Celebração ecumênica reúne igrejas e religiões no Realengo

Celebração ecumênica reúne igrejas e religiões no Realengo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:47

A parte frontal a escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio, foi palco, nesta manhã, de celebração ecumênica que reuniu 2,5 mil pessoas e lideranças de igrejas e religiões. O ato começou com uma missa de sétimo dia e foi transformada numa celebração ecumênica.

Foi um momento de memória e homenagem às vítimas do atirador Wellington Menezes de Oliveira, que matou 12 crianças no local na última quinta-feira, dia 7. Foram interditadas as ruas Tabelião Luiz Guaraná, Jornalista Marques Lisboa e General Bernardino de Matos, no entorno da escola.

A secretária municipal de educação, Cláudia Costin, representou o prefeito e falou em nome de todas as autoridades presentes. “Todas as religiões lamentam a perda de crianças. O caráter sagrado da escola foi atingido. A escola é como um templo, onde nascem os nossos sonhos, mas não vamos deixar que isso tire a nossa motivação e não vamos parar de lutar por justiça", afirmou.

Participaram da celebração dom Orani Tempesta, da arquidiocese católica, dom Filadelfo Oliveira, da diocese anglicana e presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio), pastor José Roberto Cavalcante, da Igreja Presbiteriana Unida, o sheik Jirad Hassan, da comunidade muçulmana, o babalorixá Ivanir dos Santos e representantes da comunidade judaica e de Igrejas evangélicas.

Quando o representante da religião islâmica, Jirad Hassan, estava falando ao público presente, chegou ao local o segundo sargento Márcio Alexandre Alves, que salvou muitas crianças ao entrar no prédio da escola e perseguir o matador. Alunos e pais queriam abraçar e beijar o policial, que em seguida subiu ao tablado onde estavam autoridade e religiosos. Hassan observou que "Deus nos enobreceu, nos deu inteligência, conhecimento e consciência para que façamos bom uso dessas qualidades. Deu-nos poder de discernimento e precisamos respeitar todas as religiões, para que não aconteçam atrocidades, crimes e tragédias".

Um helicóptero jogou pétalas de flores sobre a cerimônia, que congregou parentes das vítimas, professores, professoras, alunos, alunas e funcionários da escola. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, e Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, são algumas das pessoas que acompanham o evento.

A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) do Rio divulgou nota no final da tarde de terça-feira, 12, na qual informa que, de seis alunos internados em função do massacre, apenas um aluno segue em estado grave, L.V.S.F., 13, que está sedado e respirando com ajuda de aparelhos, no pós-operatório da neurocirurgia do Centro de Tratamento Intensivo pediátrico do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.

O palco utilizado para a realização da missa começou a ser montado ainda na tarde de terça-feira, em um dia muito movimentado na escola. Pais e alunos voltaram ao local para buscar o material deixado no dia dos ataques e para uma reunião com a secretária Claudia Costin. As crianças também se reuniram para dar um abraço simbólico na escola.

"A escola tem que voltar a ser um local onde as crianças possam estudar com tranquilidade", disse dom Orani Tempesta. Em breve discurso, o sargento Alves concordou. "Não abandonem a escola. Vocês só podem superar tudo ser ficarem juntas. É fundamental que vocês continuem na mesma escola para superar o que aconteceu. Este trauma vai passar".

Após reunião com diretores da unidade, psicólogos, assistentes sociais, professores, funcionários e pais de alunos, Costin afirmou que a readaptação das crianças deve demorar três semanas. Os psicólogos sugeriram um trabalho mais individualizado, que será feito com as crianças e não um grande evento, evitando assim a superexposição dos alunos.

Costin anunciou que para receber os alunos, os professores foram orientados a realizar atividades artísticas e lúdicas - como pintura e poesia - para que o trauma das crianças seja aliviado. O prédio passará por reparos e obras, a mobília será trocada e o espaço sofrerá modificações. “A escola precisa renascer das cinzas”, disse Costin, garantindo que a decisão dos alunos de deixar a unidade será respeitada.

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