Em sua batalha diária contra a depressão, Carla Roberta da Silva chegou ao fundo do poço quando pensamentos suicidas começaram a dominar sua mente. Mesmo fazendo uso de medicações para a doença e para dormir, dos quais se tornou dependente, ela conta que sua condição só piorava.
“A depressão era algo que, se eu não vigiasse, o inimigo tentaria usar contra mim”, conta a técnica de enfermagem, que já era cristã e batizada nas águas há mais de 20 anos, porém “nunca de fato havia me entregado a Jesus”.
A história de Carla começou a mudar ao receber o apoio do colega de trabalho Samuel Auad, que também era pastor. “Fui transferida a contra gosta para uma Unidade Básica de Saúde, onde o Samuel já trabalhava. Na época, eu já estava triste e deprimida, sofria de insônia... eu me sentia desprezada, pois as pessoas confundem tristeza com mal humor, confundem a apatia pela insônia com arrogância”, conta.
“Eu tinha uma moto e me locomovia ao trabalho com ela; eu ia ouvindo louvores no último volume pelo fone de ouvido para afastar os pensamentos de suicídio, porque eles me faziam desejar enfiar a moto embaixo de um caminhão”, lembra-se.
Para piorar, no ambiente de trabalho Carla sentia-se desprezada e era frequentemente julgada: “Um dia cheguei, e ainda com os fones consegui ouvir uma pessoa dizendo que eu era arrogante e parecia uma doida”.
A técnica de enfermagem, de 42 anos, diz que ouvir aquilo, para uma pessoa que tem depressão, foi como um estopim. “Naquele dia me fechei e fiquei as 8 horas do meu plantão com o fone, para não ouvir mais as coisas que me feriam. A vontade de morrer parecia que me dominava, até que uma pessoa viu meu sofrimento e se aproximou. Era o Samuel”.
O colega de trabalho se aproximava dela, demonstrando preocupação e pedia para conversarem. “Eu sempre negava, mas quando eu sentia muita dor, eu mesma o procurava. Apesar de eu frequentemente dizer não a ele, ele sempre estava lá me alegrando”, lembra Carla.
Dependência de remédios
Passado um tempo, Carla sofreu um acidente de moto. “Só não morri pela misericórdia de Deus” conta. Depois disso, ela acabou se mudando de emprego, e nunca mais teve notícias do colega de trabalho que tentava ajudá-la.
Mesmo em outro emprego, Carla diz que sua dor persistia, e ela acabou se tornando dependente de remédios para depressão e para insônia. “Certa vez, já em 2019, olhando as redes sociais vi uma postagem de uma pessoa, hoje minha irmã na fé, chamada Neia. Ela sempre compartilhava cultos da igreja onde congregava, às vezes eu até assistia aos cultos”.
Carla se esforçava para sair daquela situação, mas parecia impossível. “Certa vez, eu tomei tantos remédios que me deitei durante o dia e levantava a cada hora para tomar mais e mais, porque eu achava que não estava dormindo”, relembra.
No meio daquele turbilhão, Carla conta que ouviu sua filha de 10 anos dizer para uma amiga que queria morrer, que ia tomar os remédios da mãe para se matar. “Naquela hora, mesmo sem forças, levantei e disse que ela nunca ia fazer aquilo porque eu não ia permitir”, conta.
“Naquele dia eu vi que precisava de ajuda porque sozinha eu não podia resolver a questão, peguei meu celular e vi uma postagem do Pr. Samuel que dizia: ‘Se você pensa em tirar sua vida fale comigo’, junto tinha um número de WhatsApp, e eu o chamei”, diz.
“Ele falou comigo e me convidou para conhecer a igreja; eu fui e, naquele mesmo dia, entreguei minha vida a Deus”, relata Carla, que diz que sua vida não ficou mais fácil por conta disso, pois continuava travando lutas contra a dependência por remédios, contra a insônia, mas ela tomou um posicionamento, agora que estava em Cristo.
Amor de Deus
“Eu não aceitava o fato de ser dependente de outra coisa que não do amor de Deus, então fiz muitos jejuns, propósitos, idas ao monte... Até que um dia eu conversei com meu pastor e ele pediu para eu levar os remédios para ele. Então, ele orou e profetizou que eu dormiria sem eles e não mais faria uso de nada e eu acreditei”, relembra.
“Chegando em casa, não tomei o remédio que deveria tomar à noite. Fiquei três noites acordada, insistindo em não mais usar aquela medicação. Na terceira noite eu adormeci”, relata.
Carla diz que naquela noite teve um sonho que seria assassinada, e uma pessoa que estava ao seu lado (parecia um anjo), dizia para ela se ajoelhar e orar a Deus.
“Então eu clamei: ‘Senhor, se eu morrer, eu não poderei dizer das tuas maravilhas, se eu for agora, não poderei levar o teu nome’. Então eu acordei chorando e feliz. Primeiro, porque Deus tinha me deixado viva; segundo, porque se eu tinha sonhado, era porque eu tinha dormido sem os remédios”, diz.
“Naquele momento, me levantei e orei em agradecimento. Desde então, eu não faço mais uso de medicação alguma, e estou liberta para honra e
Glória do Senhor”, testemunha Carla, que está firme na Igreja Casa das Ovelhas, onde é pastoreada pelo Pr. Samuel Auad, seu ex-colega de trabalho, e sua esposa, Pra. Bianca Auad.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições