Folheto de prevenção à AIDS é considerado preconceituoso

Folheto de prevenção à AIDS é considerado preconceituoso

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

Pessoas que possuem muitos parceiros sexuais correm "um tremendo risco de adquirirem AIDS". Esta é uma citação retirada de um folheto recebido pelo Instituto Vida Nova, em São Paulo, durante uma ação de prevenção. O material foi impresso pela editora ADOS, Rio de Janeiro. No entanto, de acordo com carimbo na peça, também foi distribuído em São Paulo pela Igreja Adventista na zona norte. A ONG classificou o conteúdo preconceituoso. Procurada pela reportagem, a instituição religiosa informou que não possui nenhuma ligação administrativa com a editora e irá apurar quem foram os responsáveis pela distribuição.

De acordo com Américo Nunes, coordenador de projeto do Instituto Vida Nova, uma agente de prevenção trabalhava em uma feira livre na rua e recebeu de um senhor o folheto "HIV Fator Aids". "O texto diz que quem tem vários parceiros corre mais riscos em contrair o HIV. Já sabemos que isso não é verdade, o que importa é a prática de sexo seguro, não quantidade de relações sexuais diferentes. Isso traz uma carga de preconceito muito grande com quem é portador do HIV", criticou o ativista.

O militante também destacou que o material gráfico usa o conceito de "grupos de risco" e também diz que a única forma de relacionamento seguro é a "fidelidade conjugal".

Ao que tudo indica, a peça recebida pela ONG foi distribuída na zona norte de São Paulo pela Igreja Adventista. Procurada, a instituição afirmou que a distribuição do folheto "AIDS", da editora ADOS, aconteceu no distrito de Nova Cachoeirinha - com 5 igrejas e mais de mil membros. "Entretanto, tal ato não possui oficialização por parte da sede, nem do pastor distrital. Trabalhamos na identificação do(s) responsável(is) pela ação, visto que o nome da IASD (Igreja Adventista do Sétimo Dia) foi carimbado no material."

A IASD informou que não possui nenhuma ligação administrativa com a editora ADOS. Também se comprometeu a não distribuir o material com conteúdo que possa ser ofensivo a qualquer grupo de pessoas.

A editora também foi procurada e orientou à reportagem encaminhar um e-mail. Desde quinta-feira até o fechamento deste texto, a Agência de Notícias da Aids não obteve resposta. No site da empresa, o produto de quatro páginas é comercializado por R$ 22.

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