A Bíblia Sagrada pode ter sido escrita ainda mais cedo do que pesquisadores acreditavam, de acordo com uma nova análise feita a partir de antigos fragmentos de cerâmica encontrados em Israel.
Em um estudo publicado na segunda-feira (11), pesquisadores da Universidade de Tel Aviv acreditam revelaram que a alfabetização pode ter sido muito mais difundida na antiga Judéia do que se acreditava.
Manuscritos feitos sobre fragmentos de cerâmica, datados por volta de 600 a.C., foram encontrado na fortaleza de Tel Arad, em 1970. Atualmente, as peças históricos tem sido analisadas por meio de sofisticados mecanismos tecnológicos.
As inscrições são, em sua maioria, formadas por uma lista de compras ("e um ômer cheio de vinho, traga amanhã; não se atrase", dizia um dos trechos) e comandos militares. No entanto, o que torna os manuscritos notáveis, segundo os especialistas, é perceber que eles foram escritos por pessoas de todas as classes sociais.
"Em outras palavras, o exército inteiro, desde altos oficiais até humildes vice-contramestres de pequenos postos do deserto, eram alfabetizados", concluiu o estudo. "Isto implica que uma infraestrutura educacional, que poderia apoiar a composição de textos literários em Judá, já existia antes da destruição do primeiro Templo."
Relação bíblica
Muitos estudiosos têm defendido que os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco, não poderiam ter sido escritos há 600 a.C., pois não haviam escribas suficientes na época. No entanto, se as taxas de alfabetização foram maiores do que anteriormente registradas, é possível concluir que grandes trechos do Antigo Testamento estavam sendo produzidos antes da destruição do rei babilônico Nabucodonosor, em 587 a.C.
"Nós encontramos evidências indiretas da existência de uma infraestrutura educacional, o que poderia ter permitido a composição dos textos bíblicos", disse o professor Eliezer Piasetzky, da Universidade de Tel Aviv. "A alfabetização existiu em todos os níveis dos sistemas administrativos, militares e sacerdotais de Judá. A leitura e a escrita não estavam limitados a uma pequena elite."
No entanto, alguns acadêmicos têm advertido contra essas conclusões. O professor Edward Greenstein, da Universidade Bar-Ilam, próxima a Tel Aviv, disse que embora alguns textos bíblicos tenham sido escritos mais cedo do que se acreditava, eles ainda não haviam sido amplamente divulgados entre a população judaica da época.
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