Justiça do Rio ordena que Netflix retire filme do Porta dos Fundos com 'Jesus gay'

O desembargador que concedeu a liminar para retirada do filme destacou que a decisão é 'mais adequada e benéfica' para a sociedade brasileira.

Fonte: Guiame, com informações da UOLAtualizado: quinta-feira, 9 de janeiro de 2020 às 11:15
No filme, Jesus é interpretado por Gregório Duvivier e Orlando (Lúcifer) é interpretado por Fábio Porchat. (Foto: Divulgação)
No filme, Jesus é interpretado por Gregório Duvivier e Orlando (Lúcifer) é interpretado por Fábio Porchat. (Foto: Divulgação)

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ - RJ) ordenou que a produtora Porta dos Fundos e a plataforma de streamming Netflix terão de retirar do ar o filme “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”.

O filme gerou polêmica no final de 2019, ao retratar Jesus e outros personagens bíblicos de forma desrespeitosa. No roteiro, por exemplo, Maria é adúltera e Jesus volta dos dias de tentação no deserto com um “namorado”, que posteriormente se revela como Lúcifer.

Além de uma petição com mais de 2,3 milhões de assinaturas, exigindo a retirada do filme, a Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura entrou com uma ação, também exigindo a retirada do filme. Em primeira instância, o pedido havia sido negado.

Agora, a Justiça do Rio está ordenando que o filme seja retirado do ar. Segundo o desembargador Benedito Abicair, da 6ª Câmara Cível, a decisão de conceder a liminar para a retirada do filme se justifica pelo fato do Brasil ser de maioria cristã.

“Por todo o exposto, se me aparenta, portanto, mais adequado e benéfico, não só para a comunidade cristã, mas para a sociedade brasileira, majoritariamente cristã, até que se julgue o mérito do Agravo, recorrer-se à cautela, para acalmar ânimos, pelo que concedo a liminar na forma requerida”, disse ele em parte de sua conclusão.

O desembargador também criticou a forma como os comediantes do Porta dos Fundos se posicionaram diante da repercussão negativa do "Especial de Natal". Segundo Abicair, eles agiram com "agressividade e deboche".

"Destaco, ainda, que a primeira Agravada não foi centrada e comedida ao se manifestar, nas redes sociais, conforme transcrito nas razões da ora Agravante, pois, ao meu ver, poderiam justificar sua 'obra' através de dados técnicos e não agindo com agressividade e deboche. Maior comedimento possibilitaria, talvez, debate em nível mais elevado, sem ferir, acintosamente, suscetibilidades", disse ele, acrescentando que "toda ação provoca uma reação" em alusão ao ataque à sede da produtora no Rio de Janeiro.

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