Um dia, numa ação planejada, cada um foi escolhido a dedo. Todos com potencial para participar do Clube. Cada um agregando ao seleto grupo habilidades e capacidades específicas. Com o passar dos anos foram conquistando admiradores. A cada lance espetacular a vibração do público era geral. Tudo muito bom, tudo muito bem, até que chegou o racha. Interesses materiais, grana. O raciocínio estimulador era: Para que dividir com todos se tudo pode ser só meu? Rapidamente o que se viu foi confusão, separação, traição, enfraquecimento. Será que o Clube dos 13 vai sobreviver?
O Clube dos 13 que representa o futebol, não sei. O Clube dos 13 do parágrafo acima, vai. Há dois mil anos sobreviveu, cresceu e se multiplicou. Jesus e os doze iniciaram todo o processo do discipulado que até hoje se espalha por casas, sítios, empresas, faculdades, escolas, enfim, por pequenos grupos espalhados no mundo inteiro.
Os evangelhos narram a descrição inicial que fiz. Jesus escolheu, chamou, treinou e capacitou os doze. A crise, depois de um certo tempo se instalou. Teve a traição, a morte e o sepultamento. Para os torcedores contrários, parecia ter acabado aquele Clube dos 13. Que nada, ao terceiro dia Jesus ressuscitou. Outro apóstolo foi colocado no lugar do traidor. Renovados e fortalecidos todos continuaram. O sucesso foi e é tão grande que hoje contamos bilhões de cristãos nos continentes.
Vamos tentar deixar a paixão de lado. Assim como o início cheio de ideal e justiça marcou o Clube dos 13 do futebol, o Clube dos 13 na bíblia também teve seu início nobre. Assim como o racha que ameaça se consumar agora no futebol, a instituição Igreja também já rachou inúmeras e incontáveis vezes pelos mais variados motivos. A morte da Igreja já foi anunciada diversas vezes na história. A mesma história, no entanto, nos informa que ela continua crescendo, vencendo e atraindo seguidores. Seguidores que até hoje aceitam e pregam uma só mensagem, a mesma mensagem pregada por aquele Clube dos 13 há dois mil anos.
Talvez aqui tenhamos uma boa metáfora. Talvez. O Clube dos 13 da bíblia ecoa até hoje e continua conquistando porque tinha como presidente simplesmente o Senhor Jesus, incorruptível, justo, perfeito e santo. Os doze aprenderam com Ele e seguiram seus passos. Através dos anos foram refinados num caráter que só melhorou. Traídores, por outro lado, são apenas isso: traídores. Pensam que estão ganhando, com o passar do tempo, os diferentes tipos de tragédias em que se enroscam revelam que só perderam. Talvez, insisto, o paralelo faça sentido.
Não precisamos chegar aos 100 anos de idade para concluirmos algumas coisas. Os últimos 20 anos bastam. Quantos ministérios focados na grana vimos nascer, subir e cair? Quantos, envolvidos nos mais esquisitos e misteriosos interesses? Quantos traindo a fé ingênua, portanto manipulável, do seu povo? Quantos? Por outro lado, quantos ministérios lindos, submissos a Palavra, dispostos a chorar e sofrer pelo evangelho, suportando perseguições e calúnias, enfim, vencendo por causa do alicerce na rocha, também temos testemunhado?
Se rachar, o Clube dos 13 rachará por paixões e interesses inerentes ao capitalismo, como o futebol que representam, é só um mero jogo de interesses, não tem santinho de nenhum dos lados, ao contrário, é tanta puxada de tapete que se merecem. Por tudo isso estou ao lado do Clube dos 13 da bíblia, aquele sem as complicações das placas de igreja, estatutos, regimentos e ações resumidas a pode e não pode. Sou um apaixonado torcedor do exemplo deixado por aquele Clube dos 13 das páginas de Mateus, Marcos, Lucas e João. O exemplo do amor e da comunhão, não o do ódio e da competição. O exemplo do perdão e da inclusão, não o da vingança e da exclusão. Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos têm o meu voto, Jesus, o meu coração. O resto não passa de taça de bolinhas, não serve para nada, a não ser causar intrigas e disputas sem noção e cheias de nhém, nhém, nhém.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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