Uma mulher cristã paquistanesa foi forçada a se casar, obrigada a se converter ao Islã e sofreu vários tipos de abusos como o estupro, pelo seu empregador muçulmano. Ela relatou seu sofrimento e pediu que fosse liberta do casamento forçado.
Mãe de três filhos, Fouzia Sadiq, de 31 anos, assumiu o posto de zeladora para sustentar sua família. Ela afirma que seu empregador, Muhammed Nazir Amjad, começou a fazer “avanços sexuais” indesejados nela. Quando ela relatou o comportamento de seu chefe a suas filhas, apanhou e foi afastada do cargo. Dias depois, ela voltou para a casa de Amjad, onde ela diz que ele a estuprou, a forçou a se converter ao Islã e a fez casar com ele.
A dura história de Fouzia começou em julho de 2015 e foi bastante divulgada no ano passado. Ela descreveu sua experiência no cativeiro. “Eu pensei que Deus tinha me deixado e eu queria acabar com a minha vida. Eu parei de orar e me odiava. Eu pensei que eu era uma pessoa má e que tinha feito algo para Deus me odiar”, disse.
"Eu me sentia suja e imunda sempre que o ‘monstro’ me obrigava a fazer coisas que me envergonhavam. Mas eu não tinha escolha. Achei que Deus estava me culpando. Cheguei ao ponto mais baixo e tentei me suicidar tomando alguns comprimidos. Fui levada ao hospital e o ‘monstro’ aproveitou a oportunidade para remover meus ovários, então eu não podia ter mais filhos", relatou.
Defesa e proteção
A British Pakistani Christian Association (BPCA) tem defendido Fouzia. O grupo humanitário deu a ela um telefone secreto para usar e ela conseguiu escapar de Amjad e encontrar refúgio seguro. A BPCA disse que a chance de Fouzia de escapar do Paquistão foi negada pela embaixada britânica do Paquistão e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
No ano passado, sob pressão intensa, a família de Fouzia a devolveu a Amjad. A BPCA a ajudou a escapar novamente, em outubro de 2016, proporcionando-lhe uma casa segura e cuidados de proteção. Fouzia está atualmente segura, mas permanece no Paquistão como uma “fugitiva da justiça”.
“Fouzia descreveu uma existência desprezível na casa de Muhammed Nazir. Ela foi forçada a cozinhar e limpar para ele, foi espancada e torturada por Muhamed e sua família. Foi obrigada a satisfazer seus desejos sexuais por seu capricho”, disse um representante da BPCA.
“Fouzia passava a maior parte de seu tempo sozinha e chorava diariamente orando por liberdade. Quando ela foi devolvida para a família de seu chefe, que a tinha aterrorizado tão brutalmente, ela atingiu seu ponto mais baixo. Fouzia começou a se envolver com a auto-mutilação”.
Causa em curso
Fouzia disse: "Eu não podia sequer me matar, eu me sentia totalmente impotente. Eu percebi que eu não estava saindo dessa vida sozinha e pedi a Deus para perdoar minha desconfiança nEle. Decidi usar qualquer minuto livre para orar pela liberdade. A única vez que senti alguma paz foi quando orei. Deus era minha única companhia”, ressaltou.
"Um dia meu primo me deu um telefone que a BPCA tinha fornecido, eu percebi que Deus não tinha me esquecido. Ele estava lá para mim, como sempre fora. Com o telefone pude escapar das garras do ‘monstro’ e sua família malvada. Agora eu oro para a liberdade do meu casamento forçado”, pontuou.
Ela está fazendo uma campanha pela anulação do seu casamento, mas acredita que tem grandes chances de perder o caso. A BPCA está levantando fundos para um advogado profissional ajudar Fouzia, e lançou um apelo para que ela receba asilo no Ocidente. Também foi lançada uma petição pedindo o fim dos sequestros e casamentos forçados no Paquistão.
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