O ano de 2017 viu numerosas descobertas arqueológicas que puderam ser usadas para comprovar histórias da Bíblia, incluindo novas análises, o que fortaleceu os relatos históricos sobre o suposto túmulo de Jesus Cristo.
Das fábricas de canecas - perto da antiga cidade de Caná - onde Jesus transformou a água em vinho, passando pela possível descoberta dos ossos do apóstolo Pedro, até o grande o trabalho de escavação, dando provas de grandes batalhas e conquistas descritas na Bíblia, o ano teve grandes descobertas.
Em alguns casos, como a análise de amostras de argamassa no túmulo de Cristo, o processo dependeu de métodos tecnológicos que produziram uma nova visão da evidência de alguns dos eventos cristãos mais importantes da história.
Aqui estão sete das maiores descobertas arqueológicas bíblicas em 2017:
1. Conquista da Babilônia sobre Jerusalém
O trabalho de escavação realizado pela Autoridade de Antiguidades de Israel no Parque Nacional dos Muros de Jerusalém encontrou numerosas provas em julho apontando para a conquista de Jerusalém pelo rei Nabucodonosor do Império Babilônico no século VI a.C, conforme descrito no Antigo Testamento.
A organização científica disse que encontrou vários artefatos únicos e raros, incluindo madeira carbonizada, sementes de uva, cerâmica, escamas de peixes e ossos.
"Essas descobertas retratam a riqueza e o caráter de Jerusalém, capital do reino da Judeia, e são uma prova fascinante do desaparecimento da cidade nas mãos dos babilônios", afirmou um vídeo da IAA.
O evento histórico é significativo tanto para judeus como para cristãos, com compartilhamento de relatos que o exílio terminou em 538 a.C, quando Ciro, o Grande deu aos hebreus a permissão para retornar às suas terras.
2. Ossos de S. Pedro
Um trabalhador em Roma descobriu em setembro alguns ossos dentro de potes de argila na Igreja de Santa Maria, em Cappella, que supostamente pertenceriam a S. Pedro, um dos apóstolos de Jesus Cristo - e considerado pelos católicos romanos como "o primeiro papa".
O Vaticano disse que vai aguardar uma comparação de DNA entre as relíquias recém-descobertas e outros ossos de São Pedro que ele mantém antes de comentar sua autenticidade.
O operário disse que os vasos contendo os ossos foram encontrados enterrados sob uma grande laje de mármore perto do altar medieval da igreja, que ficou fechado por 35 anos.
As relíquias podem ter sido mantidas na igreja de Santa Maria durante séculos após um conflito de poder interno na Igreja Católica, voltando ao reinado do Papa Urbano II no século 11.
A Bíblia diz que Pedro negou a Cristo três vezes, antes de se arrepender, e depois foi crucificado de cabeça para baixo em Roma no primeiro século como um mártir cristão.
3. Casa dos discípulos de Jesus
Outra descoberta sobre Peter foi relatada em agosto, quando uma equipe de arqueólogos disse que poderiam ter encontrado a casa de três dos discípulos de Jesus na cidade romana perdida de Julias, próximo ao Mar da Galileia.
Julias foi construída como parte da cidade de Bethsaida, citada em João 1:44 como a cidade natal de Felipe, André e Pedro.
"A equipe acredita que o local de várias camadas, descoberto na margem norte do Mar da Galiléia, na Reserva Natural do Vale de Bethsaida, seria o ponto exato de localiza da casa", afirmou o jornal israelita Haaretz na época.
"A descoberta-chave é da construção e um banheiro mais avançado, de estilo romano. Isso por si só indica que houve uma cidade lá, não apenas uma vila de pescadores...", acrescentou.
Pesquisadores do Kinneret College observaram que a descoberta de uma igreja no antigo local da casa dos apóstolos correlaciona-se com os relatos de um viajante cristão no século VIII, que disse que "na casa de Tsaida a igreja foi construída em homenagem a Pedro e André".
4. Batalha em que o Rei Davi lutou
Os arqueólogos disseram em janeiro que escavaram uma antiga muralha do século X a.C. na região do deserto de Arava, no sul do país, fazendo alusão à captura do rei David da terra de Edom, conforme encontrado em 2 Samuel 8:13 na Bíblia.
Os pesquisadores encontraram um local de fundição de cobre junto com a parede das minas de cobre de Timna, que uma vez tinham pelo menos cinco metros de altura.
Numerosas pedras foram encontradas perto do local, as quais também poderiam servir de prova da grande batalha bíblica, conforme acrescentaram os pesquisadores.
Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv, chefe da equipe que descobriu a estrutura, apontou que o cobre teve um grande valor para as organizações militares naquela época.
"Como o petróleo é hoje, o cobre talvez tenha sido a mercadoria mais cobiçada na época e aterrissou no coração de conflitos militares. A descoberta da fortificação indica um período de grande instabilidade e ameaças militares naquela região", disse ele.
5. Fábrica de Vasos
A descoberta de uma antiga fábrica de vasos e canecas perto do que antes era a cidade de Caná, em Israel, foi usada como referência a uma das histórias bíblicas mais famosas, ou seja, o casamento onde Jesus transformou a água em vinho.
O arqueólogo Yonatan Adler e sua equipe encontraram "fragmentos de canecas de tijolos e tigelas juntamente com milhares de núcleos de giz cilíndricos descartados no processo de esvaziar os vasos com um torno", informou a AFP.
"Eles são típicos de um período desde a segunda metade do primeiro século a.C até o meio do século I d.C. Os judeus do período usaram uma louça de barro vidrado por razões de observância religiosa", acrescentou.
O evangelho segundo João 2:1-12 menciona a festa de casamento na qual Jesus realizou seu primeiro milagre, e também detalha seis grandes vasos de água de pedra, que foram usados para ritos de purificação judaicos.
Adler sugeriu que esses frascos de pedra teriam sido produzidos em algum lugar da área.
"O que é fascinante aqui é que, pela primeira vez, temos provas físicas da produção de vasos de pedra aqui na Galileia", disse ele.
6. Descoberta de Corinto
Novas buscas arqueológicas no antigo porto do terremoto que atingiu a cidade bíblica de Corinto, que agora está subaquática, descobriram detalhes sobre antiga cidade. Corinto foi visitada pelo apóstolo Paulo, enquanto ainda estava sob o domínio romano, de acordo com a Bíblia.
Os arqueólogos gregos e dinamarqueses que investigam as áreas portuárias de Lechaion, como parte do projeto Lechaion Harbor, descobriram vestígios de engenharia romana e edifícios antigos, o que comprova boa parte do relato bíblico sobre a cidade.
"Por quase duas décadas, busquei o contexto arqueológico perfeito em que todo o material orgânico normalmente não encontrado em terra estivesse preservado", afirmou Bjørn Lovén, diretor do projeto, segundo o jornal 'Sunday Express'. "O potencial para descobertas mais únicas é o sopro da mente".
O porto, que está localizado no golfo de Corinto, era anteriormente um dos dois que conectou Corinto para trocar redes na região que ajudaram a área a tornar-se fabulosamente rica. Os romanos destruíram Corinto em 146 aC ao conquistar a Grécia, e Júlio César reconstruiu a cidade e seus portos em 44 aC.
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