Grafite de Jesus Cristo armado com fuzil causa polêmica em Caracas

Grafite de Jesus Cristo armado com fuzil causa polêmica em Caracas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:25

Um novo grafite no populoso bairro 23 de Enero, em Caracas, vem causando polêmica entre os moradores e é alvo de críticas da Igreja: perto de pinturas representando Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Manuel Zelaya e Che Guevara, o "coletivo La Piedrita" decorou um muro com uma imagem de Jesus Cristo e da Virgem de Coromoto, patrona da Venezuela, com fuzis nas mãos, informa reportagem do jornal "El Nacional". O vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, Baltazar Porras, qualificou o desenho como "mais uma escalada dentro dessa semeação permanente de ódio e violência".

- Não fiquemos de braços cruzados manifestando nossa indignação - pediu o sacerdote.

Divulgada pelo "La Pedrita" com ajuda do Twitter, a imagem de Jesus e Nossa Senhora aparece acompanhada da frase "Cristo e sua mãe defendem a revolução". O coletivo também é conhecido por atuar como milícia e controlar parte do bairro 23 de Enero, que fica perto do palácio presidencial. Os moradores do local se dividem sobre o novo desenho.

- Estamos em revolução e, como ninguém se interessa pelos pobres, este mural representa que Deus e a Virgem nos acompanham - disse Wilmer Pérez.

A página www.el23.net, onde o trabalho dos coletivos sociais é divulgado, explica que o grafite foi feito por um artista chamado Nelson. O site também tem supostos comentários de Valentín Santana, líder do "La Piedrita", contra o qual há três ordens de prisão emitidas pelo Ministério Público por delitos como homicídio. Santana diz que "são os guardiões do 'La Piedrita', Cristo e Maria armados, em resistência". Para Carlos Hernandéz, morador do bairro, o mural representa as crenças do povo.

- Cremos em Cristo, na Virgem e nos fuzis, que sempre serviram para nos defendermos. Não nos importa o que diga a Igreja, para nós é uma instituição imoral - disse ao "El Nacional".

Já Lisbeth Santiago, que ao abrir a porto de sua casa, agora dá de cara com a "imagem religiosa", o desenho é desagradável.

- Acho ofensivo - disse a moradora.

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