Muçulmanos extremistas de etnia Fulani assassinaram 20 cristãos, 19 deles da mesma igreja Batista e um de uma Igreja Metodista. O ataque ocorreu durante a noite de 7 a 8 de setembro, de acordo com fontes na vila de Ancha no Estado do Planalto. De acordo com a International Christian Concern (ICC), uma família inteira foi morta no ataque. Cinco outros ficaram feridos no hospital. O pastor da Igreja Batista de Salama disse à ICC: “Meu coração está terrivelmente pesado. Não consegui dormir”.
O reverendo Nanchwat Laven disse que os extremistas entraram na aldeia perto da meia-noite. Ele disse que as relações entre as duas comunidades eram boas. "É claro que tivemos problemas algumas vezes com os pastores Fulani, pois eles deixavam o gado pastar nas nossas fazendas, destruindo nossas colheitas", disse ele.
"Os extremistas realizaram o ataque porque somos cristãos e eles também tiveram algum problema com seu gado em nossas fazendas". Falando em um canal de notícias da televisão local após o acontecido, o Comissário da Polícia do Estado de Plateau confirmou que o ataque foi perpetrado por militantes de etnia Fulani e disse que ainda não foram realizadas prisões. Ele disse que era uma represália pelo assassinato de um menino Fulani. No entanto, o menino Fulani em questão foi morto na aldeia de Hukkie, que fica aproximadamente 15 quilômetros de Ancha.
Crianças mortas
O secretário da Igreja Batista de Salama, John Bulus, disse à Morning Star News: "A aldeia onde eles reivindicaram que um deles foi morto há mais de um ano não faz parte da nossa aldeia e nunca tivemos qualquer mal-entendido com eles no passado". Ele disse que nove das 20 pessoas mortas eram crianças, com idade entre três meses e 17 anos.
Ele ainda comentou que ele mesmo escapou da morte: "Um deles correu atrás de mim na casa, e ele ficou na porta do meu quarto, querendo atirar, e depois de alguns minutos ele saiu para se juntar a seus colegas. E assim que eu saí, ouvi tiros em toda a aldeia. Eles ficaram atirando em toda a aldeia e isso durou cerca de 25 minutos”, ressaltou.
Extremistas
Esse ataque foi o último de uma série de investidas dos extremistas muçulmanos Fulanis, contra os cristãos. Em parte, tal ação reflete a pressão que os agricultores cristãos sofrem no cinturão central da Nigéria. A mudança climática expande a região desértica e leva os muçulmanos Fulani para o sul, fazendo com que haja choques entre os povos. No entanto, os ataques também são impulsionados por islamitas radicais que são de ideologia jihadista e querem matar ou expulsar os cristãos.
O gerente regional do ICC, Nathan Johnson, disse: "O governo nigeriano precisa responsabilizar os militantes extremistas por suas ações. Permitir que eles cometam essas atrocidades é colocar muitas vidas nigerianas em risco e mostra que realmente não valorizam todos os cidadãos. Esperamos que o governo possa tomar medidas efetivas para desmilitarizar e estabilizar os Fulanis e impedir a matança sem sentido de tantos agricultores cristãos", finalizou.
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