Com 82 anos de história, a Igreja Adventista da Promessa (IAP) não é uma seita e nem um grupo estranho no cristianismo. De longe, é tão tradicional como as igrejas históricas com mais de 150 anos, porém caminha para uma idade que representa maturidade e nos convoca para novos caminhos.
Nossa história é bonita. É simples. É miraculosa. Somos uma igreja nordestina, brasileira, latino-americana, fundada em 1932. Para ser mais preciso, somos a primeira igreja pentecostal genuinamente brasileira, por que nosso fundador e a igreja como Instituição nasceram no Brasil.
Mas, o que há de mais belo em nossa fundação como denominação, foi o espírito como tudo foi construindo. Alegro-me em saber que não nascemos de rachas, de brigas, de apropriação indevida do rebanho de Deus. Não, nós, promessistas, nascemos de uma convicção bíblica de um homem que apesar de abraçar todas as verdades da fé cristã, sentia-se incompleto, por lhe faltar a experiência com o dom de línguas.
Quando a convicção da Escritura lhe foi mais forte sobre o assunto do batismo no Espírito Santo, separou-se sem estardalhaços dos Adventistas do Sétimo Dia. Foi em busca da promessa do poder do Alto, a mesma derramada nos primeiros cristãos de Atos 2. E assim, atendido pela disposição misericordiosa de Deus, recebeu o cumprimento da promessa de Deus! O batismo aconteceu, como na Igreja primitiva, de acordo com as próprias palavras do Pr. João Augusto da Silveira:
“Ah! Como a história se repete! Não pedi para ser batizado no Espírito Santo, mas aquele que prometeu o Consolador aos seus discípulos e o deu lá no Cenáculo e, posteriormente, à sua Igreja, respondeu à minha oração. Em línguas estranhas e glorificações ao Pai e ao Cordeiro Exaltado, o Espírito Santo completou em meu ser a obra excelsa da Trindade.” (Marcos que Pontilham o Caminho: A História Continua. São Paulo: GEVC, 2002, p.51)
Neste relato emocionante vivido pelo pastor, veja que sua experiência está sempre associada com a experiência da Igreja primitiva. A base do que ele experimentou está construída sobre a Bíblia, não foi uma doutrina inventada para justificar sua saída da Igreja Adventista.
Essa consciência da ligação histórica com a igreja cristã era algo muito sólido na mente de João Augusto. Há em outro artigo escrito por ele, sobre o nome da IAP (na época, Universal Assembleia dos Adventistas da Promessa), menção a isso:
“O nosso título denominacional traduz justamente o que nós cremos a respeito de títulos de igrejas. “Universal assembleia”, estas duas palavras, as encontramos na epístola aos Hebreus 12:23, e cremos que elas nos falam de uma única igreja de Jesus Cristo na terra, não cremos que ela tem referência a nenhuma das denominações existentes, e nem mesmo a nós que a adaptamos como um título, mas antes que ela diz respeito a totalidade dos cristãos em Jesus Cristo de todas as denominações, os quais tem andado em sinceridade de coração, na luz que têm recebido. Seria uma incoerência de nossa parte se crêssemos que somos o único povo de Deus na terra, da mesma maneira afirmamos que, na luz que temos recebido da palavra de Deus, não podemos dar passos retrógrados (…). (http://portaliap.com.br/2012/05/iap-80-anos-2/>acesso: 23/01/14)
Nosso fundador acreditava que aqueles que seguem o Jesus das Escrituras têm caminhado na vontade de Deus. Longe de ser ecumênico ou um idólatra institucional, acreditava piamente que a IAP era uma expressão integrante e relevante da vontade do Espírito de Deus. Neste espírito, devemos comemorar cada aniversário da IAP, sabendo que, juntamente com nossos 82 anos de história, comemoramos mais de dois mil anos de cristianismo. Somos parte do povo de Deus!
Com estas palavras de João Augusto, aprendemos que não somos uma “anomalia” no Corpo de Cristo e nem o próprio Corpo de Cristo. Antes, somos uma denominação séria, comprometida com a Palavra, que tem seus erros, mas tem a presença de Deus que, com Sua graça, nos propõe um caminho de santidade para cumprir a missão de …anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1Pe 2.9 – NVI)
Por Andrei C. S. Soares - membro da IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP) e colaborador do Departamento de Educação Cristã.