Empresas de entretenimento criaram programas e serviços da internet para atender o público cristão

Carta Capital destaca a consolidação do mercado evangélico

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

Não estão na MTV nem nas rádios ou programas de auditórios badalados. Mas nomes como Aline Barros, Regis Danese e Oficina G3 estão movimentando o mercado brasileiro de música gospel – que chega a faturar 1,5 bilhão de reais ao ano. Um mercado quase paralelo, mas que capta a lógica das novidades do mainstream e consolida um público fiel.

Ao contrário da tendência observada há alguns anos pela indústria fonográfica, os consumidores de música gospel não costumam fazer downloads na internet, nem mesmo comprar discos piratas, o que fez com que a produção de CDs e DVDs do gênero se tornasse bastante lucrativa.


De olho nesse nicho, empresas de entretenimento criaram programas e serviços da internet para atender este público religioso e ávido por consumo.
É o caso da LouveTV, que entrou no ar em outubro do ano passado. Idealizada por David Almiron, a página é uma espécie de MTV online, que apresenta conteúdo musical gospel, integrada a uma rede social em que os usuários podem cadastrar um perfil, trocar mensagens e fazer comentários sobre seus clipes favoritos.


A ideia surgiu depois que Almiron e seus sócios Evandro Paiva, Eduardo Rodrigues, Leka Coutinho e Alberto Vilar notaram que, apesar do crescimento do mercado da música gospel, ainda não havia um canal de Tevê que se dedicasse exclusivamente à veiculação desse tipo de conteúdo, o que dificultava o trabalho das gravadoras na divulgação dos artistas.


O site exibe programas gospel o dia todo, comandados por apresentadores jovens.


Para colocar a página no ar, David e seus sócios investiram cerca de um milhão de reais.


Embora o trabalho de divulgação mal tenha começado, a LouveTV já tem cerca de 15 mil usuários cadastrados e já fechou acordo com diversas gravadoras, entre elas a Som Livre e a Sony, principais empresas do segmento.
Mas os sites destinados aos religiosos não se limitam ao mundo da música. Eles também criaram uma lógica específica de relacionamento online entre os cristãos.
Um exemplo é a Amor em Cristo. O Orkut ainda nem tinha estourado no Brasil quando essa rede social nasceu. A página, que foi criada em 2003, já reúne mais de um milhão de brasileiros em busca de um romance – sobretudo se for “aprovado” pelo Senhor.


O esquema é igual ao de uma página de relacionamentos comum: o usuário cadastra um email, monta seu perfil e já pode começar a procurar um parceiro.
O site permite uma busca segmentada por amizades, namoros ou experiências cristãs. Um relacionamento sério, entretanto, é o que mais motiva os usuários a se integrarem à rede. Por dia, ela recebe centenas de novos cristãos, sendo que a maior parte desse grupo é formada por mulheres.


Na página inicial do Amor em Cristo podem-se ler os testemunhos de namoros que deram certo. Alguns acabaram em casamento. De acordo com Carlos Vinicius Buzulin, CEO do site, a equipe recebe cerca de dez louvados depoimentos por mês.
Érica e Moisés foram os primeiros usuários a trocar alianças. Os dois começaram a se falar em março de 2003 e se casaram três anos depois. Em 2009 a primeira filha do casal veio ao mundo. Chama-se Samara, nome que significa “a protegida de Deus”.


Outro romance que teve um final feliz foi o de Leticia e Renato. Ele se conheceram por meio do Amor em Cristo em agosto de 2009. Primeiramente ficaram tensos: ele mineiro, ela baiana, temiam nunca se encontrar pessoalmente por conta da distância. Dois anos depois, em 18 de outubro, estavam casados.

Mas nem só de amor vive o Amor em Cristo. Para acessar a página, os usuários precisam pagar uma taxa mensal de 15,90 reais. O fiel pode se cadastrar gratuitamente, mas, para usar o programa de bate-papo – que facilita a troca de fotos – têm que desembolsar a quantia.


O mesmo grupo que administra a rede social criou também o DescontoGospel.com, um site de compras coletivas, por onde circulam filmes educativos, camisas, Bíblias, pendrives, DVDs e CDs. “Somos Evangélicos e gostamos de trazer inovações e qualidade para o nosso meio”, resume Buzulin, também é o CEO da página, que pretende oferecer descontos de até 50% para os cristãos.

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