'Jesus não deu a atender que o dinheiro deveria trazer o nome dele ou de Deus', diz procurador da República

'Jesus não deu a atender que o dinheiro deveria trazer o nome dele ou de Deus'

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:09

 

Jefferson Dias é o procurador que solicitou a retirada do frase 'Deus seja louvado' das cédulas de real.
 
O pedido tem causado polêmica e dividido opiniões. Em entrevista ao Jornal do Brasil, Dias explica melhor como surgiu a ação.
 
"Uma pessoa ateia entrou com uma representação na PRDC questionando a existência do 'Deus seja louvado', conta ele. "Toda essa temática de liberdade religiosa vai para a PRDC e aí eu passo a investigar. A reclamação era só no aspecto de laicidade do Estado, um estado laico."
 
Segundo ele, a pessoa que denunciou se sentir afestada em sua liberdade religiosa por não crer em Deus.
 
Quando aos possíveis gastos com essa mudança, o procurador diz que as cédulas são substituídas gradativamente conforme seu tempo de vida útil, então não terá custo.
 
"O Estado não pode manifestar predileção religiosa. O Brasil optou em 1890 por ser um estado laico. O mais grave que um eventual sentimento dos católicos, é o fato de ser ilegal. Por exemplo, eu não gosto de pagar impostos, então não quero pagar impostos, mas é ilegal. Mesmo sendo católico, eu ouso discordar um pouco. Porque, se você for estudar a Bíblia, Jesus nunca teve uma posição materialista. Jesus disse que, quando lhe é perguntado se ele deveria dar dinheiro, pagar imposto a César, ele fala "A César o que é de César, a Cristo o que é de Cristo". Quando ele encontra vendedores no templo, ele os expulsa de lá dizendo que "A casa do Senhor não é casa de comércio". Perguntado sobre o rico, ele fala que "seria mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino dos céus". Então, em nenhum momento Jesus deu a atender, para quem é cristão, que o dinheiro deveria trazer o nome dele ou o nome de Deus. Acho que é uma inversão de valores."
 
Na matéria, o repórter cita a moeda americana que também têm frases que fazem referência Deus, e o procurador responde. "Da forma como está hoje, um presidente poderia mandar colocar "Vai Corinthians", por exemplo. E se a maioria entender que é para colocar essa expressão? Aí o restante vai ter que aceitar? Pelo discurso do Banco Central, poderia colocar isso."
 
 
com informações do jb.com.br
 

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