Gottino, apresentador do SP Record, analisa crítica aos evangélicos

Gottino, apresentador do SP Record, analisa crítica aos evangélicos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:17

O jornalista Reinaldo Gottino, de 33 anos, apresentador do telejornal "SP Record", exibido de segunda a sexta, das 18h40 às 20h10,  pela "Rede Record de Televisão", fala de trabalho, família e não tem vergonha de dizer que é evangélico e o que pensa em relação às críticas aos cristãos e à violência na tevê.

"Tudo o que o evangélico faz é sempre visto pelo lado negativo. Isso tem que mudar. Eu conheço muita gente que critica e nunca foi a uma igreja evangélica. Tem uma opinião formada em cima daquilo que leu ou que contaram para ela. Mas só quem teve a vida transformada por Deus sabe o que significa servir a Ele", afirmou.

Nos conte um pouco de sua trajetória.

Sou paulista, filho de um comerciante e uma dona de casa. Tenho duas irmãs e tivemos uma vida tranquila, uma família estruturada. Quando eu tinha 12 anos me convidaram para ir a uma igreja assistir ao testemunho de um jogador do Palmeiras. Vi o testemunho dele e me converti. A igreja tinha um programa de rádio e eu ajudava a atender o telefone. Um dia, o apresentador do programa faltou e eu entrei no ar. O dono na emissora ouviu e me deu a primeira oportunidade. Mais tarde entrei na faculdade, fiz jornalismo, passei por outras emissoras de rádio e tevê e desde julho de 2005 estou na "Rede Record de Televisão". Fui contratado para ser repórter e substituir outros apresentadores. Agora estou à frente do "SP Record", que é exibido em São Paulo e para todo o Brasil por parabólica e tevê a cabo. Pegamos o segundo lugar absoluto na audiência.

O que você responde quando as pessoas questionam sobre o fato de os telejornais falarem muito sobre violência? O "SP Record" aborda principalmente esse tema.

Se você observar a abertura dos principais jornais de todas as emissoras verá que o primeiro destaque será sobre violência. São as mesmas notícias. É que a Record tem um jeito de dar a noticia que é muito mais próximo do público, das pessoas.  Em todas as grandes coberturas a Record se destaca. No julgamento do casal Nardoni, numa sexta-feira à noite, ficamos em primeiro lugar das 22h à 1h da manhã de sábado. As outras emissoras estavam ao vivo também. Mas por que a Rede Record ficou em primeiro lugar? Porque em uma cobertura ao vivo, as pessoas vêm assistir aqui. Quer seja tragédia ou não, é um fato jornalístico. Eu não dou receita de bolo. Nós não fabricamos violência, estamos mostrando a realidade, o que está nas ruas.  Não é que a gente quer violência, a gente mostra a realidade.

Qual a noticia que mais te impactou?

Não dá pra falar de uma notícia apenas. Mas todas aquelas que envolvem crianças me deixam triste. Pois eu sou pai. Nos últimos dias, uma que me deixou muito comovido foi o caso da atriz Cissa Guimarães, que perdeu o filho, vítima de atropelamento no Rio de Janeiro. A dor pela perda do filho dela me comoveu muito.

Você falou que se converteu ao Evangelho no início da adolescência. Como vê o fato dos evangélicos serem alvos de tantas críticas?

Vivemos em uma sociedade onde há uma inversão de valores, que acha que bacana é o cara que encher a cara, que tem uma amante, que usa drogas ou que tem um monte de mulheres. Se você é um cristão, que vive para a sua família, que vai à igreja, que é fiel a Deus e quer levar coisas boas para outras pessoas, é tachado de bitolado, alienado. Eu já viajei para 15 países, falo outro idioma, tenho uma pós-graduação em comunicação empresarial e não me considero uma pessoa alienada. Tudo o que o evangélico faz é sempre visto pelo lado negativo. Isso tem que mudar. Eu conheço muita gente que critica e nunca foi a uma igreja evangélica. Tem uma opinião formada em cima daquilo que leu ou que contaram para ela. Mas só quem teve a vida transformada por Deus sabe o que significa servir a Ele. Muitos julgam sem conhecer. Agora, na hora que a coisa aperta, a situação fica complicada, ela recorre a quem? Recorre a Deus.

O que a fé representa na sua vida?

Eu tenho a minha fé e a minha convicção e todos os dias faço as minhas orações. E tenho o seguinte ponto de vista: ou você acredita em Deus ou não acredita. Eu não posso acreditar em Deus quando tudo está bem pra mim e deixar de acreditar quando acontece alguma coisa ruim comigo ou com alguém ao meu redor. Um dia Deus vai nos dizer por que algumas coisas acontecem. Só sei que Deus está comigo em todos os momentos da minha vida. A minha relação com Ele é muito estreita. Eu vou caminhando, andando de carro e vou falando com Deus como se Ele fosse físico. Ele caminha comigo quando acordo, quando vou dormir e está presente em todos os momentos.

Como você é no dia a dia?

Sou uma pessoa bem tranquila em todos os aspectos. Sou casado com a Simone, tenho dois filhos, Rafael de 3 anos e Giovana de 5 meses. Dou muito valor à minha família, aos meus amigos. Procuro ficar a parte da manhã com os meus filhos, por volta do meio-dia chego à tevê, gravo externas, à noite apresento o telejornal e depois do trabalho vou para casa.

O que te tira do sério?

As injustiças. Por exemplo, o Brasil é o país do momento. Os olhos do mundo estão voltados para nós. Vamos sediar uma Copa do Mundo, uma Olimpíada. Mas o povo não tem acesso à saúde, à educação, a um transporte público digno. Isso me revolta.

Que recado você deixa para os nossos leitores?

Estamos vivendo um grande momento do Evangelho. Até alguns anos atrás, o cristão era tido como um coitadinho, e de um tempo para cá a gente vem descobrindo que não é assim. Não tenham medo de sonhar grande, pois Deus é um pai que está pronto para abençoar os seus filhos. Portanto, você pode ir lá e conquistar o que você quiser, pois tem um Deus que pode fazer toda a diferença na sua vida. Hoje, eu trabalho na segunda maior emissora do País. E foi Deus que me colocou aqui. Sou bem realista nesse aspecto.  Eu posso ser grande, eu posso viver o melhor dessa terra. Posso ter um bom carro, uma boa casa, uma boa família. E tenho certeza de que se vocês acreditarem e forem fiéis a Deus, também viverão o melhor dessa terra.

Por Elliana Garcia / Foto: Demetrio Koch

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