A penúltima geração valorizava a aparência e a manutenção das tradições. Por isso, mesmo frustradas as pessoas ficavam presas às suas situações, mortas, mas em velórios bem ornamentados. É a geração da hipocrisia, para quem só é importante o que as pessoas veem ou pensam, a realidade precisa ser varrida para debaixo do tapete das taras e dos tabus. Essa geração se ocupou das palmas nos cultos e escondia suas mãos maculadas.
A última geração, que talvez seja ainda a nossa, decidiu quebrar regras e convenções pra ser feliz e privilegiou o sucesso pessoal em detrimento do comunitário e familiar. Avessa à frustração, não sabe lidar com o sofrimento e desiste de tudo com muita facilidade, é melindrosa e inconstante, consumista e sem sentido.
A esperança para a próxima geração é que encontre um caminho em que mais importante que a Lei seja a vida, mais importante que a aparência seja a essência, mais importante que a competição seja o afeto, mais importante que o sucesso pessoal seja a proteção comunitária e familiar.
Meu compromisso com meu filho e sua geração é denunciar os erros da minha e orar para que ele viva plenamente a dele.
- Alexandre Robles