Luciano Subirá: ‘A teologia coach cresce porque falta maturidade à Igreja Brasileira’

Em entrevista ao Guiame, o pastor falou sobre os desafios da Igreja Brasileira e a importância da família como fundamento do Reino.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: sexta-feira, 11 de abril de 2025 às 16:38
Pastor Luciano Subirá em entrevista ao Guiame. (Foto: Guiame)
Pastor Luciano Subirá em entrevista ao Guiame. (Foto: Guiame)

Luciano Subirá tem rodado o mundo com uma mensagem bíblica sólida, despertando cristãos sobre seu papel nos tempos atuais. Em entrevista exclusiva ao Guiame, o pastor falou sobre os desafios da Igreja Brasileira e a importância da família como fundamento do Reino.

Subirá conhece bem a realidade da Igreja no Brasil. Ao longo do seu ministério, já ministrou em todas as regiões do país, conhecendo de perto líderes e comunidades. Com base nessa experiência, ele não hesita em afirmar: “A Igreja Brasileira tem muita coisa boa.”

E explica: “Eu costumo dizer que as pessoas têm a mania de olhar a metade do copo cheio ou vazio. Às vezes você tem que olhar as duas coisas. As pessoas falam assim: ‘Ah, tem muita coisa ruim.’ Mas não podemos negar as coisas boas.”

Para o pastor, o aumento do número de evangélicos é real, mas não é o único fator a ser considerado no País. 

“O que Deus está fazendo na Igreja Brasileira é lindo. Não é só o crescimento numérico, é o amadurecimento. A igreja está multiplicando e tem um monte de bebês que não tiveram tempo de crescer. Não dá para você simplesmente pegar um novo convertido e exigir dele o que o antigo teria”, avalia.

O que eu ouço de líderes de fora, seja nos Estados Unidos ou Europa, é: ‘Vocês, economicamente, ainda podem ser terceiro mundo, mas como Igreja, os olhos das nações estão olhando pro Brasil como primeiro mundo’, no sentido da revelação da palavra, de um crescimento, de um mover de Deus no louvor e adoração”, observa Subirá.

“Eu, honestamente, acho que nós ainda estamos engatinhando. Tem muito para crescer, mas não dá para negar que há um favor de Deus sobre o Brasil. Isso me deixa empolgado”, acrescenta.

Assista a entrevista completa:

Teologia “coach” e a necessidade de amadurecer

Ao comentar o aumento de teologias distorcidas, como a teologia coach e a hiper graça, Subirá foi enfático: “É imaturidade. Nós temos um número grande de cristãos, mas com baixo conhecimento bíblico”, comenta. 

“É importante dizer que não há maturidade sem tempo, mas só o tempo não garante a maturidade. Nesse ambiente, a Bíblia já advertia sobre falsos profetas, falsos mestres e o engano. E de alguma forma, os crentes — e até a liderança — agem como se isso fosse um problema do passado. Mas isso não é verdade.”

Segundo ele, a internet acelera tanto o que é bom quanto o que é ruim, e os cristãos precisam aprender a filtrar: “Estamos suscetíveis. Vivemos uma era de globalização. O que ‘funciona’ corre para o mundo, seja bom, seja ruim.”

“Antigamente, o cristão era exposto apenas ao ensino da igreja dele. Hoje, ele pode estar numa igreja boa e beber de uma fonte ruim na internet — e o contrário também”, observa o pastor, fazendo um alerta: “As pessoas terão que aprender a filtrar.”

Família: o avivamento que começa em casa

Conhecido também por sua postura firme sobre o valor da família, Luciano Subirá acredita que a transformação de uma nação começa dentro de casa. “Creio que a própria família, quando edificada corretamente, transmite o entendimento do Evangelho.”

Para ele, a negligência familiar é um dos grandes erros da atualidade — até mesmo entre líderes cristãos. “Se o pastor não cuida da própria casa, como governará a Igreja de Deus? Minha primeira congregação é minha casa”, declarou.

“Tudo o que Deus faz na terra passa pelas famílias. Deus disse a Abraão: ‘Por meio da tua linhagem, serão benditas todas as famílias da terra.’ Mesmo incluindo o conceito de nações, Ele não deixou de trabalhar o conceito de família”, explica. A salvação é individual, mas o plano de Deus é familiar. Não existe projeto divino que exclua a família.”

Subirá compartilhou o legado que recebeu de seu pai, que rompeu com uma história marcada por dor e decidiu mudar o destino da sua linhagem. “Se você não tem um legado, seja você quem deixe. Em vez de reclamar do que não teve, construa algo novo.”

O pastor acredita ainda que “Deus quer restaurar a sociedade a partir das famílias.”

“Se olharmos o processo inverso, o diabo ataca o que é importante para Deus. Família é importante para Deus — é só olhar o quanto o mundo tenta desconstruí-la. Por isso, as igrejas precisam produzir um evangelho que gere famílias fortes”, destaca.

A conexão entre avivamento e família é clara para ele. “Deus quer alcançar os filhos, as filhas. Quer entrar nas casas. Uma igreja que não tem visão para a família ainda não entendeu o Evangelho.”

“Quando falamos de avivamento, nos conectamos com a família. ‘Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, vossos filhos e vossas filhas profetizarão’ (Joel 2:28-31). Deus quer entrar dentro de casa, alcançar a próxima geração”.

Por fim, Luciano enfatiza: “Pastores que não têm visão para a família não entenderam o Evangelho.”

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