Segundo o arqueólogo e historiador Rodrigo Silva, numa publicação recente em seu canal no YouTube, a atual supremacia chinesa não garante que essa nação dominará o mundo. “Eu sei que pode até parecer um ‘suicídio intelectual’ afirmar que a China não vai dominar a cultura mundial”, disse o arqueólogo que justifica sua resposta usando a Bíblia.
Ele acredita que muitas profecias contidas nas Escrituras já foram cumpridas e as que ainda faltam, vão se cumprir à risca. “Aguardo o cumprimento das profecias, não me baseando no achismo, mas numa fé que é racional”, disse.
O livro de Daniel e o futuro da humanidade
Rodrigo Silva aponta para o livro de Daniel como sendo a fonte das respostas mais coerentes quando a pergunta é relacionada ao domínio mundial. Ele ressalta que esse livro já foi reconhecido tanto pela arqueologia atual, já que seus manuscritos foram encontrados nas cavernas de Qumran, mar Morto, quanto pelo próprio Jesus, quando reconheceu Daniel como profeta. "Assim, quando vocês virem ‘o sacrilégio terrível’, do qual falou o profeta Daniel…” (Mateus 24.15)
Jesus estava respondendo aos discípulos sobre o tempo do fim e os sinais de sua volta. No “sermão profético”, como é conhecido o texto de Mateus 24, Cristo falou sobre diversos sinais que seriam destaque a partir de um período conhecido como Princípio das Dores. Terremotos, guerras, ódio e traição, falsos profetas, aumento da maldade e a pregação do Evangelho a todos os povos.
Sobre o governo do anticristo profetizado para o fim dos tempos, conforme Apocalipse 13.8, indicando a existência de um governo global, o arqueólogo também relaciona as profecias feitas por Daniel.
O profeta Daniel falou sobre os reinos globais que dominariam o mundo. Primeiro através do sonho do rei Nabucodonosor sobre a estátua feita de metais — ouro, prata, bronze, ferro e ferro misturado com barro (Dn 2.32) e segundo sobre a visão dos animais — carneiro e bode (Dn 8.4).
Profecias de Daniel
“Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma grande estátua: uma estátua enorme, impressionante, e sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era feita de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de bronze, as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.” (Daniel 2.31-33)
O teólogo explica que o ouro representava a Babilônia, o reino mundial daquela época. Mas aquele reino seria substituído por outro mais fraco simbolizado pela prata, no caso o império Medo-persa. O bronze apontava para a Grécia e o ferro para Roma. A Bíblia profetiza sobre essa transição de governos através de símbolos, sonhos e visões.
“Em 538 a.C., Dario e Ciro se aliaram à Média e Pérsia [carneiro de dois chifres, conforme Dn 8.3], conseguiram desviar o curso do rio Eufrates e entraram na Babilônia no momento em que o filho do rei estava comemorando e bebendo vinho nas taças sagradas que tinham sido roubadas de Jerusalém. Ele foi morto naquela mesma noite e a arqueologia confirma isso. Foi a primeira transição de governo conforme o sonho da estátua”, explicou o arqueólogo.
Rodrigo também conta que, em 331 a.C., Alexandre, o Grande se destacou por desejar dominar o mundo. Seu exército era menor que o dos persas, ou seja, era inferior, por isso era representado pelo bronze. Esse império, a Grécia, foi dividido em quatro partes.
“De fato, quando Alexandre morreu seu reino se dividiu porque ele não deixou herdeiros. Os quatro generais Cassandro, Selêuco, Lisímaco e Ptolemeu dividiram o reino entre si. Depois disso, veio Roma [ferro] como a nação soberana do mundo”, explicou.
Qual será o próximo reino?
De acordo com a profecia, o próximo reino simbolizado por “ferro e barro” substituiria Roma. “E, como viste, o ferro estava misturado com o barro. Isso quer dizer que se procurará fazer alianças políticas por meio de casamentos, mas essa união não se firmará, assim como o ferro não se mistura com o barro.” (Daniel 2.43)
“A profecia diz que o último reino do mundo seria o ‘reino esfacelado’ de Roma. Quer dizer que nunca mais o mundo terá um reino unificado como foi no passado. A Europa de hoje, fragmentada, é justamente o Império Romano dividido”, apontou.
Rodrigo explica que a história da Europa toda é formada por várias tentativas de reunificação através de casamentos e que nenhuma delas deu certo, pelo contrário, só se via as monarquias caindo. “Também tentaram unir as nações através de batalhas e não deu certo”, lembrou citando Napoleão Bonaparte, Carlos Magno e Adolf Hitler.
“Mesmo com a profecia que fala do anticristo que está em Daniel e Apocalipse, não quer dizer que haverá novamente um império mundial como foi Roma, Babilônia, Grécia ou Pérsia. Nós continuaremos com esse reino dividido até o fim”, esclareceu concluindo que nem a China e nem outra nação terá um domínio global.
“Estamos aqui vivendo os dias dos ‘dedos da estátua’, olhando para trás e vendo que as profecias se cumpriram de maneira maravilhosa. Isso mostra que a Bíblia foi escrita por homens, mas a inspiração foi de Deus”, afirmou.
"Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído e que nunca será dominado por nenhum outro povo. Destruirá todos esses reinos e os exterminará, mas esse reino durará para sempre”. (Daniel 2.44)
“Eu sou um teimoso apaixonado pela Bíblia, mas não um apaixonado cego. Eu vejo tantas evidências de que as profecias foram se cumprindo ao ‘pé da letra’ que eu chego à conclusão racional de que esse livro não é um ‘conto da carochinha’. Se as profecias bíblicas se cumpriram até aqui, elas vão se cumprir até o fim. Ou seja, o próximo reino será o de Cristo que, conforme a profecia, é a pedra que se solta de uma montanha sem auxílio de mãos, e que ao rolar vai esmigalhar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro”, finalizou.
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