Líderes da Umbanda e do Candomblé de pelo menos seis Estados brasileiros, farão protestos e se reunirão com o Ministério Público Federal, na próxima segunda-feira (23), para solicitar uma investigação sobre os objetivos do grupo Gladiadores do Altar, composto por jovens da Igreja Universal do Reino de Deus.
A polêmica deu início depois da repercussão de vídeos do grupo exibidos na internet, onde jovens aparecem uniformizados, simulando a formação militar para apresentar compromisso e disciplina à igreja.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que também tem ligações com a umbanda, foi o primeiro a se manifestar contra o movimento cristão, pedindo providências ao Ministério Público especulando que há risco de a igreja “executar os ‘infiéis’ e ateus e empurrar os homossexuais de torres altas como vem fazendo o fundamentalismo islâmico no Oriente Médio”.
“Sabemos do histórico de perseguições e violência contra centros espíritas e integrantes de religiões afro-brasileiras, praticadas por membros da Igreja Universal em todo o país. Líderes da Umbanda e do Candomblé estão preocupados com o que pode vir a ser esse novo grupo”, disse o advogado Luiz Fernando Martins da Silva, responsável entrega da petição ao MPF.
Como argumento para a investigação, o documento cita a Lei de Segurança Nacional (LSN), que proíbe a formação de grupos paramilitares e propaganda de discriminação racial, de luta pela violência entre as classes sociais e de perseguição religiosa – sugerindo que os Gladiadores do Altar estivessem incitando violência contra outras religiões.
Segundo a assessoria de imprensa da Universal, os Gladiadores são jovens com vocação missionária e que estudam a Bíblia, sem desenvolver qualquer prática militar. A assessoria ainda conta que foram feitas apresentações do projeto em igrejas de algumas capitais, e nelas os jovens aparecem marchando e entoando frases de efeito. “Foram eventos únicos, com coreografia ensaiada, para marcar festivamente a ocasião”, diz a nota.
Depois que o pai de santo, Babá Pecê, lançou carta aberta demonstrando sua preocupação com o que viu nos vídeos, os centros umbandistas mais antigos de Salvador (BA) tomaram a frente do movimento. Além da Bahia, umbandistas e candomblecistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Rio Grande do Norte farão a manifestação e entregarão a petição ao MPF em seus estados, no dia 23. O mesmo será feito na terça-feira (24) por religiosos de Brasília.
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