Exposição "Tesouros da Terra Santa" visita o Brasil

Exposição "Tesouros da Terra Santa" visita o Brasil

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:31

Por Adriana Amorim

"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10:17), no entanto, ver a palavra de Deus retratada em objetos com mais de três mil anos de idade é prazeroso. A exposição "Tesouros da Terra Santa - do rei Davi ao cristianismo", trouxe ao MASP - Museu de Arte de São Paulo, de 13 de agosto a 26 de outubro, cerca de 150 achados arqueológicos que narraram fatos bíblicos num período de mil anos. Os objetos foram trazidos do Museu de Jerusalém, em Israel.

Os mil anos retratados na exposição foram divididos em dois momentos: o primeiro e o segundo Templo. Para quem não pôde conferir a exposição, seguem aqui alguns "tesouros da Terra Santa":

Stela da "Casa de David" "E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi ia se fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo" . (2 Samuel 3:1)

A inscrição na stela diz: "...E o rei de Israel entrou anteriormente na terra de meu pai. E Hadad me fez rei. E Hadad foi a minha frente e eu me separei dos sete...de meu reino, e eu matei setenta reis, que atrelaram milhares de carruagens e milhares de cavaleiros. Matei Jeorão, filho de Abab, rei de Israel, e eu matei Acazias, filho de Jeorão, rei da Casa de Davi...". Ela é o unico fragmento de uma Stela de celebração de vitórias, erigida por Hazael, rei de Aram, um reino ao norte de Israel. A mais remota referência à dinastia de David.

Primeiro Templo

Altar

"E oferecia Salomão três vezes cada ano holocaustos e sacrifícios pacíficos sobre o altar que edificaram ao SENHOR, e queimava incenso sobre o que estava perante o SENHOR; e assim acabou a casa" . (1 Reis 9:25)

Altar semelhante ao do templo de Salomão, utilizado para queimar incenso ou animais em sacrifício, conhecido como "altar de quatro chifres". Altares como esse foram encontrados em residências, templos e instalações industriais.

Sinetes

"Então escreveu cartas em nome de Acabe, e as selou com o seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Nabote" . (1 Reis 21:8)

O painel diz:

Pertencente a Natan - "Que está sobre a casa" - Impressão do Sinete, feito em argila, século VII AEC (Antes da Era Cristã).

Pertence a Yirmeyahu - Sinete de Jeremias, decorado com uma gazela, feito em cornalina marrom, século VIII AEC (Antes da Era Cristã).

A bíblia relaciona os principais burocratas ligados ao rei, entre eles o administrador real, o escriba e o secretário. A impressão do sinete constituía marca de propriedade e o modo de autenticar documentos. Muitos dos sinetes carregam o nome do proprietário e alguns trazem seu título.

Inscrição funerária de Uzias

"Assim ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da casa do SENHOR. E Jotão, seu filho, tinha o encargo da casa do rei, julgando o povo da terra" . (2 Crônicas 26:21)

Escrita em aramaico, a inscrição significa: "Para aqui foram trazidos os ossos de Uzias, rei de Judah. Não abrir".

Uzias, rei sempre auxiliado por Deus, permitiu que o poder corrompesse sua fidelidade. Entrou no Templo para queimar incenso, mas foi repreendido por sacerdotes que o chamaram "infiel". Irado com os sacerdotes, o rei os desobedeceu e imediatamente foi atacado pela lepra em sua testa. Morreu pela doença e foi enterrado fora dos muros da Cidade de Davi. A inscrição foi aberta no final do século XIX, mas não se sabe ao certo o local, devido à expansão da cidade. Tem grande relevância por ser um dos poucos objetos onde aparece o nome de um rei de Judah.

O período do Segundo Templo

O milagre de Cana

"E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes" . (João 2:6)

O primeiro milagre de Jesus, transformar água em vinho em um casamento, aconteceu em jarros semelhantes a estes, trazidos de Jerusalém, com idade superior a dois mil anos.Utensílios em pedra, costumavam ser mais caros que os jarros de cerâmica. Porém, sua utilização devia-se ao fato de não serem suscetíveis à contaminação, por exemplo, pela água de uma fonte.

Nomes comuns no período de Jesus

"Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão...?". (Marcos 6:3)

Dois ossuários, um com o nome Maria e outro José, escritos em grego, e uma pedra com a inscrição Jesus em hebraico, evidenciam a importância que Jesus e seus familiares tinham para os israelitas, assim como os nomes de seus seguidores.

Os três objetos datam do período em que Cristo viveu, não pertencem aos pais e nem ao próprio Jesus, mas demonstram como eram comuns os nomes na época, enfatizando a relevância que teve a família para o povo israelita.

Única evidência da crucificação

"E foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda" . (Mateus 27:38)

Por fontes históricas, sabe-se que os romanos utilizaram a crucificação como forma de punição durante séculos.

No entanto, apenas uma evidência arqueológica, datada do período, demonstra que a crucificação existia: um ossuário de uma pessoa entre 24 e 28 anos com a inscrição: "Yehohanan filho de Hagkol", contendo um osso de calcanhar perfurado por um prego. Quando foi retirado da cruz, parte do poste de madeira ficou presa ao calcanhar.

Ossuário de Caifás

"Depois os príncipes dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás" . (Mateus 26:2)

A caverna do sepultamento da família de Caifás foi descoberta na cidade de Jerusalém. O ossuário maior contém a inscrição em hebraico, que diz: "José, Filho de Caifás". Este é o único caso em que um ossuário de um proeminente histórico foi encontrado. Faz referência a Caifás, sacerdote que liderou a operação que capturou Jesus.

Pôncio Pilatos

"Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso". (Mateus 27:24)

A pedra antiga, que tem a inscrição de Pôncio Pilatos, é a única prova arqueológica de sua existência. A inscrição refere-se a uma construção erigida em homenagem ao imperador Tibério, assinada por Pôncio Pilatos, o prefeito da Judéia.

Pilatos presidiu o julgamento de Jesus e o condenou à morte por crucificação.

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