Ex-BBB assassinado declarava-se cristão e foi dono de publicação gospel

Ex-BBB assassinado declarava-se cristão e foi dono de publicação gospel

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:40

Assassinado com um tiro na nuca na última quarta-feira, o ex-BBB André Luiz Gusmão de Almeida era o antigo dono da revista evangélica Adoração e Louvor, veículo conhecido pelas entrevistas com as celebridades do mundo gospel. Cansado da inadimplência do meio evangélico, o ex-BBB optou por fechar a publicação e precisou cortar grama e realizar alguns “bicos” para continuar sustentando a famíla.

Em entrevista concedida a jornalista Luciana Mazza, o ex-BBB afirmava ser cristão e também acreditava que sua participação no programa da rede Globo era uma oportunidade divina: “Deus me colocou lá para me dar uma oportunidade, e oportunidades são para serem aproveitadas", diz o cantor.

O Guiame teve acesso à entrevista publicada na revista Eclésia em 2009. Leia o texto na íntegra:

CANSADO DA INADIMPLÊNCIA DO MERCADO EVANGÉLICO, DEPOIS DE CORTAR GRAMA E FAZER BICOS PARA SUSTENTAR A FAMÍLIA, ANTIGO DONO DA REVISTA ADORAÇÃO E LOUVOR PARTICIPA DA 9ª EDIÇÃO DO BIG BROTHER BRASIL 2009.

Por: Luciana Mazza

Publicado na Revista Eclésia

Ele não durou muito tempo na casa mais vigiada do planeta, mas declarou que sua rápida passagem pelo Big Brother Brasil, ao contrário do que muitos possam pensar, foi uma das melhores coisas que já aconteceu em sua vida, e que Deus abriu as portas para que ele participasse do reality show mesmo quando tudo já parecia definido. Eliminado com 71% dos votos do público brasileiro, o paulista André Luiz Gusmão de Almeida (34), casado com Luciana Mara e pai de quatro filhos (Larissa de 13 anos, Patrick, de 11 anos, Sara, de 7, e Isaac, de 5), deixou num dos últimos paredões o Big Brother Brasil e agora pretende investir em sua carreira artística, onde faz parte de uma dupla chamada "Cowboys Sertanejo". Ele lembra: "Deus me colocou lá para me dar uma oportunidade, e oportunidades são para serem aproveitadas", diz o cantor, que desde o início revelou preferir a fama ao prêmio milionário. Antigo dono da revista evangélica Adoração e Louvor, veículo conhecido pelas entrevistas com as celebridades do mundo gospel, André fala da inadimplência do mercado evangélico, do que teve que fazer para sustentar a família, conta o que o levou a querer participar do famoso Big Brother, lembra como foi a seleção para entrar na casa e os seus 12 dias de confinamento até quando foi indicado ao paredão. Em relação aos conflitos, fala do clima de disputa e também dos momentos de alegria e entrosamento entre o grupo dentro da casa, que acredita não ter ido ao ar. Acredita ter alcançado a fama através do programa e se desculpa com todas as senhoras do Brasil por ter se referido a Naná como "velha chata". Procurado pela Revista Eclésia ele concedeu a seguinte entrevista:

MAZZA: Quando surgiu a vontade de ingressar nessa nona edição do Big Brother? O que o levou a participar? ANDRÉ: Primeiro eu fiz a inscrição da minha esposa, logo em seguida nossa amiga Sandra comentou porque eu não me escrevia também, para divulgar a minha dupla sertaneja. Acabei me envolvendo tanto com tudo, que comecei a levar a inscrição à sério. Através de um "quizz" feito pela produção do BBB, fui convidado para o programa "Mais Você" da Ana Maria Braga, que é um amor de pessoa, mas me tiraram no primeiro dia (risos). Quando começou o programa Big Brother, achamos que nem eu e nem minha esposa iríamos ser selecionados, pois já tinham divulgado todos os participantes. Imagina depois de um mês, receber uma ligação dizendo que eu estava selecionado para ser um BBB... Nossa, foi um presente de Deus, o tão sonhado Big Brother!

MAZZA: Houve incentivo da família? Como foi a seleção até ser escolhido? ANDRÉ: Sim, houve incentivo da família e muita torcida dos amigos. A Seleção foi feita através do site 8p e também por um "quizz" de perguntas sobre o BBB, que acabaram me levando para uma entrevista em São Paulo.

MAZZA : O que achava que ia enfrentar no início? Vivendo lá dentro suas expectativas corresponderam à realidade? ANDRÉ: No início é uma maravilha, mas depois vemos que estamos numa luta constante, pois eu e Maíra chegamos depois, aí dificultou o entrosamento com o pessoal. Aqui fora é uma coisa, lá dentro é bem diferente, pois estamos numa disputa. Achei que iria ser mais fácil, qualquer deslize é motivo para sofrer retaliação, mais fui sempre verdadeiro e sincero, e como mesmo o Bial disse, no jogo às vezes a verdade é necessário se esconder por trás da mentira, mais isso não consigo.

MAZZA: Que clima encontrou quando entrou? E que clima deixou quando saiu? Quem te parecia mais sincero e quem era mais falso? ANDRÉ: Quando entrei, fui muito bem recebido. Lá dentro só tive problemas com três pessoas e quando saí, foi com dignidade, pois odeio falsidade. Acho que deixei um clima de reflexão sobre os participantes, pois depois da minha saída, já vi os Brothers dizerem que eu tinha razão. Depois que vi os vídeos, os mais sinceros foram o Ralf e a Pri, agora os falsos sem comentários. (rs)

MAZZA: Parece-me que quando entrou na casa estava desempregado. Durante algum tempo você trabalhou no mercado evangélico, correto? E esteve à frente de uma revista do segmento. Senão me engano Adoração e Louvor. O que o fez desistir desse mercado? Teve alguma decepção? ANDRÉ: Quanto a Revista Adoração e Louvor, pelo fato da inadimplência do mercado gospel, a minha empresa passou por dificuldades, por isso parei com tudo. Eu estava juntamente com minha esposa fazendo alguns bicos, tipo: cortando grama, eu também trabalhava de ajudante de pedreiro e pintor para sustento de nossa família.

MAZZA: Seus filhos têm nomes bíblicos. Você se considera cristão? Freqüenta alguma igreja? No que acredita? ANDRÉ: Sim, me considero cristão, pois acredito no Deus vivo, não freqüento igreja por causa do meu trabalho, mas na minha vida só tenho o Senhor Jesus Cristo como meu único Salvador.

MAZZA: Acha ser possível conciliar Fama e Fé? Quem é Deus para você? ANDRÉ: Sim, é possível. Deus é o soberano, me deu tudo na vida: minha linda família, a chance de me reerguer, e abriu as portas do Big Brother Brasil depois que elas já estavam fechadas, ou seja, Ele faz o que quiser na hora que Ele bem entender para aqueles que nele confiam.

MAZZA: Acha que para ter sucesso é necessário ter fama? ANDRÉ: Sim, primeiro é a fama em decorrência vem o sucesso.

MAZZA: Que cantores do gospel admira? ANDRÉ: Elaine de Jesus, Voz da Verdade, Aline Barros, DJ Alpiste, Ludmila Ferber.

MAZZA: Dentro da casa aconteceram alguns atritos com a Ana e com a Naná. O que rolou na realidade? ANDRÉ: Na verdade, tudo começou quando ganhei o anjo e junto veio o monstro, pelo fato de não ter receio e nem medo de indicar a líder para o monstro, todos ficaram ofendidos, mas em todo o momento eu fui sincero, jamais colocaria pessoas que me dou bem, e que não fizeram nada para mim. Sobre as brincadeiras que no começo fiz, agitando as cachorrinhas, em minha opinião estávamos na Globo, temos que fazer o melhor cachorro, e a melhor brincadeira, e elas pareciam cachorros mortos (rs). Joguei algumas piadinhas tipo: "Aí Naná, dá comida para as cachorrinhas, pois elas estão parecendo cachorros com fome". Eu olhei as três fantasiadas de cachorrinhas na mesa, e não agüentei: "é a primeira vez que vejo três cachorrinhas comendo na mesa" (rs). Elas levaram as brincadeiras muito a sério e a Naná tomou as dores, veio pra cima de mim, achei que era brincadeira mais vi que a coisa ficou séria, a minha briga realmente foi com a Ana, que gritou comigo. E sobre a palavra "Velha Chata", todos lá dentro falam isso, mais sobrou pra mim a edição do programa... Não quis ofendê-la, era uma brincadeira, por isso pedi perdão no Faustão para as senhoras de idade.

MAZZA: Em algum momento falou de Deus para as pessoas que estavam lá dentro? Houve oportunidade para isso? ANDRÉ: Sim, sutilmente, frisei muito bem a frase "Deus abre as portas até mesmo quando estão fechadas"

MAZZA: Algumas pessoas te conheceram na época em que você tinha uma revista evangélica. Acha que ficaram chocadas em te ver no Big Brother Brasil?

ANDRÉ: Acho que não, pois é um reality show, sonhado por muitos.

MAZZA: O que sentia quando estava dentro da casa? Leu a Bíblia alguma vez? ANDRÉ: sentia uma alegria imensa de ter conseguido chegar aonde cheguei, não entrei com a Bíblia, pois foi tudo muito rápido. Nem fotos de minha família levei, tudo que aprendi sobre a palavra de Deus, estava em meu coração.

MAZZA: Ser eliminado foi uma surpresa? Foi um ponto final a um sonho? Acha que ter a personalidade forte influenciou na decisão das pessoas? ANDRÉ: Me surpreendi, mas estava preparado para ficar ou sair. Quando me perguntaram fama ou dinheiro, respondi fama. Isso eu consegui, quanto ao sonho, realizei, fiquei famoso, agora continuo na luta para galgar no sucesso com minha dupla "Cowboys Sertanejo". Sobre minha personalidade, sou uma pessoa verdadeira, na casa não foi só brigas, teve muito mais momentos de alegria e isso acho que não deve ter ido ao ar. As pessoas que me conheceram ou me conhecem pessoalmente, gostam muito de mim, e isso pra mim é o que vale. O que influenciou, foi o que foi editado.

MAZZA: O que atualmente é mais importante na sua vida? O que você deseja muito? ANDRÉ: Primeiramente Deus acima de tudo, depois vem minha família, quero dar uma vida de princesa para minha mulher e uma vida estável para meus filhos.

MAZZA: Sobre sua carreira sertaneja o que pretende fazer? Já tem trabalhos gravados e shows agendados? ANDRÉ: Pretendo fazer muito sucesso (rs). Tenho sim, veja no site www.cowboyssertanejo.com.br , lá vocês encontram tudo sobre a Dupla.

MAZZA: Em sua opinião, quem vai ganhar essa nona edição do Big Brother? ANDRÉ: Estava torcendo pelo Max, mas vejo que a Priscila pela sua sinceridade, acredito que ela tenha mais chances.

MAZZA: Deixe um recado para os internautas. ANDRÉ: Peço desculpas se acharam que faltei com respeito aos idosos, mais lá a situação é bem diferente, acreditem, lá dentro é realmente um jogo. O coração do Cowboy aqui é terra que só Deus anda e conhece. Obrigado pela entrevista.

Por Pollyanna Mattos

Com informações de Luciana Mazza e Revista Eclesia

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