Em seu novo livro, Americas Four Gods [Os Quatro Deuses dos Americanos], Paul Forese e Christopher Bader usaram a Pesquisa Religiosa da Universidade Baylor para determinar até que ponto as pessoas acreditam que: 1) Deus ama o mundo, 2) Deus julga o mundo, e 3) Deus se envolve com o mundo.
A partir dessa análise, concluíram que o público americano pode ser dividido em quatro campos teológicos, de acordo com suas crenças sobre a natureza de Deus. As pessoas creem em:
1. O Deus autoritário (um Deus que se envolve e julga). 2. O Deus benevolente (um Deus que se envolve, mas não julga). 3. O Deus crítico (um Deus que julga, mas não se envolve). 4. O Deus distante (um Deus que não julga nem se envolve). Qual dessas visões de Deus é a mais popular?
Segundo este estudo: 31% acreditam em um Deus autoritário. 24% acreditam em um Deus benevolente. 24% acreditam em um Deus distante. 16% acreditam em um Deus crítico. 5% não acreditam em Deus.
Para aqueles que tentam se envolver com a cultura para defender a causa de Cristo, este é um estudo importante para ser estudado e debatido.
Quando alguém fala ou ensina sobre Deus, deve ter em mente os diferentes entendimentos sobre Deus que seus ouvintes têm. A maioria dos pastores e professores cristãos presume que as pessoas só conhecem um Deus autoritário. Talvez façam isso com razão, pois a maioria pensa assim. Essa opinião também é predominante entre os que foram criados na igreja.
Entre as pessoas que frequentavam a igreja várias vezes por semana quando criança, 22% creem num Deus autoritário, 16% das pessoas creem num Deus benevolente, 8% em um Deus crítico, 5% acreditam em um Deus distante, e 4% hoje são ateus. Não admira que 47% dos evangélicos têm uma visão autoritária ou benevolente de Deus. Entre os católicos romanos, este número cai para 30%. Entre as denominações protestantes históricas, cai para apenas 18%.
Minha experiência sugere que a visão de um Deus autoritário, mesmo sendo maioria entre que frequentam a igreja, está longe de ser dominante entre os sem-igreja. Entre este grupo, é possível encontrar a visão do Deus crítico, do benevolente ou do distante. E quanto mais distante alguém está da igreja, maior é mudança de autoritário para benevolente, de benevolente para crítico, de crítico para distante e, finalmente, de distante para uma cosmovisão ateísta.
Para os que pretendem advogar a causa de Cristo, é importante entender isso. Eles precisam aprender a dialogar com cada uma destas perspectivas. Se as pessoas dizem que Deus é simplesmente bom, então seria preciso fazer uma apologia de sua autoridade e de suas exigências.
Os que veem a Cristo como alguém que sempre perdoa, seria preciso ajudá-los a vê-lo como líder e que esses dois aspectos são inseparáveis. Para os que Deus é simplesmente um crítico, seria necessário apresentar o amor e a graça divinos. Eles ouvirão que precisam entrar na linha, mas também precisam ouvir que são filho ou filha. Se Deus lhes parece distante, então é preciso entender que muitas vezes isso revela um ateísmo funcional. Se Deus não se envolve com a vida deles, precisam receber uma dose explosiva de percepção que são importantes para Deus.
Se Deus não existe (para eles), é preciso revelar a existência de Deus de maneira que essas pessoas sejam impulsionadas a considerar que é possível iniciar uma caminhada da descrença para a fé. Em algum ponto eles poderão perceber que há um Deus. O objetivo maior deveria ser ajudar a cada um em sua jornada do conhecimento do Deus que não é nenhum desses quatro deuses, ou melhor, não é como o dessas quatro idéias distorcidas. Afinal de contas, só existe um único Deus.
James Emery White durante muitos anos foi pastor em Charlotte, Carolina do Norte. Atualmente é presidente e professor de Teologia e cultura do Seminário Teológico Gordon-Cornwell. Tem PhD em Teologia e também em História. É um dos editores do site Church and Culture e tem mais de 10 livros publicados. Em português estão disponíveis A mente cristã num mundo sem Deus (Vida) e Abraçando o Deus misterioso (CPAD).
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