A correção entre cristãos na internet: uma Cultura de Ataque

O surgimento dos teólogos de poltrona, que ofendem seus irmãos com comentários repletos de ira e orgulho é criticado por Phil Cooke, escritor americano.

Fonte: guiame.com.brAtualizado: sábado, 20 de dezembro de 2014 às 21:00

Não há dúvidas de que a internet trouxe coisas maravilhosas ao cristianismo. Hoje temos a educação online, com conteúdo disponível para todos, as mídias sociais que incentivam as pessoas a apoiar grandes causas e outras ferramentas de comunicação que nos conecta a partir dos quatro cantos da terra. Mas a internet também criou algo que eu acredito estar rasgando o tecido da rede da nossa fé. Foi criada a cultura do ataque.

Nos sites de notícias cristãs, mídias sociais e outras plataformas sempre aparece algum cristão "corrigindo" um outro cristão – e os chamando pelo nome. Os comentários podem variar de argumentos sobre música e adoração, disputas teológicas, divergências sobre estilos de ministério, a acusação de heresias e enxurradas de críticas. Enquanto existem teólogos qualificados, pastores e líderes a quem devemos respeitar e ouvir, há também um tsunami de teólogos de poltrona, ex-membros de igreja cheios de raiva, que estão tão convencidos de suas críticas que precisam compartilhar.

As pessoas se sentem confortáveis "corrigindo" um irmão publicamente sem nunca ter conhecido ou sabendo muito pouco sobre o pano de fundo do alvo da crítica, e um culpado significativo disso é a tecnologia em si. Com milhares de notícias, e uma constante enxurrada de blogs e mídias sociais, a internet está nos bombardeando com uma sobrecarga de informações, e o que pode ser pior – a facilidade em responder. Assim que lemos algo que não gostamos, basta um clique para enviar uma resposta com raiva, postar um comentário aquecido, ou escrever um artigo de opinião.

Eu sou tão culpado quanto qualquer um, e isso está me ensinando a não reagir imediatamente, só porque eu posso.

A Internet deu-nos a ilusão de intimidade. Lemos livros, artigos, sermões, ou assistimos vídeos de algumas pessoas, e sentimos que os conhecemos. Então por que não compartilhar o que acha que está errado? Mas essa ilusão de intimidade é apenas isso – uma ilusão. Isso nos distrai do importante princípio de chegar até eles pessoalmente em primeiro lugar, e fazer o esforço, por vezes difícil, de mantê-lo privado e salvar o relacionamento.

Mas é simplesmente muito fácil de rasgar essas pessoas online na frente de todos, e fazer o que tem que ser feito com ele.

A Internet é uma ferramenta poderosa, e se for usada com sabedoria, pode ter um grande impacto para inspirar e motivar esta geração de crentes, compartilhando a mensagem da cruz para esta cultura. Mas a escolha é nossa. Podemos usá-la para construir, ou para destruir.

O escritor Jason Morehead coloca desta forma: "As mesmas perguntas devem ser considerados por todos nós: estamos usando a poderosa tecnologia para pensar criticamente e com compaixão, para espalhar a paz de Deus e criar uma ‘sociedade significativa’? Ou será que estamos a usando para semear sementes da discórdia e do ódio, espalhando vitríolo e irreflexão, e dando licença para nosso próprio orgulho e avareza?"

Essa é uma boa pergunta.

 

Por Phil Cooke

Com informações de The Christian Post

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