Igreja Metodista avalia futuro da denominação

Igreja Metodista avalia futuro da denominação

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:39

A Igreja Metodista vive um momento de grande expectativa: a chegada do Concílio Geral. Somam-se dúvidas, especulações, esperança, intercessão. Desta vez, o 19º evento administrativo mais importante do Metodismo no Brasil será em Brasília, capital Federal. Serão nove dias de discussões, debates e intervenções em todas as áreas da Vida e Missão da Igreja.

No Concílio Geral é sempre apresentado um balanço de tudo o que foi desenvolvido nos últimos anos. São entregues os relatórios das atividades ministeriais dos órgãos nacionais, como Colégio Episcopal, Cogeam - Coordenação Geral de Ação Missionária, Comissões Permanentes e Transitórias. As Confederações e as Instituições de Ensino também prestam contas.

As informações transmitidas dão subsídios para que os/as delegados/as fundamentem as decisões.

Uma das prioridades do conclave é a aprovação do novo texto do Plano Nacional Missionário. O documento é referência para as ações da Igreja Metodista. “Nossa expectativa é que o 19º Concílio Geral invista mais tempo discutindo e deliberando sobre a missão evangelística da Igreja. O Plano Nacional Missionário aponta a direção para a expansão missionária no Brasil, por isto, devemos nos concentrar neste objetivo”, comenta a Revda. Joana D’Arc Meireles, Secretária Executiva para a Vida e Missão da Igreja Metodista.

Episcopado – No Concílio Geral em Brasília a Igreja Meto¬dista vai conhecer os/as novos/as Bispos/as. A eleição será na terça-feira, 12 de julho, no quarto dia do evento. “É um momento de buscarmos a direção do alto. Como a igreja é de Deus, é justo que Ele mesmo escolha suas lideranças. Quando nos reunimos sobre orientação divina, há mais paz do que guerra, mais unidade que divisão”, declara o Bispo Adonias Pereira do Lago, 5ª Re¬gião Eclesiástica.

O mandato Episcopal também será alvo de análises durante o Concílio. Os delegados irão avaliar propostas que sugerem, por exemplo, que a eleição dos Bispos/as seja feita a cada quatro anos nos Concílios Regionais e que o exercício seja limitado a dois mandatos consecutivos.

Organização – Os/as delega¬dos/as vão avaliar ainda a necessidade de uma mudança no sistema atual de organização na Igreja Metodista. Algumas propostas apontam para a importância de uma intervenção na configuração dos Concílios Regionais. A intenção é promover um enxugamento destes eventos visando mais qualidade. Na prática, algumas atribuições seriam remetidas aos Concílios Distritais e o número de delegados/as seria reduzido, o que, de acordo com a proposta, traria agilidade e dinamismo aos conclaves.

“Precisamos redescobrir a im¬portância da dinâmica distrital na vida da Igreja Metodista. O distrito é o espaço para a mobilização, de base, é onde o membro tem acesso mais rápido e fácil à liderança. Com os problemas sendo resolvidos nesta instância, há um fortalecimento do potencial missionário”, afirma o Bispo Stanley da Silva Moraes, Secretário Executivo do Colégio Episcopal.

Educação – Parte das discussões no 19º Concílio Geral será em torno das Instituições Edu-cacionais. O Consad - Conselho Superior de Administração das Instituições Metodistas, irá apresentar um relatório apontando a realidade das Escolas e Universidades, à luz das mudanças estabelecidas no último conclave, em 2006. Com base nas informações, as delegações terão de avaliar as ações necessárias para reverter problemas presentes.

“Nos últimos anos as instituições têm somado passivos preocupantes e já comprometendo a integridade espiritual, moral, ética e física da igreja. Nessa abordagem, não se tem por objetivo levantar quais as razões deste caos, mas espera-se que o 19º Concílio Geral possa decidir com firmeza os próximos passos a serem dados”, declara o Bispo Adriel de Souza Maia, 3ª Região Eclesiástica.

Para o presidente do Consad, Paulo Roberto Bruhn, o Concílio Geral será uma excelente oportunidade para mostrar à Igreja a realidade da Rede de Ensino Metodista no Brasil. Segundo ele, o sistema educacional no país passa por transformações e é preciso ter uma compreensão mais ampla para encontrar respostas.

“Nós temos mais de 65 mil alunos/as, três mil funcionários e inúmeros projetos sociais em andamento. Hoje, temos um controle muito maior da situação. Queremos passar esta confiança às delegações no Concílio Geral. As soluções para as Instituições de ensino passam pelas soluções que encontraremos para nossas igrejas. É preciso união neste momento para o desempenho do papel missionário por meio das Escolas e Universidades da Rede Metodista”, explica Paulo Rober¬to Bruhn.

Caderno de Propostas – Ao todo, 114 propostas serão analisadas e votadas pelos 180 delegados/as, que representam as Regiões Eclesiásticas e Missionárias no Concílio Geral. No caderno, alguns itens chamam a atenção.

No Eixo 1 – Igreja e Missão – está proposto, por exemplo, a implementação de plano de carreira para pastores/as, criação de teto para subsídios pastorais e uma meta nacional para crescimento das igrejas.

Dentro desta temática, há também uma proposta de mudança para o método de formação da Clam - Coordenação Local de Ação Missionária. O/a pastor/a presidente teria a liberdade de escolher os/as líderes, conforme prévias indicações dos Ministérios. Ao todo, são 25 pro-postas do eixo Igreja e Missão.

Alterações sugeridas também na área educacional da Igreja Metodista, especialmente na Escola Dominical. Uma das propostas recomenda a fusão da ED com o Programa de Discipulado Nacional, alegando que a união forta¬leceria o aprendizado dentro das igrejas e evitaria que um programa prejudique o outro.

A coordenadora nacional de Educação Cristã, Revda. Renilda Martins Garcia reafirma que o tema discipulado merece atenção especial e dedicação de toda a Igreja. Diz ainda que o Departamento Nacional de Música e Arte, capacitação de leigos e Escola Dominical são prioridades. “Ainda estamos no processo de consolidação e precisamos valorizar, ainda mais estes segmentos principalmente no que tange a investimentos e formação”, afirma.

Autonomia Remne – Está em discussão também a proposta de emancipação da Remne – Região Missionária do Nordeste. O processo seria executado em duas fases, durante os próximos dez anos. De acordo com a Bispa da Remne – Marisa de Freitas Ferreira, a região está pronta para o início deste processo. “Nos últimos cinco anos alcançamos todas as metas estipuladas. Esta é uma proposta arrojada, porém cercada de oração e trabalho sério. Estamos chegando ao Concílio Geral com a sensação de missão cumprida e temos ótimas expectativas”, afirma.

Ministério pastoral – O mi¬nistério pastoral também está na pauta do Concílio Geral. Volta a discussão sobre a retenção e reco¬lhimento da cota previdenciária individual para pastores/as. “É uma questão que merece atenção e deve ser trabalhada. É uma dívida que temos com os pastores, devemos resgatá-la e, principalmente, solucioná-la”, argumenta o Rev. Nelson Magalhães Furtado, Presidente da CGCJ – Comissão Geral de Constituição e Justiça da Igreja Metodista.

Outra proposta referente ao ministério pastoral diz respeito à itinerância. A mudança aconteceria no período de quatro anos com a possibilidade de continuidade pastoral a médio e longo prazos. Esta alteração, de acordo com o caderno de propostas, possibilitaria ao pastor e à igreja a oportunidade de trabalhar e planejar o crescimento da missão integral.

Redistribuição Geográfica – Um novo sistema de organização geográfica será analisado durante o Concílio Geral. A discussão fez parte dos últimos conclaves, porém, desta vez, o tema deve ganhar outras proporções. A Cogean e o Colégio Episco¬pal trabalham em uma proposta que traria uma nova dinâmica à expansão missionária por meio de uma inovação na distribuição geográfica da Igreja Metodista no país.

Para o Bispo da 1ª Região Eclesiástica, Paulo Tarso de Oliveira Lockmann, a propos¬ta levantará uma discussão im¬portante sobre a atualização das fronteiras da Igreja Metodista no Brasil. “Creio que está no mo¬mento de repensarmos as nossas divisas. A última mudança foi há 46 anos, com a criação da Sexta Região. Nosso país mudou muito neste período. Não tenho pro¬postas específicas neste sentido, mas iniciar uma discussão mais abrangente sobre o tema se faz necessário”, explica.

O Concílio irá avaliar ainda propostas como: investimentos mais expressivos na área de co-municação (viabilização de mí¬dias como rádio e tv), mudanças na elaboração e aplicação do exa¬me da Ordem Presbiteral, alterações ligadas à Associação da Igreja Metodista (AIM), imple¬mentação de um novo modelo de gestão para a Sede Nacional e alteração da faixa etária dos jovens na Igreja Metodista.

O tema ecumenismo também volta à pauta de votação. A pro¬posta é que seja revogada a deci¬são restritiva tomada pelo último Concílio Geral. Hoje a Igreja Metodista não participa de órgãos ecumênicos com a presença da Igreja Católica.

Os/as delegados/as terão de analisar ainda o sistema de armazenamento de informações na Igreja Metodista. Uma das propostas prevê a criação de uma área de Tecnologia de Informação na Sede Nacional para, por exemplo, criar um banco de dados da membresia metodista. O setor daria suporte para pesquisas e subsídios para o plano diretor da igreja. Das 114 propostas, 18 foram consideradas vitais - que só o Concílio Geral pode decidir, a maioria do eixo – Igreja: Governo e Administração.

Oração - Durante o Concílio em Brasília, a Igreja Metodista em todas as Regiões estará em oração. O convite é que cada co¬munidade organize momentos de intercessão. O Bispo João Carlos Lopes, presidente do Colégio Episcopal, enfatiza a importância do evento para o povo metodista. Ele explica que é o mo¬mento de parar, escutar e refletir. “Todos devem estar envolvidos neste propósito. Conferindo e conciliando as vidas para que continuemos na missão de fazer discípulos para Reino de Deus”, conclui.  

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