Tenho poucos amigos homossexuais.
Estes, já viveram diferentes opções de comportamento diante do seus desejos. Já esconderam e buscaram curar o ímpeto com congressos, conversas, cultos de descarrego, rituais infalíveis, aconselhamentos, vida de oração e até com serviço ministerial sacrificial. (alguns estão libertos)
Já pensaram em dar fim a vida. com receio de envergonhar o evangelho, a igreja, a família, a sociedade, cogitaram o afogamento, pulso cortado, enforcamento e salto de prédios altos. (Alguns chegaram a tentar!)
Já assumiram publicamente, buscaram envolver-se com comunidades que os aceitassem e até assimilassem sua condição. hoje, ou frequentam as famosas comunidades contemporâneas, ou até igrejas tradicionais que lidam com a homossexualidade de uma forma mais liberal. (alguns romperam com a fé) nenhum destes meus amigos é um safado sem nome que pode ser julgado, criticado e humilhado.
São pessoas com lutas profundas! Lutas contra seus apetites mais reais. Lutas contra o medo de fingir que nada está acontecendo e viver angustiado, lá onde a vida cobra a verdade de cada um, na alma. Lutas contra as diferenças linhas cristãs e seus ditames. Lutas contra a vontade de sumir. Lutas contra a raiva dos que os maltratam. Lutas para acreditar que Deus os ama.
Pra mim, na minha limitação, é muito claro que Deus não aprova a união entre pessoas do mesmo sexo. Sim, este é o princípio e esta é a verdade, obviamente, para os que creem nas escrituras e as leem com os óculos da tradição. No entanto, não ignoro que nosso Deus é um Deus de misericórdia e não nos trata avaliando o ideal, pois se assim o fosse, todos estaríamos condenados ao inferno.
Deus não se agrada da mentira, da impureza sexual, da maledicência, da promiscuidade, da violência, da facção na igreja, da hipocrisia e por aí vai! (ou seja, não se agrada do pecado em todas as suas manifestações) e mesmo, muitos de nós, cometendo diversos erros frente ao modelo estipulado pela bíblia, Deus, por meio de Jesus Cristo, nos aceita, nos ama e nos transforma dia a dia. Ou seja, minha batalha está em aprender, com o Jesus de Nazaré, como tratar os homossexuais. Um livro que gostei muito, chamado entre a cruz e o arco-íris, lançado pela editora mundo cristão, me ajudou a ter mais cuidado ao tratar deste tema.
Respeito (meu papo de sempre) a postura do Malafaia. ntendo que ele, na sua liberdade de expressão, buscou marcar território. Seu posicionamento e convocação, buscam mostrar resistência a um comercial que pode abrir a porta para centenas de outros e potencializar alguns efeitos colaterais. Ele, como comunicador e militante contra a exaltação da homossexualidade na sociedade, considerou importante ser um opositor. e creio que as oposições possuem certa importância sim.
Ele não representa a igreja, mas ele é um líder e tem o direito de se posicionar a partir das suas premissas. Gostei muito do texto do pastor Robson René da PIB Artur Alvim. Reagindo a fala do pastor midiático, ele disse que se é pra boicotar, que seja a todos os comerciais (ou a maioria), porque estes abusam da imagem da mulher objeto, incitam o relacionamento extraconjugal e etc... claro que ele estava sendo irônico (não propondo um real e emergencial boicote) tentando chamar nossa atenção para a insustentabilidade conceitual da convocação já citada.
Ele nos chamou a ensinar, investir e cuidar de pessoas e que isto irá refletir no sistema, que cabe a igreja, as famílias e aos organismos apontar os caminhos de Jesus para que os que caminham com Ele saibam dizer não, mudar de canal, influenciar outros e apresentar uma proposta coerente com a visão bíblica da vida. (se meu texto sobre a fala do pastor Robinho estiver equivocado, ele mesmo, tendo acesso a este face, poderá nos elucidar e corrigir minha compreensão, sem problemas). Ou seja, não desprezo o posicionamento do Malafia, pois compreendo que ele, de onde está, quis ser um ponto de resistência diante da ampliação da mídia aberta na propagação, ou defesa de um comportamento, ou condição que ele considera inapropriado. Não o seguirei, mas valorizo seu gesto.
O pastor Robinho é outra via de fala mais respaldada pelas influências de sua leitura profunda da sociedade, suas interações pastorais, seus diálogos incríveis com gente engajada em outras frentes e sua ótica mais filosófica, este também importante comunicador da nossa geração, consegue ser menos pragmático e mais reflexivo, sem abrir mão de sua base bíblica e sua vocação ministerial. o respeito muito!
Mas a grande questão que será exigida de nós será a de como nos relacionamos com estes corações confusos que chegaram até nossa vida. Como tratamos os que sentaram no banco do lado, que comeram no mesmo restaurante e que estudaram na mesma sala que nós. O quanto eles se sentiram amados, respeitados e também acolhidos? Quantos deles viram as boas notícias de Cristo em nós? Quantos confessaram seus medos, suas crises? Há pouco tempo, um amigo me contou do seu medo de sair na rua, de ser ferido, machucado, morto.
Não defendo passeata gay e eles nem precisam de mim para isto. Não aceito com alegria suas irreverências com os símbolos da nossa fé. Não sei lidar bem quando casais homossexuais, usando o seu direito, começam a se beijar ou a se pegar perto de mim. não posso ser mentiroso e dizer que isto não me incomoda, por mais que, talvez, isto revele mais preconceitos meus do que um coração cristão de fato.
Acredito sim que Deus pode transformar um homem que tem paixões por outro homem, em alguém que seja capaz de amar uma mulher, desde que este homem deseje isto. Também creio que nem sempre Deus liberta o homem, ou a mulher homossexual dos seus desejos, mas os torna capazes de viver em celibato, dedicando-se a outras áreas da existência.
Sobre Deus aprovar casais homossexuais e abençoar estes relacionamentos, não consigo assimilar à luz da bíblia. Tenho vários argumentos sociais, econômicos e até filosóficos, mas tendo a bíblia como referência, não consigo dizer que creio nesta possibilidade como um dos caminhos propostos por Cristo. Aos homossexuais que me seguem no twitter, que leem meus textos, que vão a alguns dos cultos onde canto e prego, que são amigos:
Peço perdão por não saber como lidar com a realidade que enfrentam.
Peço perdão por não ter respostas fáceis.
Peço perdão por meus comportamentos preconceituosos.
Peço perdão por talvez não ter a fé que vocês buscam em mim, para superar os seus conflitos.
Peço perdão porque, às vezes, não consigo vê-los apenas como pessoas, tamanha é esta guerra entre os grupos que defendem vocês e a religião cristã.O que posso dizer a vocês é que
Jesus morreu por nós e este nós significa que estamos no projeto de salvação. que ninguém merece a graça, mas ela foi abundantemente derramada sobre nós.
Posso dizer que Deus prometeu dar alívio para o cansado e oferecer um jugo suave, e um fardo leve.
Posso dizer que a bíblia apresenta um modelo de homem e mulher como casal e que não posso fugir desta verdade.
Posso dizer que não me sinto mais santo do que vocês.
Posso dizer que Deus transforma e que viver para Ele é o foco da vida.
Mas também preciso dizer que, por razões que estão longe da minha compreensão, há coisas que eu queria mudar e ainda não consegui. Ter menos inveja, mais compaixão, menos maldade, mais piedade, menos brigas e mais abraços. digo isto pra dizer que entendo que o processo de transformação é demorado e, as vezes, decepcionante.
Se em algum momento pensou em tirar a sua vida, não nutra este pensamento. Tua vida, teu ser, tua alma valem o mundo inteiro!
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