"Eu não me importo de morrer por esta causa", diz cristã que cuida de refugiadas na China

Apesar de Hwa-Young viver sozinha, ela ajuda mais de 250 refugiadas da Coreia do Norte que fugiram para a China.

Fonte: Guiame, com informações do Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 28 de março de 2017 às 19:37
Por ser um trabalho sigiloso, ela não pode contar para as outras pessoas qual era sua ocupação. (Foto: Portas Abertas).
Por ser um trabalho sigiloso, ela não pode contar para as outras pessoas qual era sua ocupação. (Foto: Portas Abertas).

Hwa-Young é uma mulher bastante corajosa. Ela poderia reclamar de várias coisas em sua vida, mas prefere focar na obra de Deus. “Eu não tenho mais medo da morte. Sou uma mulher solteira e, se for necessário, eu não me importo de morrer por esta causa”, disse em entrevista para o Ministério Portas Abertas. Seu nome foi alterado por motivos de segurança.

A cristã trabalha na China ajudando mulheres que fugiram da Coreia do Norte. Ela lidera um refúgio com cerca de 250 norte-coreanas que precisam de amparo e ajuda no processo de restauração de suas vidas. “No início desse trabalho, eu me sentia muito sozinha, sem ter com quem conversar”, confessa.

Por ser um trabalho sigiloso, ela explica que não pode contar para as outras pessoas qual era sua ocupação. “Eu sabia que era um trabalho perigoso. Nunca pude compartilhar minhas experiências com ninguém por telefone, isto seria arriscado tanto para mim quanto para as pessoas”, enfatizou.

Cuidados

Ela também disse que temia até confiar em algum líder, pois tinha medo de pôr em risco a vida das refugiadas. “Eu também nunca pude me tornar membro de alguma igreja ou confiar em algum líder. Até hoje, tenho apenas dois amigos com quem posso falar mais abertamente, e mesmo assim eu divido apenas 50% das minhas preocupações”, ressalta.

Apesar de sua força, Hwa confessa que não é fácil viver sozinha. “Viver solitária é a parte mais difícil do meu trabalho, saio sozinha e volto sozinha. Sei que não há ninguém esperando por mim”, falou.

Então, nos momentos em que ela realiza alguma celebração com o grupo, ela tem seus momentos de distração. Assim como Hwa, muitos cristãos perseguidos trabalham dessa forma e necessitam de orações para que o Espírito Santo conforte esses corajosos corações.

Perseguição religiosa

Não é por acaso que Hwa não pode falar para as pessoas de seu trabalho. Na China, há uma forte perseguição contra os cristãos. Só neste mês, mais de 80 de cristãos foram presos por realizarem cultos em casas subterrâneas na região chinesa de Xinjiang, segundo a organização China Aid.

Outros seis foram detidos nos dias que antecederam o feriado do Ano Novo Chinês, no dia 28 de janeiro. O governo realizou incursões em várias igrejas domésticas afiliadas à denominação Fangcheng Fellowship, que é composta por mais de 10 milhões de membros. As incursões foram conduzidas nas cidades de Urumqi, Kuytun e nos condados de Shawan.

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