O Colégio Adventista de Novo Hamburgo, RS, localizado à rua Visconde de Taunay, número 423, inicia na próxima semana um curso gratuito sobre como deixar de fumar. O projeto que vai até o dia 3 de junho tem repercutido na mídia gaúcha antes mesmo do início do programa, previsto para a segunda-feira, 30, a partir das 19h. O diretor do Colégio, Marcel Barreto, concedeu nesta semana duas entrevistas, uma ao jornal NH, o qual publicou uma reportagem sobre o assunto e veiculou um vídeo em seu podcast; e a segunda à TV Feevale, da universidade que leva o mesmo nome.
Segundo apurou o jornal Comtexto, periódico de divulgação oficial da Igreja Adventista na região central do Rio Grande do Sul (ACSR), nos últimos 20 anos o número de fumantes no Brasil caiu 45%. Os dados são da Pesquisa Especial de Tabagismo divulgada em agosto de 2010 pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Mesmo assim, o país amarga a preocupação com as cerca de 25 milhões de pessoas que ainda estão presas ao vício. A despeito da luta travada ao longo dos anos contra a indústria do cigarro e das conquistas decorrentes dessa queda de braço, a exemplo das restrições em propagandas, algumas condições ainda favorecem esse cenário. Não poderia ficar de fora da lista o fato de que o cigarro vendido no Brasil é o 6º mais barato do mundo.
O tabagismo tem custado caro para a nação. De acordo com dados do Inca, ele acarreta cerca de 200 mil mortes anualmente no Brasil. Como se não bastasse, onera ainda os cofres públicos e sobrecarrega o sistema público de saúde.
Cerca de 8% dos gastos com internação e quimioterapia no SUS (Sistema Único de Saúde) são atribuídos a doenças relacionadas ao consumo do tabaco.
Programas como este, são realizados pela Igreja Adventista há décadas no Brasil. "Cerca de 360 mil pessoas já deixaram de fumar por meio do curso", estima João Batista Duarte, que realiza palestras no programa "Como deixar de fumar em cinco dias" há 50 anos e é também assessor do Ministério da Saúde para controle do tabagismo no Brasil. A iniciativa pioneira empreendida pela Igreja Adventista em território nacional consistiu, inclusive, numa influência importante para a criação de políticas públicas de combate ao tabagismo, além de inspirar tratamentos oferecidos no sistema público de saúde.
Segundo Duarte, a partir da metodologia empregada, que contempla etapas de conscientização e aplicação prática do programa de desintoxicação sugerido - 85% dos participantes abandonam o cigarro.
Mas um dos principais fatores que o distingue de outros programas terapêuticos é o entendimento de que a espiritualidade é uma dimensão imprescindível a ser trabalhada na luta contra o vício. A fé é capaz de preencher os traumas e o vazio deixados pela droga, restabelecendo funções no cérebro, conforme destaca Roman Oresko, palestrante no curso há 29 anos e responsável pela comunidade terapêutica Revive, em Gravataí (RS). O que antes era uma questão de fé, hoje pode ser explicado pela própria ciência.
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