Celibato obrigatório pode ter contribuído para o abuso sexual de crianças, diz relatório da Igreja Católica

De acordo com o relatório, a Igreja e seus líderes, ao longo de muitas décadas, pareciam fechar os olhos para os abusos a fim de proteger a instituição, em vez de cuidar da criança.

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 15 de dezembro de 2014 às 22:07

O celibato obrigatório para padres pode ter contribuído para os casos de abuso sexual de crianças na Igreja Católica. Essa é a conclusão que o Conselho da Verdade, da Justiça e da Cura, na Austrália, encontrou.

O relatório foi divulgado na sexta-feira (12/12) como uma resposta à Comissão Real, onde quase 30% das crianças vítimas de abuso sexual testemunharam que foram abusadas ​​por um membro do clero.

Francis Sullivan, presidente do Conselho, disse que os sacerdotes precisam desenvolver sua consciência emocional e sexual. "Eles estão em um ambiente, em um serviço, que é muito íntimo e próximo com as pessoas. Eles precisam que seja esclarecido quais são suas fronteiras, e o que é ou não apropriado", disse ele.

Sullivan deixou claro que o grupo não estava sugerindo a abolição do voto de celibato, mas sim abordando como os sacerdotes podem manter a integridade dos seus votos. "É sobre a aprendizagem dos riscos de ultrapassar as fronteiras. Conhecer os riscos que a intimidade pode trazer", disse ele. "Nós não estamos falando sobre a anulação do voto de celibato”.

"Quando você tem um grande inquérito sobre a cultura dos abusos sexuais na Igreja Católica, você não pode simplesmente colocar a cabeça na areia. É muito claro que, em alguns casos, sacerdotes inadequados que transpassaram os limites em seu serviço paroquiano", disse ele.

De acordo com o relatório, a Igreja e seus líderes, ao longo de muitas décadas, pareciam fechar os olhos para os abusos a fim de proteger a instituição, em vez de cuidar da criança.

O relatório também disse que o conselho apoia um regime de indenização legal para as vítimas de abuso sexual, onde a justiça trataria diretamente com elas. "A igreja não deve mais investigar a si mesma. Ela não tem a confiança das vítimas", disse Sullivan.

O conselho, formado em 2013 por líderes de igrejas católicas australianas, recebeu provas de que o abuso ocorria em 703 instituições católicas, incluindo escolas, na Austrália. As instituições católicas compõem 40% de todas as instituições denunciadas.

 

Com informações de The Guardian
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