Líderes religiosos de diferentes credos comentam a decisão que dá ao paciente terminal o direito de rejeitar o prolongamento artificial

Maioria das religiões apoia a ortotanásia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:10

Em momento de grandes mudanças éticas, é comum que haja espaço para confusão, especialmente quando questões religiosas estão envolvidas. Foi o que aconteceu na quinta-feira, quando o CFM (Conselho Federal de Medicina) decidiu que, a partir daquela data, os pacientes que sofrem de doenças terminais podem decidir não ser mantidos vivos com o uso de meios artificiais, como respiradores.

Uma boa parcela dos brasileiros que segue alguma religião deve pensar que a decisão é contra as doutrinas que professam. Isso não é verdade no caso de quatro entre cinco grandes grupos consultados pelo Metro.

Igreja Católica, Comunhão Espírita, Igreja Evangélica Luterana e Opus Dei apoiam a decisão do CFM. A única instituição que se posicionou contra foi a protestante Assembleia de Deus.

“Trata-se de normas para um médico poder agir de maneira legal e ética em relação a um paciente em fase terminal, isto é, sem nenhuma perspectiva de recuperação”, comunicou o arcebispo Raymundo Damasceno.

Assis, em nome da Igreja Católica. “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil não é contra, enquanto se trata do uso de recursos extraordinários, que podem trazer mais sofrimento para o paciente e para a família.”

Conforme publicado no portal da BAND, o Opus Dei, instituição conhecida pelo rigor com que segue os preceitos cristãos, como de costume, posicionou-se de acordo com a Igreja Católica.

Entre os evangélicos, a Igreja Luterana prega que a decisão é correta e humanitária. “Cabe à ciência reconhecer sua limitação e permitir ao ser humano que não seja forçado a se sujeitar aos recursos que promovem a distanásia (o prolongamento desnecessário da vida)”, argumentou o reverendo Paulo Moisés Nerbas.

Opinião similar foi defendida pelos espíritas. “A proposta vai ao encontro de uma medicina mais humanizada, que enxerga a morte não como uma inimiga, mas o morrer como um momento que deve ser vivenciado com dignidade.”

A única igreja que manifestou-se contra a resolução foi a Assembleia de Deus. “Todos os recursos para a manutenção da vida devem ser tentados até o fim”, alegou o pastor Lelis Washington. “Há sempre chance de cura do pacienteno plano divino.”

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