Cristãos são mortos em ataque com 300 vítimas, na Somália

O ataque é considerado o mais letal da Somália desde o surgimento do grupo terrorista Al-Shabaab.

Fonte: Guiame, com informações do Portas AbertasAtualizado: quarta-feira, 18 de outubro de 2017 às 15:04
A Somália ocupa a segunda posição na Lista Mundial da Perseguição. (Foto: AFP).
A Somália ocupa a segunda posição na Lista Mundial da Perseguição. (Foto: AFP).

Pelos menos 300 foram mortos e centenas feridos após um ataque do grupo extremista Al-Shabaab. O evento foi registrado como um dos maiores, pelo governo da Somália. A explosão aconteceu na capital do país, Mogadíscio, no último sábado (14), em uma área bastante movimentada da cidade.

Este foi o ataque mais letal da história do país desde que o grupo surgiu, há cerca de 10 anos. A explosão foi tão forte que destruiu hotéis, edifícios do governo e restaurantes. "Foi a maior explosão que eu já vi na vida. Destruiu toda a área", relatou uma das testemunhas.

O presidente Mohamed Abdullahi Mohamed se pronunciou para a imprensa local: "O incidente de hoje foi um ataque horrível do Al-Shabaab contra civis inocentes", disse.

Al Qaeda

O Al Shabaab tem ligação com o grupo extremista Al Qaeda. Os dois juntos orquestram os maiores ataques a civis em vários países da África, como Somália, Quênia e República Centro Africana. Em 2015 foi registrado um dos ataques mais violentos do grupo, cometido contra uma faculdade cristã em Garissa, no Quênia. Eles causaram a morte de 150 estudantes.

Mas não é a primeira vez que os cristãos africanos são atacados por grupos radicais extremistas. A Somália, por exemplo, há anos passa por uma crise social e política desencadeada por uma guerra civil.

De acordo com informações da organização Portas Abertas, que apoia cristãos perseguidos pelo mundo, a Somália ocupa a segunda posição na Lista Mundial da Perseguição, pesquisa que elenca os 50 países no mundo em que ser cristão pode custar a vida.

Segundo a Constituição somali, o islã é a religião oficial do Estado e a prática de qualquer outra crença é proibida.

Matar é normal?

Na Somália, o islamismo está firmemente estabelecido e se tornou um ponto de apoio para os extremistas. As pessoas que abandonam o islã para abraçar o cristianismo enfrentam enormes problemas, incluindo assassinatos, o que se tornou bastante comum por lá.

A perseguição aos cristãos quase sempre vem acompanhada de violência extrema, e eles são expostos a todo tipo de perigo, podendo até mesmo ser executados.

Além desse cenário caótico, a vida social em uma igreja é simplesmente impossível. Um pesquisador de campo da Portas Abertas disse, porém, que apesar de tudo os cristãos somalis são muito perseverantes. “Entre os tempos mais difíceis de perseguição e execuções de cristãos, eles permaneceram firmes, agarrando-se secretamente à fé cristã”, finalizou.

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