"Deixei de jogar porque tinha o culto ao domingo", afirma jogador de futsal do Benfica

"Deixei de jogar porque tinha o culto ao domingo", afirma jogador de futsal do Benfica

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

O guarda-redes Bebé foi um dos pilares do Benfica na conquista do tricampeonato. Curiosamente, chegou à modalidade por acaso, depois de incursões fugazes pelo mundo do futebol, onde alinhou no Sporting e Sacavenense.

Antes do futsal, experimentou ainda o andebol no Liceu Camões, onde pôde adquirir ensinamentos para o apurado sentido posicional que demonstra actualmente. Depois de uma intensa noite de festejos, após o título conquistado ao Belenenses, Bebé recordou a O JOGO o seu passado e apesar de não ser benfiquista, confessa estar rendido ao universo encarnado.

"A melhor decisão que tive na minha vida desportiva foi ter vindo para o Benfica. Se o Benfica me quiser e me der condições, nunca mais saio daqui. Nunca pensei gostar tanto deste clube como gosto. Não nasci benfiquista, mas em três anos aqui, posso dizer que não trocava o Benfica por nenhum clube em Portugal", conta Bebé, acrescentando que o emblema da águia "é um mundo à parte". "Os adeptos vivem o Benfica de um modo que nunca vi. Pela minha experiência, posso dizer que no Sporting isso não acontecia tanto", assume, abordando a sua passagem pela equipa leonina, onde esteve sempre tapado por João Benedito.

Fé salvou Bebé do abismo

A religião está presente na vida de Bebé, a tal ponto que falhou partidas de futebol ao domingo. "Deixei de jogar por causa da Igreja, porque tinha o culto ao domingo", refere o guarda-redes que é evangélico e costuma exibir uma camisola com a inscrição "Jesus te ama", após as grandes conquistas.

Apesar de não ter superstições, o internacional português costuma fazer uma pequena oração antes dos jogos. "É apenas para pedir que ninguém se magoe. Não peço vitórias, não faz sentido pedir isso a Deus, isso conquista-se com o nosso trabalho", revela. No entanto, a devoção de Bebé tem uma justificação. "A fé tirou-me dos maus caminhos. Até aos 16 anos, podemos considerar que era um jovem delinquente. Converti-me e procurei encontrar força em Deus, para que fosse um exemplo para os mais jovens. Estou contente com o que tenho conseguido, pois sei que é tudo graças à força divina", explica o estudante de Educação Física e Desporto, ramo de desporto escolar, na Universidade Lusófona.

Bebé tem apenas 26 anos, mas já sabe o que tenciona fazer quando terminar a carreira. "O meu sonho é dar aulas a crianças, quero ser uma influência positiva para elas e demonstrar-lhes que podemos ter valores que regem as nossas vidas, de forma a sermos boas pessoas", remata.

Estreia valeu Supertaça

Há três temporadas, Alípio Matos foi o responsável pelo lançamento de Bebé na equipa do Benfica. Zé Carlos foi titular na final da Supertaça frente ao Sporting, mas Bebé entrou para defender os penáltis. O guardião encarnado estreou-se da melhor maneira, ao parar o último castigo máximo que valeu o triunfo à equipa da Luz. "Foi um grito para dizer aos responsáveis do Sporting que deviam ter apostado em mim", afirma.

Objectivo é vencer tudo

Bebé entrou ontem de férias, mas na nova temporada a conquista da UEFA Futsal Cup está no horizonte. "É a única competição que nos falta e, como é lógico, temos esse objectivo, mesmo sabendo que existem equipas muito fortes, mas acho que temos qualidade para ganhar." Já nível interno, a fasquia continua a mesma de sempre. "Tal como no ano passado, o objectivo é ganhar tudo. No Benfica, há sempre essa pressão positiva que faz com que não estejamos contentes com o que já atingimos. Queremos sempre ganhar mais", refere, entre elogios ao trabalho do técnico André Lima.

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