Pesquisas indicam que o Brasil está prestes a se tornar uma minoria católica ainda este ano, de acordo com especialistas.
De acordo com Francis X. Rocca, Luciana Magalhães e Samantha Pearson, três jornalistas do Wall Street Journal, o declínio do catolicismo no Brasil e em toda a América Latina é definitivo.
De acordo com uma pesquisa de janeiro de 2020 do instituto Datafolha, a proporção de católicos no Brasil correspondia a 51%, enquanto o percentual de evangélicos cresceu para 31%. A posição de país majoritariamente católico, no entanto, está prestes a desaparecer.
No Rio de Janeiro, isso já aconteceu. Os católicos representam 46% da população, de acordo com o último censo nacional de 2010, e pouco mais de um terço de algumas favelas pobres.
“O Vaticano está perdendo o maior país católico do mundo – é uma perda enorme, irreversível”, disse José Eustáquio Diniz Alves, um importante demógrafo brasileiro e pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), falando ao WSJ.
No ritmo atual, ele estima que os católicos representarão menos de 50% de todos os brasileiros até o início de julho.
Os católicos já eram minoria em sete países da região, como Uruguai, República Dominicana e cinco na América Central, de acordo com uma pesquisa feita em 2018 pelo Latinobarómetro, um instituto de pesquisa com sede no Chile.
A América Latina e o Caribe abrigam 41% dos católicos do mundo, segundo o Vaticano. As estimativas de quantos latino-americanos permanecem católicos variam, mas todos os lados concordam que as porcentagens estão caindo.
De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, 69% dos latino-americanos eram católicos em 2014, embora 84% tivessem sido criados na Igreja Católica. Enquanto isso, 19% por cento dos latino-americanos se identificaram como protestantes. Destes, 65% se identificaram como pentecostais.
Os evangélicos são o grupo religioso que mais cresce no Brasil. (Foto: Igreja Batista Atitude)
Entre 1970 e 2020, o número de pentecostais no Brasil cresceu de 6,8 milhões para 46,7 milhões, segundo o World Christian Database. Na Guatemala, eles cresceram mais de dez vezes, de menos de 196.000 para 2,9 milhões.
De acordo com a pesquisa Pew de 2014, a maioria dos ex-católicos na América Latina justificam sua mudança de fé por uma conexão mais pessoal com Deus — algo que foi citado por 81% dos entrevistados. Quase seis em cada 10 disseram que deixaram o catolicismo porque encontraram “uma igreja que ajuda mais os membros”.
É o caso de Tatiana Aparecida de Jesus, uma ex-prostituta e ex-viciada em crack, que no ano passado se juntou a uma pequena igreja pentecostal no centro do Rio, e deixou sua antiga vida para trás.
“O pastor me abraçou sem pedir nada”, disse Maria de Jesus, de 41 anos, que foi criada como católica e passou a ser evangélica .“Quando você é pobre, faz muita diferença quando alguém apenas te diz 'bom dia', 'boa tarde' ou aperta sua mão”.
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