Irã liberta dois cristãos por ocasião do aniversário da Revolução Islâmica

Para organizações que defendem a liberdade religiosa “tais perdões são bem-vindos”, mas não são suficientes para fazer justiça.

Fonte: Guiame, com informações de International Christian Concern e Article 18Atualizado: sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023 às 12:55
Saheb Fadaie e Hadi Rahimi. (Foto: Reprodução/Article 18)
Saheb Fadaie e Hadi Rahimi. (Foto: Reprodução/Article 18)

No Irã, existe uma tradição anual de perdoar prisioneiros por ocasião do aniversário da Revolução Islâmica de 1979. 

Neste ano, em seu 44º aniversário,  o Irã libertou dois cristãos — Saheb Fadaie, de 42 anos, em 9 de fevereiro depois de passar 5 anos na prisão e Hadi Rahimi, de 33 anos, em 20 de fevereiro depois de passar pouco mais de um ano na prisão.

Ambos, membros de uma igreja que fica na cidade de Rasht, no norte do país, foram presos sob a acusação de “agir contra a segurança nacional” ao organizar igrejas domésticas e promover o “cristianismo sionista”, conforme o International Christian Concern. 

O sionismo é um movimento que defende o estado judeu soberano e o retorno dos judeus para a Terra de Israel, que fica na Palestina. Os iranianos abominam essa decisão e associam os cristãos ao movimento.

Sobre os cristãos presos

Saheb e Hadi estavam na prisão de Evin, no Irã, onde muitos cristãos foram presos ao longo dos anos.

Como eles abandonaram o islamismo para seguir o cristianismo, eles não são reconhecidos como cristãos e não têm liberdade ou proteção na adoração de acordo com a fé cristã. 

Para os muçulmanos eles são vistos como traidores da pátria e acusados de “propaganda contra o estado por meio do proselitismo do cristianismo” e por “agir contra a segurança nacional ao conduzir atividades evangelísticas”.

Violação aos direitos humanos

A libertação da prisão e o reencontro com familiares de cristãos como Hadi e Saheb são de fato vitórias a serem comemoradas.

No entanto, dezenas de cristãos ainda permanecem nas prisões iranianas enquanto o regime continua a restringir e proibir a prática da fé cristã pelos convertidos.

Conforme o Artigo 18 — organização que protege e promove a liberdade religiosa no Irã — “tais perdões, embora bem-vindos, não abordam a injustiça original de sua sentença e prisão”.

A organização explica que o governo continua a considerar os direitos e liberdades garantidos internacionalmente como crimes, incluindo o direito de adotar livremente uma religião de sua escolha e de manifestar sua fé em comunidade com outras pessoas. 

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