Coronel Evandro Teixeira, do PMs de Cristo, comenta relação entre polícia e igreja: "Existem preconceitos"

"Nós estamos vendo índices criminais que preocupam a sociedade brasileira e paulista, mas a igreja não se une à polícia para tentar fazer alguma coisa. Ela não procura buscar objetivos comuns para tentar reduzir essa violência e as condições negativas da sociedade. Ela para nas pequenas dúvidas: ''É pecado ou não é?'", aponta o coronel.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quarta-feira, 19 de agosto de 2015 às 14:23

 


Coronel Evandro, do projeto PMs de Cristo em entrevista exclusiva ao Guiame durante a 4° FLIC. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)

 
O livro "A Polícia e a Igreja: uma parceria para o desenvolvimento da comunidade e o combate à violência" é resultado de uma dissertação de mestrado do Coronel da Polícia Militar Evandro Teixeira Alves, apresentada na conclusão do curso Teologia na FaTeo. O que hoje se resume em uma obra literária começou com a intenção de impactar a polícia e os cristãos, criando uma ligação entre as duas comunidades.
 
Em entrevista exclusiva ao Guiame durante a 4° FLIC, o Cel. Evandro, do projeto PMs de Cristo, falou sobre a resistência que a igreja tem com o trabalho da polícia. "Aqui na feira, várias pessoas quando viram o nosso stand, a grande pergunta que pairava era: 'O policial cristão, quando mata alguém, comete pecado?'. A igreja tem muita dificuldade de entender o papel da polícia tanto no aspecto social como no aspecto da redução da violência e da criminalidade", disse ele.
 
"Nós estamos vendo índices criminais que preocupam a sociedade brasileira e paulista, mas a igreja não se une à polícia para tentar fazer alguma coisa. Ela não procura buscar objetivos comuns para tentar reduzir essa violência e as condições negativas da sociedade. Ela para nas pequenas dúvidas: ''É pecado ou não é? Pode ou não? Está certo ou errado?'", aponta o coronel.
 
Resistência da polícia
O Cel. Evandro afirma que ainda existem alguns preconceitos por parte da polícia, mas ele é um exemplo vivo de que isso mudou. "A polícia tem programas para tratar policiais que sofrem acidentes ou são baleados, assistência psicológica para policiais que se defrontam com crises ou mortes, mas para o tratamento espiritual a polícia não tem programa", conta.
 
Os PMs de Cristo, que existem há 23 anos, têm atuado dentro dos quartéis junto aos comandantes, que são os grandes formadores de opinião na polícia. "É necessário sim trabalhar na vida do policial de forma integral: mente, corpo e espírito. A gente tem mostrado isso para a polícia, e ela percebeu que há uma grande necessidade de alguém trabalhar a parte espiritual do policial. Então esse preconceito diminuiu muito, e os PMs de Cristo são chamados para fazer esse tipo de trabalho", continua Teixeira.
 
"A minha proposta é que a polícia possa entrar mais no espaço da igreja, e que a igreja possa entrar mais no espaço da polícia, e que elas possam fazer planos juntas de melhoria de condições da sociedade, especialmente daqueles bairros mais carentes, onde a gente sabe que os índices criminais são um pouco maiores", aponta o coronel.
 
Para comprar o livro, acesse o site Loja da Família, braço da Universidade da Família.
 
Confira a entrevista completa:
 

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