Líderes da umbanda acusam a Igreja Universal de perseguição religiosa: “Estamos tensos”

Após repercussão do vídeo que mostra os rapazes evangélicos marchando diante do altar da Igreja, líderes da Umbanda e do Candomblé alegaram estarem preocupados com a finalidade do grupo e desejam fim à “perseguição” sofrida pelos candomblecistas.

Fonte: Guiame, com informações de Tribuna da BahiaAtualizado: quinta-feira, 26 de março de 2015 às 12:10
Trajando roupas de rituais, líderes do candomblé estiveram em frente ao Ministério Público Federal da Bahia. (Tribuna da Bahia/ Romildo de Jesus)
Trajando roupas de rituais, líderes do candomblé estiveram em frente ao Ministério Público Federal da Bahia. (Tribuna da Bahia/ Romildo de Jesus)

 

Trajando roupas de rituais, representantes do candomblé estiveram em frente ao Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) conforme prometido, nesta segunda-feira (23). Além de estarem ali para defender a liberdade de culto das religiões de matriz africana, a real motivação do movimento foi solicitar uma investigação sobre os ‘Gladiadores do Altar’ – grupo de jovens da Igreja Universal do Reino de Deus.

Após repercussão do vídeo que mostra os rapazes evangélicos marchando diante do altar da Igreja, líderes da Umbanda e do Candomblé alegaram estarem preocupados com a finalidade do grupo e desejam fim à “perseguição” sofrida pelos candomblecistas.

“Há décadas sofremos com perseguições, disseminadas pela Igreja Universal. Estamos no século XXI, constando guerras no Oriente Médio por causa de religião. Coma  criação de um ‘exército do altar’, estamos preocupados com o que pode acontecer. Queremos que as autoridades coloquem um freio nisso e que possamos ter liberdade para cultuar qualquer religião”, disse a mãe de Santo, Jaciara Ribeiro.

Ela ainda ressalta o medo de encontrar algum integrante do ‘Exército’ nas ruas. “Enquanto eles estão dentro da igreja sob uma voz de comando, menos mal, mas e se um dia eles encontrarem alguém do candomblé nas ruas? Não sabemos como irão reagir. Estamos tensos”.

“Esse grupo nos deixou receosos, diante da existência da intolerância religiosa. Além disso, estamos entregando uma petição, pois pela lei segmentos religiosos não podem ser militarizados como um exército”, disse o Pai de Santo Babá Pecê, que organizou o movimento na Bahia e desenvolveu a carta-aberta e uma petição entregue ao procurador Pablo Coutinho. 

Resposta

Segundo a assessoria de imprensa da Universal, em nota divulgada ao jornal O Dia, os Gladiadores são jovens com vocação missionária e que estudam a Bíblia, sem desenvolver qualquer prática militar. Ainda de acordo com a assessoria, foram feitas apresentações do projeto em igrejas de algumas capitais, e nelas os jovens aparecem marchando e entoando frases de efeito. “Foram eventos únicos, com coreografia ensaiada, para marcar festivamente a ocasião”, diz a nota.  

Entenda o Caso

A polêmica deu início depois da repercussão de vídeos do grupo exibidos na internet, onde jovens aparecem uniformizados, simulando a formação militar para apresentar compromisso e disciplina à igreja.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que também tem ligações com a umbanda, foi o primeiro a se manifestar contra o movimento cristão, pedindo providências ao Ministério Público especulando que há risco de a igreja “executar os ‘infiéis’ e ateus e empurrar os homossexuais de torres altas como vem fazendo o fundamentalismo islâmico no Oriente Médio”.

 

 

 

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