer uma sessão do filme nas comunidades?

Flordelis: Com certeza. Já temos um projeto de passar esse filme nas comunidades até para que outras(os) "Flordelis" se levantem. Tem muita gente que tem vontade de fazer mas fica esperando ter condições. Eu quero passar isso: - Não esperem as condições, faça. Deus vai prover todas as coisas.

Trailer de "Flordelis - Basta uma Palavra para Mudar":

Por Felipe Pinheiro - www.guiame.com.br

Movida pela fé, Flordelis desafiou a lei do tráfico, a justiça e o comodismo das denominações evangélicas a fim de praticar o amor de Deus por meio do resgate de crianças e adolescentes aprisionadas em seus vícios e na realidade social sem perspectiva de mudança.

Mãe de 50 filhos, sendo quatro biológicos, a missionária terá sua história encenada por mais de 20 atores globais, como por exemplo, Reynaldo Gianecchini, Alinne Moraes, Letícia Spiller, Cauã Reymond e Marcelo Anthonny. A pré-estreia acontece na próxima terça-feira, dia 6 de outubro, no Festival de Cinema do Rio, no Cine Odeon. A estreia será na sexta-feira, dia 9. Clique aqui e confira os cinemas que irão exibir "Flordelis, Basta uma Palavra para Mudar" .

Dirigido por Marco Antonio Ferraz, o longa será uma coletânea de depoimentos em que a protagonista será a própria Flordelis. "Eu nunca fui atriz na minha vida e nunca tinha pensado nisso. Quando fui convidada para o papel foi difícil para mim, mas em tudo eu vejo a mão de Deus. Eu aceitei e encarei. (...) É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial", disse em entrevista ao Guia-me.

Manchete de jornais como seqüestradora de crianças, em razão da fuga determinada pela dificuldade em obter a guarda dos menores, Flor voltou a ser destaque na mídia em 2004 como a "Mãe do Ano", quando foi convidada a contar sua história no Planeta Xuxa.

"Tive que me tornar uma instituição provisória durante dois anos, a Associação Lar Família Flordelis, e depois me tornei pessoa física para adotar todos os meus filhos. Eles não eram um número, estatística, como as crianças de abrigo, eles sempre foram os meus filhos", enfatiza Flor que hoje é mãe legal de todos ex-desabrigados.

Produtor artístico da rainha dos baixinhos, Marco Antonio Ferraz resolveu conferir de perto o trabalho da missionária.  

"Para ele, eu tinha desperdiçado uma grande oportunidade de pedir dinheiro ou algo valioso. Eu disse: - Olha Marco, você não me leva a mal, mas o meu Jesus não me levou lá de canequinha na mão. Eu fui para mostrar não só a Xuxa, mas a todo Brasil, que o meu Deus é grande, fiel e muda situações", afirmou Flordelis.

Após observar a coragem da evangélica frente aos mandatos dos traficantes e ter o conhecimento de que sua moradia era mantida por aluguel, o diretor resolveu produzir o filme a fim de que Flor conquistasse uma casa própria.

Entre os projetos futuros, a missionária pretende expandir o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor (IFAM). "Eu quero fazer um centro de recuperação para menores com curso profissionalizante com preparação para o mercado de trabalho", revelou

Guia-me: Quando você começou o seu trabalho de evangelismo no morro, em 1990, não tinha apoio da igreja que fazia parte por medo das pessoas em relação ao tráfico de drogas. Pela sua experiência, esse medo dos cristãos continua impedindo um trabalho social de restauração das vidas ou hoje a realidade é diferente?

Flordelis: Na época não tinha apoio da igreja, pois eles pensavam que eu não estava na direção de Deus, que Deus não estava nesse negócio. Eu continuei fazendo esse trabalho sozinha até que vieram alguns jovens de várias denominações próximas – batistas, assembléia, metodista - que sentiam esse chamado de Deus na vida deles. Eles começaram a evangelizar comigo na madrugada.

Esse medo dos cristãos não mudou. Porque se tivesse mudado, muita coisa já teria se transformado nas comunidades. As comunidades têm muitas igrejas, mas se você entrar nelas, nada modificou. Pelo contrário, eu ando nas favelas e as coisas têm piorado a cada dia mais. Agora entrou o crack, tem as "cracolândias".

Falta um empenho maior do povo de Deus. O único que pode dar jeito nisso não é o governo; é o nome de Jesus. O nome de Jesus transforma as situações. Ele transforma vidas. 

Quando a igreja se mobilizar de fato, no sentido de ganhar almas para o Reino, as coisas vão mudar muito nas comunidades.

Guia-me: Embora soubesse que fosse um chamado de Deus, você em algum momento, principalmente no começo de ministério, sentiu medo por lidar com traficantes, criminosos?

Flordelis: Não. Não é nem pelo fato de eu ter sido criada na favela, mas eu acho que quando nós somos chamados por Deus, por Ele nós somos preparados. Eu fui preparada por Deus para esse trabalho.

Eu sou muito de não ter medo de nada. Nem de nada, nem de ninguém. Eu temo a Deus.

Guia-me: Como é administrar uma família com 50 filhos (hoje 44 convivem na mesma casa com Flordelis e o marido Anderson)?

Flordelis: É difícil visualizar isso, mas nós somos uma família normal. Acordamos todos os dias de manhã para levar os filhos para a escola. Apesar do meu trabalho como cantora evangélica, eu administro bem a minha casa. Nada aqui é comunitário; tudo é individual. Cada um tem o seu armário, as suas coisas pessoais. Eles precisam disso para poder ter a individualidade deles. É algo que eu sempre fiz questão que eles tivessem.

É cansativo, lógico. Tem dias que o cansaço é imenso, mas dá para suportar.

Guia-me: Por não ter formação em psicologia, você procurou um apoio profissional para essas crianças de famílias desestruturadas?

Flordelis: Os meus filhos hoje são rapazes e moças saudáveis. Trabalhamos em casa em cima da verdade de cada um. Eles sabem a sua história, nada é escondido para que realmente haja uma cura interior. Não tem psicólogo melhor e maior do que Jesus Cristo.

Guia-me: Você continua com o trabalho de recolher as crianças em situação de risco?

Flordelis: Não trago mais para casa porque não comporta mais. Mas eu continuo indo nas favelas, atendendo os jovens, adolescentes e crianças. Sou até muito procurada por eles. Me tornei um referencial para muitas meninas e meninos das comunidades que são molestados sexualmente. Nunca fui tão procurada como neste ano por crianças que estão sendo molestadas por alguém da família.

Hoje eu tenho o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor, onde essas crianças são ocupadas durante o dia com aulas de música, vários instrumentos musicais como guitarra, contra-baixo, bateria, percussão. Eles têm aula de artesanato. Estou empenhada para conseguir computadores para que eles tenham aula de informática.

Guia-me: E o filme vem, entre outras, para ajudar na divulgação desse projeto.

Flordelis: Vai ajudar muito. Era algo que não esperávamos. Toda a nossa vida é guiada por Deus e Ele resolveu nos presentear com um filme que vai trazer uma visibilidade muito grande para a história do Evangelho.

O filme não é só a vitória da Flordelis, mas de todo o povo de Deus. É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial. Vamos passar o filme também no exterior.

É o evangelho assumindo uma nova fonte de evangelismo. É um novo canal de evangelização. O filme ainda vai ter toda a trilha sonora evangélica, o que é algo inédito.

Esse filme foi feito pelo Marco Antônio para comprar a minha casa própria, que é um dos meus maiores sonhos porque não sou eterna e quando a minha hora chegar quero que os meus filhos tenham a segurança de estar uma casa própria deles.

E com esse filme poder ganhar muitas vidas para Jesus e levantar muitas pessoas que são chamadas para fazer a diferença mas têm medo de enfrentar as situações.

Guia-me: Sobre esse trilha sonora, que terá nomes como Fernanda Brum, Aline Barros e Beno César, você que sugeriu para o diretor Marco Antonio Ferraz?

Flordelis: Não. A trilha sonora iria ser da Ivete Sangalo, Ana Carolina. Ele [Marco Antonio Ferraz] foi a um culto conosco porque nunca tinha visto a Flordelis cantora gospel. Ele sentiu no coração que as músicas não poderiam ser as que ele tinha escolhido, mas sim as evangélicas. Juntos nós fizemos a escolha dos cantores.

Guia-me: E o que representa ter sua história contada por mais de 20 artistas globais?

Primeiro traz um reconhecimento muito grande, porque eu passei por períodos muito difíceis. Eu fui criada numa favela e hoje ver o meu nome falado dessa forma e ver a glória de Deus através da minha vida é muito bom.

Alguns artistas eu já conhecia por eu ter aparecido no Planeta Xuxa, como a Ana Furtado. Outra artista que não faz parte do filme mas que já era amiga nossa que é a cantora Elba Ramalho. Ela comprou todas as camas das crianças e nos ajudou bastante.

Depois desses artistas vieram outros pelo Marco Antônio. O projeto inicialmente seria um documentário, mas depois se tornou um filme.

Guia-me: O interessante é notar que esse artistas foram atraídos a Jesus pelo seu trabalho social.

Flordelis: É verdade. Muitos deles foram pela primeira vez a uma igreja depois que começaram as filmagens. No trailer do filme, o Marcelo Anthonny glorifica o nome do Senhor Jesus. Isso é a semente sendo plantada.

Guia-me: Como você aconselharia falar o Evangelho para uma celebridade?

Flordelis: Tem que ter sabedoria para abordar as pessoas. Cada pessoa é abordada de uma forma. Os artistas, por mais incrível que pareça, sofrem discriminação pelo povo evangélico. A abordagem é difícil, mas não impossível.

A Elba Ramalho já foi uma vez a uma Igreja evangélica, mas infelizmente ela não foi bem recebida como deveria.

Eu mostro que o meu Jesus não faz acepção de pessoas. Da mesma forma que ele me ama, Ele ama o artista. Ele só não ama o pecado, mas tem um cuidado imenso com a vida do pecador.

Em nome de Jesus eles vão viver uma experiência real com Deus. Que eles dobrem os joelhos e orem para que o Jesus da Bíblia se revele a eles. Muito têm feito isso e visto reposta de Deus em suas vidas. Eles então me ligam e dizem que sentiram algo diferente; uma paz interior diferente. Eles estão com alguma dor e dizem que ela passou. Eles então demonstram interesse em saber mais e acabam entrando numa Igreja e assistindo a um culto. O Espírito Santo tem trabalhado bastante para convencê-los.

Guia-me: Muitos projetos e comunidades não-evangélicas fazem projetos parecidos de acolhimento a crianças em situação de risco. Qual o diferencial de realizar um trabalho como esse movida por um posicionamento cristão?

Flordelis: O diferencial é que o nome de Jesus liberta de verdade. Ele não maqueia situações.

Existe uma saída para cada situação; para o vício da maconha, cocaína e do próprio crack que é um vício muito violento. Através do nome de Jesus é possível sair das drogas num prazo muito menor do que levaria com tratamento tradicional.

Guia-me: Já passou por problema de falta de submissão de algum filho, por não ser a mãe bilógica, de por exemplo um dos seus filhos te desrespeitar alegando que você não é a mãe biológica dele?

Flordelis: Até hoje isso ainda não aconteceu. Eu espero nunca passar por isso. Nem sei como seria. Doeria bastante ouvir isso de um filho.

Eu corrijo os meus filhos, converso até com os casados quando estão fazendo algo errado. Mas nunca nenhum abriu a boca para falar dessa forma. Pelo contrário, os meus filhos mais velhos que vieram para mim adolescentes tem um carinho muito grande e ver a forma que eles me tratam hoje é que me dá força para continuar.

Eu digo que eu sou mais filha deles hoje do que eles meus filhos

Guia-me: Por se tratar de um filme, como foi a escolha de apenas algumas histórias para serem exibidas no cinema, você colaborou na seleção?

Flordelis: Eu contei tudo para o Marcos e então ele escolheu alguns filhos para colocar. Mesmo porque ele tem a intenção de fazer Flordelis 2.

Esse filme começou como um documentário pequeno e se tornou algo grande. Ele não foi projetado para ser o que está sendo agora.

O segundo filme terá histórias tão fortes quanto o primeiro.

Guia-me: E essa seqüência seguiria o mesmo formato do primeiro, com os depoimentos?

Flordelis: Não. Seria um formato totalmente diferente.

Guia-me: Você pode destacar uma história em especial que você acredita que vá impressionar o público?

Flordelis: Nós pegamos três personagens e colocamos em um só. É um menino que é retirado do paredão da morte - não foi só um menino que foi livre da morte -. É algo que vai marcar por mostrar que não há impossível para Deus.

No momento final, em que ele seria assassinado, eu cheguei com a minha palavra de fé, com a autoridade de Deus sobre a minha vida e consegui a vitória.

Eu saio com rapaz e a cena encerra com o louvor "Campeão" que foi gravado com todos os cantores da gravadora MK Music.

Guia-me: Existe a pretensão de fazer uma sessão do filme nas comunidades?

Flordelis: Com certeza. Já temos um projeto de passar esse filme nas comunidades até para que outras(os) "Flordelis" se levantem. Tem muita gente que tem vontade de fazer mas fica esperando ter condições. Eu quero passar isso: - Não esperem as condições, faça. Deus vai prover todas as coisas.

Trailer de "Flordelis - Basta uma Palavra para Mudar":

Por Felipe Pinheiro - www.guiame.com.br

Movida pela fé, Flordelis desafiou a lei do tráfico, a justiça e o comodismo das denominações evangélicas a fim de praticar o amor de Deus por meio do resgate de crianças e adolescentes aprisionadas em seus vícios e na realidade social sem perspectiva de mudança.

Mãe de 50 filhos, sendo quatro biológicos, a missionária terá sua história encenada por mais de 20 atores globais, como por exemplo, Reynaldo Gianecchini, Alinne Moraes, Letícia Spiller, Cauã Reymond e Marcelo Anthonny. A pré-estreia acontece na próxima terça-feira, dia 6 de outubro, no Festival de Cinema do Rio, no Cine Odeon. A estreia será na sexta-feira, dia 9. Clique aqui e confira os cinemas que irão exibir "Flordelis, Basta uma Palavra para Mudar" .

Dirigido por Marco Antonio Ferraz, o longa será uma coletânea de depoimentos em que a protagonista será a própria Flordelis. "Eu nunca fui atriz na minha vida e nunca tinha pensado nisso. Quando fui convidada para o papel foi difícil para mim, mas em tudo eu vejo a mão de Deus. Eu aceitei e encarei. (...) É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial", disse em entrevista ao Guia-me.

Manchete de jornais como seqüestradora de crianças, em razão da fuga determinada pela dificuldade em obter a guarda dos menores, Flor voltou a ser destaque na mídia em 2004 como a "Mãe do Ano", quando foi convidada a contar sua história no Planeta Xuxa.

"Tive que me tornar uma instituição provisória durante dois anos, a Associação Lar Família Flordelis, e depois me tornei pessoa física para adotar todos os meus filhos. Eles não eram um número, estatística, como as crianças de abrigo, eles sempre foram os meus filhos", enfatiza Flor que hoje é mãe legal de todos ex-desabrigados.

Produtor artístico da rainha dos baixinhos, Marco Antonio Ferraz resolveu conferir de perto o trabalho da missionária.  

"Para ele, eu tinha desperdiçado uma grande oportunidade de pedir dinheiro ou algo valioso. Eu disse: - Olha Marco, você não me leva a mal, mas o meu Jesus não me levou lá de canequinha na mão. Eu fui para mostrar não só a Xuxa, mas a todo Brasil, que o meu Deus é grande, fiel e muda situações", afirmou Flordelis.

Após observar a coragem da evangélica frente aos mandatos dos traficantes e ter o conhecimento de que sua moradia era mantida por aluguel, o diretor resolveu produzir o filme a fim de que Flor conquistasse uma casa própria.

Entre os projetos futuros, a missionária pretende expandir o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor (IFAM). "Eu quero fazer um centro de recuperação para menores com curso profissionalizante com preparação para o mercado de trabalho", revelou

Guia-me: Quando você começou o seu trabalho de evangelismo no morro, em 1990, não tinha apoio da igreja que fazia parte por medo das pessoas em relação ao tráfico de drogas. Pela sua experiência, esse medo dos cristãos continua impedindo um trabalho social de restauração das vidas ou hoje a realidade é diferente?

Flordelis: Na época não tinha apoio da igreja, pois eles pensavam que eu não estava na direção de Deus, que Deus não estava nesse negócio. Eu continuei fazendo esse trabalho sozinha até que vieram alguns jovens de várias denominações próximas – batistas, assembléia, metodista - que sentiam esse chamado de Deus na vida deles. Eles começaram a evangelizar comigo na madrugada.

Esse medo dos cristãos não mudou. Porque se tivesse mudado, muita coisa já teria se transformado nas comunidades. As comunidades têm muitas igrejas, mas se você entrar nelas, nada modificou. Pelo contrário, eu ando nas favelas e as coisas têm piorado a cada dia mais. Agora entrou o crack, tem as "cracolândias".

Falta um empenho maior do povo de Deus. O único que pode dar jeito nisso não é o governo; é o nome de Jesus. O nome de Jesus transforma as situações. Ele transforma vidas. 

Quando a igreja se mobilizar de fato, no sentido de ganhar almas para o Reino, as coisas vão mudar muito nas comunidades.

Guia-me: Embora soubesse que fosse um chamado de Deus, você em algum momento, principalmente no começo de ministério, sentiu medo por lidar com traficantes, criminosos?

Flordelis: Não. Não é nem pelo fato de eu ter sido criada na favela, mas eu acho que quando nós somos chamados por Deus, por Ele nós somos preparados. Eu fui preparada por Deus para esse trabalho.

Eu sou muito de não ter medo de nada. Nem de nada, nem de ninguém. Eu temo a Deus.

Guia-me: Como é administrar uma família com 50 filhos (hoje 44 convivem na mesma casa com Flordelis e o marido Anderson)?

Flordelis: É difícil visualizar isso, mas nós somos uma família normal. Acordamos todos os dias de manhã para levar os filhos para a escola. Apesar do meu trabalho como cantora evangélica, eu administro bem a minha casa. Nada aqui é comunitário; tudo é individual. Cada um tem o seu armário, as suas coisas pessoais. Eles precisam disso para poder ter a individualidade deles. É algo que eu sempre fiz questão que eles tivessem.

É cansativo, lógico. Tem dias que o cansaço é imenso, mas dá para suportar.

Guia-me: Por não ter formação em psicologia, você procurou um apoio profissional para essas crianças de famílias desestruturadas?

Flordelis: Os meus filhos hoje são rapazes e moças saudáveis. Trabalhamos em casa em cima da verdade de cada um. Eles sabem a sua história, nada é escondido para que realmente haja uma cura interior. Não tem psicólogo melhor e maior do que Jesus Cristo.

Guia-me: Você continua com o trabalho de recolher as crianças em situação de risco?

Flordelis: Não trago mais para casa porque não comporta mais. Mas eu continuo indo nas favelas, atendendo os jovens, adolescentes e crianças. Sou até muito procurada por eles. Me tornei um referencial para muitas meninas e meninos das comunidades que são molestados sexualmente. Nunca fui tão procurada como neste ano por crianças que estão sendo molestadas por alguém da família.

Hoje eu tenho o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor, onde essas crianças são ocupadas durante o dia com aulas de música, vários instrumentos musicais como guitarra, contra-baixo, bateria, percussão. Eles têm aula de artesanato. Estou empenhada para conseguir computadores para que eles tenham aula de informática.

Guia-me: E o filme vem, entre outras, para ajudar na divulgação desse projeto.

Flordelis: Vai ajudar muito. Era algo que não esperávamos. Toda a nossa vida é guiada por Deus e Ele resolveu nos presentear com um filme que vai trazer uma visibilidade muito grande para a história do Evangelho.

O filme não é só a vitória da Flordelis, mas de todo o povo de Deus. É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial. Vamos passar o filme também no exterior.

É o evangelho assumindo uma nova fonte de evangelismo. É um novo canal de evangelização. O filme ainda vai ter toda a trilha sonora evangélica, o que é algo inédito.

Esse filme foi feito pelo Marco Antônio para comprar a minha casa própria, que é um dos meus maiores sonhos porque não sou eterna e quando a minha hora chegar quero que os meus filhos tenham a segurança de estar uma casa própria deles.

E com esse filme poder ganhar muitas vidas para Jesus e levantar muitas pessoas que são chamadas para fazer a diferença mas têm medo de enfrentar as situações.

Guia-me: Sobre esse trilha sonora, que terá nomes como Fernanda Brum, Aline Barros e Beno César, você que sugeriu para o diretor Marco Antonio Ferraz?

Flordelis: Não. A trilha sonora iria ser da Ivete Sangalo, Ana Carolina. Ele [Marco Antonio Ferraz] foi a um culto conosco porque nunca tinha visto a Flordelis cantora gospel. Ele sentiu no coração que as músicas não poderiam ser as que ele tinha escolhido, mas sim as evangélicas. Juntos nós fizemos a escolha dos cantores.

Guia-me: E o que representa ter sua história contada por mais de 20 artistas globais?

Primeiro traz um reconhecimento muito grande, porque eu passei por períodos muito difíceis. Eu fui criada numa favela e hoje ver o meu nome falado dessa forma e ver a glória de Deus através da minha vida é muito bom.

Alguns artistas eu já conhecia por eu ter aparecido no Planeta Xuxa, como a Ana Furtado. Outra artista que não faz parte do filme mas que já era amiga nossa que é a cantora Elba Ramalho. Ela comprou todas as camas das crianças e nos ajudou bastante.

Depois desses artistas vieram outros pelo Marco Antônio. O projeto inicialmente seria um documentário, mas depois se tornou um filme.

Guia-me: O interessante é notar que esse artistas foram atraídos a Jesus pelo seu trabalho social.

Flordelis: É verdade. Muitos deles foram pela primeira vez a uma igreja depois que começaram as filmagens. No trailer do filme, o Marcelo Anthonny glorifica o nome do Senhor Jesus. Isso é a semente sendo plantada.

Guia-me: Como você aconselharia falar o Evangelho para uma celebridade?

Flordelis: Tem que ter sabedoria para abordar as pessoas. Cada pessoa é abordada de uma forma. Os artistas, por mais incrível que pareça, sofrem discriminação pelo povo evangélico. A abordagem é difícil, mas não impossível.

A Elba Ramalho já foi uma vez a uma Igreja evangélica, mas infelizmente ela não foi bem recebida como deveria.

Eu mostro que o meu Jesus não faz acepção de pessoas. Da mesma forma que ele me ama, Ele ama o artista. Ele só não ama o pecado, mas tem um cuidado imenso com a vida do pecador.

Em nome de Jesus eles vão viver uma experiência real com Deus. Que eles dobrem os joelhos e orem para que o Jesus da Bíblia se revele a eles. Muito têm feito isso e visto reposta de Deus em suas vidas. Eles então me ligam e dizem que sentiram algo diferente; uma paz interior diferente. Eles estão com alguma dor e dizem que ela passou. Eles então demonstram interesse em saber mais e acabam entrando numa Igreja e assistindo a um culto. O Espírito Santo tem trabalhado bastante para convencê-los.

Guia-me: Muitos projetos e comunidades não-evangélicas fazem projetos parecidos de acolhimento a crianças em situação de risco. Qual o diferencial de realizar um trabalho como esse movida por um posicionamento cristão?

Flordelis: O diferencial é que o nome de Jesus liberta de verdade. Ele não maqueia situações.

Existe uma saída para cada situação; para o vício da maconha, cocaína e do próprio crack que é um vício muito violento. Através do nome de Jesus é possível sair das drogas num prazo muito menor do que levaria com tratamento tradicional.

Guia-me: Já passou por problema de falta de submissão de algum filho, por não ser a mãe bilógica, de por exemplo um dos seus filhos te desrespeitar alegando que você não é a mãe biológica dele?

Flordelis: Até hoje isso ainda não aconteceu. Eu espero nunca passar por isso. Nem sei como seria. Doeria bastante ouvir isso de um filho.

Eu corrijo os meus filhos, converso até com os casados quando estão fazendo algo errado. Mas nunca nenhum abriu a boca para falar dessa forma. Pelo contrário, os meus filhos mais velhos que vieram para mim adolescentes tem um carinho muito grande e ver a forma que eles me tratam hoje é que me dá força para continuar.

Eu digo que eu sou mais filha deles hoje do que eles meus filhos

Guia-me: Por se tratar de um filme, como foi a escolha de apenas algumas histórias para serem exibidas no cinema, você colaborou na seleção?

Flordelis: Eu contei tudo para o Marcos e então ele escolheu alguns filhos para colocar. Mesmo porque ele tem a intenção de fazer Flordelis 2.

Esse filme começou como um documentário pequeno e se tornou algo grande. Ele não foi projetado para ser o que está sendo agora.

O segundo filme terá histórias tão fortes quanto o primeiro.

Guia-me: E essa seqüência seguiria o mesmo formato do primeiro, com os depoimentos?

Flordelis: Não. Seria um formato totalmente diferente.

Guia-me: Você pode destacar uma história em especial que você acredita que vá impressionar o público?

Flordelis: Nós pegamos três personagens e colocamos em um só. É um menino que é retirado do paredão da morte - não foi só um menino que foi livre da morte -. É algo que vai marcar por mostrar que não há impossível para Deus.

No momento final, em que ele seria assassinado, eu cheguei com a minha palavra de fé, com a autoridade de Deus sobre a minha vida e consegui a vitória.

Eu saio com rapaz e a cena encerra com o louvor "Campeão" que foi gravado com todos os cantores da gravadora MK Music.

Guia-me: Existe a pretensão de fazer uma sessão do filme nas comunidades?

Flordelis: Com certeza. Já temos um projeto de passar esse filme nas comunidades até para que outras(os) "Flordelis" se levantem. Tem muita gente que tem vontade de fazer mas fica esperando ter condições. Eu quero passar isso: - Não esperem as condições, faça. Deus vai prover todas as coisas.

Trailer de "Flordelis - Basta uma Palavra para Mudar":

Por Felipe Pinheiro - www.guiame.com.br

Movida pela fé, Flordelis desafiou a lei do tráfico, a justiça e o comodismo das denominações evangélicas a fim de praticar o amor de Deus por meio do resgate de crianças e adolescentes aprisionadas em seus vícios e na realidade social sem perspectiva de mudança.

Mãe de 50 filhos, sendo quatro biológicos, a missionária terá sua história encenada por mais de 20 atores globais, como por exemplo, Reynaldo Gianecchini, Alinne Moraes, Letícia Spiller, Cauã Reymond e Marcelo Anthonny. A pré-estreia acontece na próxima terça-feira, dia 6 de outubro, no Festival de Cinema do Rio, no Cine Odeon. A estreia será na sexta-feira, dia 9. Clique aqui e confira os cinemas que irão exibir "Flordelis, Basta uma Palavra para Mudar" .

Dirigido por Marco Antonio Ferraz, o longa será uma coletânea de depoimentos em que a protagonista será a própria Flordelis. "Eu nunca fui atriz na minha vida e nunca tinha pensado nisso. Quando fui convidada para o papel foi difícil para mim, mas em tudo eu vejo a mão de Deus. Eu aceitei e encarei. (...) É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial", disse em entrevista ao Guia-me.

Manchete de jornais como seqüestradora de crianças, em razão da fuga determinada pela dificuldade em obter a guarda dos menores, Flor voltou a ser destaque na mídia em 2004 como a "Mãe do Ano", quando foi convidada a contar sua história no Planeta Xuxa.

"Tive que me tornar uma instituição provisória durante dois anos, a Associação Lar Família Flordelis, e depois me tornei pessoa física para adotar todos os meus filhos. Eles não eram um número, estatística, como as crianças de abrigo, eles sempre foram os meus filhos", enfatiza Flor que hoje é mãe legal de todos ex-desabrigados.

Produtor artístico da rainha dos baixinhos, Marco Antonio Ferraz resolveu conferir de perto o trabalho da missionária.  

"Para ele, eu tinha desperdiçado uma grande oportunidade de pedir dinheiro ou algo valioso. Eu disse: - Olha Marco, você não me leva a mal, mas o meu Jesus não me levou lá de canequinha na mão. Eu fui para mostrar não só a Xuxa, mas a todo Brasil, que o meu Deus é grande, fiel e muda situações", afirmou Flordelis.

Após observar a coragem da evangélica frente aos mandatos dos traficantes e ter o conhecimento de que sua moradia era mantida por aluguel, o diretor resolveu produzir o filme a fim de que Flor conquistasse uma casa própria.

Entre os projetos futuros, a missionária pretende expandir o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor (IFAM). "Eu quero fazer um centro de recuperação para menores com curso profissionalizante com preparação para o mercado de trabalho", revelou

Guia-me: Quando você começou o seu trabalho de evangelismo no morro, em 1990, não tinha apoio da igreja que fazia parte por medo das pessoas em relação ao tráfico de drogas. Pela sua experiência, esse medo dos cristãos continua impedindo um trabalho social de restauração das vidas ou hoje a realidade é diferente?

Flordelis: Na época não tinha apoio da igreja, pois eles pensavam que eu não estava na direção de Deus, que Deus não estava nesse negócio. Eu continuei fazendo esse trabalho sozinha até que vieram alguns jovens de várias denominações próximas – batistas, assembléia, metodista - que sentiam esse chamado de Deus na vida deles. Eles começaram a evangelizar comigo na madrugada.

Esse medo dos cristãos não mudou. Porque se tivesse mudado, muita coisa já teria se transformado nas comunidades. As comunidades têm muitas igrejas, mas se você entrar nelas, nada modificou. Pelo contrário, eu ando nas favelas e as coisas têm piorado a cada dia mais. Agora entrou o crack, tem as "cracolândias".

Falta um empenho maior do povo de Deus. O único que pode dar jeito nisso não é o governo; é o nome de Jesus. O nome de Jesus transforma as situações. Ele transforma vidas. 

Quando a igreja se mobilizar de fato, no sentido de ganhar almas para o Reino, as coisas vão mudar muito nas comunidades.

Guia-me: Embora soubesse que fosse um chamado de Deus, você em algum momento, principalmente no começo de ministério, sentiu medo por lidar com traficantes, criminosos?

Flordelis: Não. Não é nem pelo fato de eu ter sido criada na favela, mas eu acho que quando nós somos chamados por Deus, por Ele nós somos preparados. Eu fui preparada por Deus para esse trabalho.

Eu sou muito de não ter medo de nada. Nem de nada, nem de ninguém. Eu temo a Deus.

Guia-me: Como é administrar uma família com 50 filhos (hoje 44 convivem na mesma casa com Flordelis e o marido Anderson)?

Flordelis: É difícil visualizar isso, mas nós somos uma família normal. Acordamos todos os dias de manhã para levar os filhos para a escola. Apesar do meu trabalho como cantora evangélica, eu administro bem a minha casa. Nada aqui é comunitário; tudo é individual. Cada um tem o seu armário, as suas coisas pessoais. Eles precisam disso para poder ter a individualidade deles. É algo que eu sempre fiz questão que eles tivessem.

É cansativo, lógico. Tem dias que o cansaço é imenso, mas dá para suportar.

Guia-me: Por não ter formação em psicologia, você procurou um apoio profissional para essas crianças de famílias desestruturadas?

Flordelis: Os meus filhos hoje são rapazes e moças saudáveis. Trabalhamos em casa em cima da verdade de cada um. Eles sabem a sua história, nada é escondido para que realmente haja uma cura interior. Não tem psicólogo melhor e maior do que Jesus Cristo.

Guia-me: Você continua com o trabalho de recolher as crianças em situação de risco?

Flordelis: Não trago mais para casa porque não comporta mais. Mas eu continuo indo nas favelas, atendendo os jovens, adolescentes e crianças. Sou até muito procurada por eles. Me tornei um referencial para muitas meninas e meninos das comunidades que são molestados sexualmente. Nunca fui tão procurada como neste ano por crianças que estão sendo molestadas por alguém da família.

Hoje eu tenho o Instituto Flordelis de Apoio ao Menor, onde essas crianças são ocupadas durante o dia com aulas de música, vários instrumentos musicais como guitarra, contra-baixo, bateria, percussão. Eles têm aula de artesanato. Estou empenhada para conseguir computadores para que eles tenham aula de informática.

Guia-me: E o filme vem, entre outras, para ajudar na divulgação desse projeto.

Flordelis: Vai ajudar muito. Era algo que não esperávamos. Toda a nossa vida é guiada por Deus e Ele resolveu nos presentear com um filme que vai trazer uma visibilidade muito grande para a história do Evangelho.

O filme não é só a vitória da Flordelis, mas de todo o povo de Deus. É a primeira evangélica com uma história no cinema mundial. Vamos passar o filme também no exterior.

É o evangelho assumindo uma nova fonte de evangelismo. É um novo canal de evangelização. O filme ainda vai ter toda a trilha sonora evangélica, o que é algo inédito.

Esse filme foi feito pelo Marco Antônio para comprar a minha casa própria, que é um dos meus maiores sonhos porque não sou eterna e quando a minha hora chegar quero que os meus filhos tenham a segurança de estar uma casa própria deles.

E com esse filme poder ganhar muitas vidas para Jesus e levantar muitas pessoas que são chamadas para fazer a diferença mas têm medo de enfrentar as situações.

Guia-me: Sobre esse trilha sonora, que terá nomes como Fernanda Brum, Aline Barros e Beno César, você que sugeriu para o diretor Marco Antonio Ferraz?

Flordelis: Não. A trilha sonora iria ser da Ivete Sangalo, Ana Carolina. Ele [Marco Antonio Ferraz] foi a um culto conosco porque nunca tinha visto a Flordelis cantora gospel. Ele sentiu no coração que as músicas não poderiam ser as que ele tinha escolhido, mas sim as evangélicas. Juntos nós fizemos a escolha dos cantores.

Guia-me: E o que representa ter sua história contada por mais de 20 artistas globais?

Primeiro traz um reconhecimento muito grande, porque eu passei por períodos muito difíceis. Eu fui criada numa favela e hoje ver o meu nome falado dessa forma e ver a glória de Deus através da minha vida é muito bom.

Alguns artistas eu já conhecia por eu ter aparecido no Planeta Xuxa, como a Ana Furtado. Outra artista que não faz parte do filme mas que já era amiga nossa que é a cantora Elba Ramalho. Ela comprou todas as camas das crianças e nos ajudou bastante.

Depois desses artistas vieram outros pelo Marco Antônio. O projeto inicialmente seria um documentário, mas depois se tornou um filme.

Guia-me: O interessante é notar que esse artistas foram atraídos a Jesus pelo seu trabalho social.

Flordelis: É verdade. Muitos deles foram pela primeira vez a uma igreja depois que começaram as filmagens. No trailer do filme, o Marcelo Anthonny glorifica o nome do Senhor Jesus. Isso é a semente sendo plantada.

Guia-me: Como você aconselharia falar o Evangelho para uma celebridade?

Flordelis: Tem que ter sabedoria para abordar as pessoas. Cada pessoa é abordada de uma forma. Os artistas, por mais incrível que pareça, sofrem discriminação pelo povo evangélico. A abordagem é difícil, mas não impossível.

A Elba Ramalho já foi uma vez a uma Igreja evangélica, mas infelizmente ela não foi bem recebida como deveria.

Eu mostro que o meu Jesus não faz acepção de pessoas. Da mesma forma que ele me ama, Ele ama o artista. Ele só não ama o pecado, mas tem um cuidado imenso com a vida do pecador.

Em nome de Jesus eles vão viver uma experiência real com Deus. Que eles dobrem os joelhos e orem para que o Jesus da Bíblia se revele a eles. Muito têm feito isso e visto reposta de Deus em suas vidas. Eles então me ligam e dizem que sentiram algo diferente; uma paz interior diferente. Eles estão com alguma dor e dizem que ela passou. Eles então demonstram interesse em saber mais e acabam entrando numa Igreja e assistindo a um culto. O Espírito Santo tem trabalhado bastante para convencê-los.

Guia-me: Muitos projetos e comunidades não-evangélicas fazem projetos parecidos de acolhimento a crianças em situação de risco. Qual o diferencial de realizar um trabalho como esse movida por um posicionamento cristão?

Flordelis: O diferencial é que o nome de Jesus liberta de verdade. Ele não maqueia situações.

Existe uma saída para cada situação; para o vício da maconha, cocaína e do próprio crack que é um vício muito violento. Através do nome de Jesus é possível sair das drogas num prazo muito menor do que levaria com tratamento tradicional.

Guia-me: Já passou por problema de falta de submissão de algum filho, por não ser a mãe bilógica, de por exemplo um dos seus filhos te desrespeitar alegando que você não é a mãe biológica dele?

Flordelis: Até hoje isso ainda não aconteceu. Eu espero nunca passar por isso. Nem sei como seria. Doeria bastante ouvir isso de um filho.

Eu corrijo os meus filhos, converso até com os casados quando estão fazendo algo errado. Mas nunca nenhum abriu a boca para falar dessa forma. Pelo contrário, os meus filhos mais velhos que vieram para mim adolescentes tem um carinho muito grande e ver a forma que eles me tratam hoje é que me dá força para continuar.

Eu digo que eu sou mais filha deles hoje do que eles meus filhos

Guia-me: Por se tratar de um filme, como foi a escolha de apenas algumas histórias para serem exibidas no cinema, você colaborou na seleção?

Flordelis: Eu contei tudo para o Marcos e então ele escolheu alguns filhos para colocar. Mesmo porque ele tem a intenção de fazer Flordelis 2.

Esse filme começou como um documentário pequeno e se tornou algo grande. Ele não foi projetado para ser o que está sendo agora.

O segundo filme terá histórias tão fortes quanto o primeiro.

Guia-me: E essa seqüência seguiria o mesmo formato do primeiro, com os depoimentos?

Flordelis: Não. Seria um formato totalmente diferente.

Guia-me: Você pode destacar uma história em especial que você acredita que vá impressionar o público?

Flordelis: Nós pegamos três personagens e colocamos em um só. É um menino que é retirado do paredão da morte - não foi só um menino que foi livre da morte -. É algo que vai marcar por mostrar que não há impossível para Deus.

No momento final, em que ele seria assassinado, eu cheguei com a minha palavra de fé, com a autoridade de Deus sobre a minha vida e consegui a vitória.

Eu saio com rapaz e a cena encerra com o louvor "Campeão" que foi gravado com todos os cantores da gravadora MK Music.

Guia-me: Existe a pretensão de fazer uma sessão do filme nas comunidades?

Flordelis: Com certeza. Já temos um projeto de passar esse filme nas comunidades até para que outras(os) "Flordelis" se levantem. Tem muita gente que tem vontade de fazer mas fica esperando ter condições. Eu quero passar isso: - Não esperem as condições, faça. Deus vai prover todas as coisas.

Trailer de "Flordelis - Basta uma Palavra para Mudar":

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