Augustus Nicodemus comenta o assunto em artigo no seu blog pessoal

Cair de quatro e imitar um leão é de Deus ou de Satanás?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:15

Muitos líderes de igrejas e ministérios têm mostrado atualmente fenômenos espirituais como o “cair no espírito” ou imitar animais no palco, levando ao delírio do público que os seguem fazendo a mesma ação.

Esse fenômeno que acontece nas igrejas, principalmente as pentecostais, tem sido questionado por parte da igreja evangélica que alerta para um correto discernimento do que é de Deus e o que não é.

O estudioso, Augustus Nicodemus, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, citou em um artigo publicado nesta quinta-feira em seu blog, episódios como o de Ana Paula Valadão que imitou um leão no palco durante um evento em 2009.


Nicodemus alerta para o bom entendimento desses “atos proféticos”. Segundo ele, o imitar dos animais em palco sob a “unção” do Espírito Santo pode ter começado em 1995, na igreja do Aeroporto de Toronto, no Canadá, conhecida por ser o berço do “riso santo”.
“Naquele ano, um pastor chinês, líder das Igrejas chinesas cantonesas de Vancouver, Canadá, durante o período de ministração na Igreja do Aeroporto, começou a urrar como um leão,” explica Nicodemus.
O fenômeno foi considerado do Espírto Santo pelo pastor principal da igreja, John Arnott,fato que levou a igreja a ser desligada de sua denominação, a Vineyard Fellowhip.
A partir daí “a moda pegou”, segundo ele, e sons de animais passaram a ser parte da “benção de Toronto”. “Houve casos de pessoas rugindo como leão, cantando como galo, piando como a águia, mugindo como o boi, e gritando como um guerreiro”.


No cenário de hoje, Nicodemus acredita que os argumentos utilizados para esses “atos proféticos” estão baseados no fato de Deus ter enviado seus servos a transmitirem mensagens ao povo usando objetos e dramatizando a mensagem.


Um dos exemplos que ele cita vem de Jeremias 27:2, em que Deus mandou Jeremias atar canzis (cangas) ao pescoço como símbolo do cativeiro do povo de Israel.
Os atos simbólicos que Jesus determinou, entretanto, foram o do batismo aos discípulos com água, comer pão e beber o vinho em memória dele, afirma o reverendo. Fora disso, não há nenhuma recomendação de uso de atos simbólicos para transmitir a mensagem do Evangelho, de acordo com ele.


Para o apologista Johnny T. Bernardo, fundador do Instituto de Pesquisas Religiosas (INPR), caracaterísticas como essas dentro da igreja, são individuais e variam de igreja para igreja e país para país.


Para ele, fenômenos como o “cair no espírito” é “natural”, mas precisa de acompanhamento bíblico e eclesiástico.Ele alerta que muitas igrejas interpretam o fenômeno fugindo à reta da ortodoxia e pode constituir um prejuízo ao Evangelho.
“A virtude do Espírito é dada à Igreja como uma forma de “dunamis” (poder, impulso) para que esta realize a obra de Deus (Atos 1.8). é mais um sinal interno do que externo”, disse o apologista.

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