“A igreja não é uma fábrica que reproduz coisas, a igreja é uma família”, diz Carlito Paes

O pastor Carlito Paes, líder da Igreja da Cidade em São José dos Campos, falou ao Guiame sobre o contexto da Igreja Brasileira nos dias atuais.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: sexta-feira, 26 de julho de 2019 às 18:38

O pastor Carlito Paes, líder da Igreja da Cidade, em São José dos Campos, analisou pontos positivos e negativos que formam o contexto da Igreja Brasileira nos dias atuais.

Em entrevista ao Guiame, ele aponta como obstáculos “uma igreja se aculturando com um mundo corrupto e uma igreja emocional demais, enquanto deveria ser espiritual”.

Paes acredita que os problemas da Igreja Brasileira, em boa parte, são reflexo da sociedade brasileira. “O brasileiro passa uma crise de identidade, principalmente com a questão da corrupção e, como líderes, precisamos trabalhar para que a nossa membresia seja diferente. Porque olhamos para o cenário político e exigimos mudanças em Brasília, enquanto nosso povo está dando jeitinho”, afirma.

Outro ponto está na “passionalidade” que existe dentro do brasileiro. “Esse temperamento, que às vezes passa o sinal de uma vida mais na carne do que no Espírito, também não pode ser aceito e deve ser trabalhado”.

Ele ainda observou o grande fluxo de pessoas que estão mudando de igreja. “Tem gente que pensa que isso está relacionado à teologia; eu não acredito que seja. Quando a pessoa entrou, ela sabia em que teologia estava entrando. Eu acho que isso tem mais a ver com o emocional”, disse Paes.

“Religiosidade, falta de paternidade e questões negativas de sentimento, como rejeição, precisam ser trabalhadas porque se não vamos ter uma igreja doente”, completou.

Por outro lado, o pastor destaca o crescimento da igreja evangélica, conforme indicado no último Censo do IBGE. “Temos condições de influenciar positivamente com transformação social, integridade, santidade, sexualidade saudável e bem resolvida, e uma vida madura diante de Deus”, afirmou.

A nível global, Paes acredita que “a Igreja Brasileira tem uma chamada mundial muito forte”. “O Brasil vive um momento maravilhoso porque está contribuindo com o crescimento”, avalia.

Falando sobre o contexto da Igreja no Brasil, ele conclui: “Não podemos ser cegos para admitir que a igreja evangélica absorve problemas da sociedade e do mundo, mas também não podemos ter um óculos sujo que não vê nada das oportunidades”.

Uma igreja saudável

“A igreja não é uma fábrica que só reproduz coisas, não é uma festa em que colocamos todo mundo dentro de um auditório preto com luzes, e fica todo mundo pulando. A igreja é uma família”, afirma o pastor. “E não é uma família para frequentar, mas sim para pertencer”.

Paes disse que uma igreja saudável deve ser constituída pelos 5 dons ministeriais. “Dos cinco dons de governo descritos em Efésios 4, o cristianismo protestante e as igrejas históricas promoveram três e ignoraram dois. Promoveu o pastores, evangelistas e mestres. Mas os outros dois, profetas e apóstolos, foram ignorados”.

“Quando você não ensina, você gera ignorância. Depois de um hiato sem falar disso, vieram movimentos com informações que não são bíblicas”, completou.

O pastor deu uma definição bíblica a respeito do apostolado: “Ser apóstolo não é falar diferente, vestir diferente, usar um anel no dedo ou ter uma reunião de doze. Apóstolo é um dom de governo”, explica. “Ser apostólico é ser empreendedor, visionário, missionário, romper barreiras, mobilizar e gerar. E uma igreja saudável não pode dispensar isso”.

“Uma igreja saudável não tem que ter três dons de governo, tem que ter cinco, como Paulo ensinou em Efésios 4”, destacou.

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