No Brasil, mais de 30 mil denúncias de pornografia infantil e mais de 43 mil relatos de exploração sexual foram registrados apenas no primeiro trimestre de 2010. Os dados foram divulgados durante o I Encontro Nacional de Experiências de Tomada de Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes no Judiciário Brasileiro.
E foi para lutar contra esses dados que cerca mil pessoas, sendo 300 crianças, participaram do protesto pacífico que aconteceu no vão do MASP na quarta-feira e marcou o Dia Nacional de Combate à Violência e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.
O protesto Quebre o Silêncio é uma iniciativa da ONG Makanudos, associação que trabalha pela prevenção do abuso na infância, em parceria com o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e com deputado estadual evangélico Carlos Bezerra Jr. ativista da proteção infanto-juvenil, relator da CPI da Pedofilia e criador do 1º Observatório da Infância de SP. Estamos absolutamente convencidos que a melhor forma de enfrentamento da violência sexual contra a criança é sensibilizando a sociedade com informação e dando luz ao que esta acontecendo, que estamos fazendo hoje aqui é exatamente isso, porém com um diferencial, reunimos adultos, crianças e adolescentes falando por aqueles que não conseguem falar. Creio isso tem um impacto muito importante disse o deputado ao GUIA-ME.
A manifestação pacífica foi marcada por lenços, simulando mordaças e velas que foram apagadas pouco a pouco, em uma alusão ao número crescente de crianças que sofrem abuso. Queremos chamar atenção para o problema do abuso sexual e a dificuldade da realização da denúncia. Vemos situações de violência se repetirem e a sociedade não tem escutado o grito dessas crianças, afirma Thiago Torres, 27, presidente da ONG Makanudos.
Segundo o deputado as igrejas evangélicas brasileiras tem procurado se engajar em movimentos como esse. Existe um número cada vez maior de igrejas sensíveis ao tema e trabalhando informação com seus membros, sem dúvida nenhuma existe um grande avanço cidadão no espaço das igrejas, é importante que os líderes falem sobre isso, comunique as pessoas o que acontece já que muitas vezes o abuso pode acontecer dentro da própria igreja" alerta Carlos Alberto.
Também participam do ato público entidades evangélicas como Usina 21 Jovens, Ideias e Transformação Social, RENAS, Rede Mãos Dadas, FALE, AEBVB, Exercito de Salvação, Sedes Sapientiae, Visão Mundial, entre outras.
Por Pollyanna Mattos
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