Jornalista adventista diz que estragos no RJ chocam muito mais ao vivo do que pela TV

Jornalista adventista diz que estragos no RJ chocam muito mais ao vivo do que pela TV

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:00

Estar na região serrana do Rio de Janeiro é entrar em estado de choque. A cada esquina, um suspiro de susto vai fazendo a gente perder o fôlego e quase não dá para expressar uma emoção a não ser respirar forte e aguardar a próxima cena.

Foi assim que passei o sábado (15) em Teresópolis e o domingo (16) em Nova Friburgo, duas das cidades mais devastadas pelas chuvas naquela região. O que mais chama a atenção é o cheiro da cidade, um misto de lama, com árvore, com lixo, com comida podre, entulho, carniça de animal e gente morta. E esse cheiro ficou ainda mais intenso e insuportável ao visitar o Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis. Ali em frente, as pessoas usam máscaras o tempo todo, pois senão o enjoo bate no estômago e a dor de cabeça começa. Eu fiquei cerca de 15 minutos ali, sem máscara, e fiquei com o estômago embrulhado o resto do dia.

O depoimento dos voluntários do IML é impressionante. Nem mesmo eles, acostumados a ver gente morta, conseguem ingerir o que veem. Os corpos chegam já em estado de decomposição e totalmente deformados, inchados e quase irreconhecíveis. Eu entrevistei um casal de namorados, voluntários, que são de Nova Friburgo, mas preferiram trabalhar em Teresópolis para evitar ver gente conhecida.

O número de mortos já passa de 700. Mas é provável que muitos continuem embaixo da terra, pois já estão quase totalmente em decomposição. Como será feito o resgate dos restos e a identificação? Difícil de saber.

Andando por um dos piores bairros em Teresópolis, o Campo Grande, onde 95% da população faleceu, encontrei o prefeito da cidade, Mário Jorge. Deu até dó de entrevistá-lo, pois o que dizer numa hora dessas? Desolado, ele respondeu prontamente que sabe da sua responsabilidade, e que está fazendo de tudo para resgatar os sobreviventes, retirar os corpos, permitir um enterro digno e reconstruir a cidade. Mas nem sempre é possível. Ao lado dele, um senhor já tinha desenterrado três da sua família e faltava mais um, que ainda estava lá, pois a chuva caía e a Defesa Civil interditava as buscas, para não colocarem os Bombeiros em risco.

Aliás, 3 deles faleceram enquanto faziam um resgate, em Nova Friburgo. Cena triste foi ver o carro ainda ali, embaixo dos escombros, de heróis dando o seu melhor. Mas ao mesmo tempo, é incrível ver como o sentimento de ajuda ao próximo tomou conta daquelas duas cidades. Mesmo quem perdeu tudo, já se mobiliza para conseguir doações para outros. É uma união tão grande, que a força só pode vir de Deus mesmo, porque mal dá para reagir frente a uma situação dessa.

Que Deus continue dando força pra esse povo e que eles se voltem para Deus, pois o que aconteceu nada mais é do que o cumprimento de profecias, sinais da Volta de Jesus. MARANATA !

Gabriela Frontini, jornalista da TV Novo Tempo-  @gfrontini  

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