Lugares da Bíblia - Antioquia

Lugares da Bíblia - Antioquia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:24

Erguida às margens do rio Orontes, a cidade de Antioquia foi onde Paulo começou sua peregrinação para pregar sobre Jesus (na ilustração ao lado, o apóstolo com seu amigo Barnabé, em famosa pintura de El Greco). Também foi nela que ele e outros que compartilhavam da mesma fé foram chamados, pela primeira vez na história, de cristãos. Situada no território da atual Turquia, chegou a ser a terceira maior cidade do Império Romano e do mundo.

A Antioquia à qual nos referimos foi fundada no fim do século 4 antes de Cristo (a.C.) por Seleuco I Nicator, um dos poderosíssimos generais de Alexandre III (o Grande), da Macedônia. A distinção é necessária, pois há outra cidade de mesmo nome citada na Bíblia, a Antioquia da Pisídia. Várias localidades receberam o nome em honra a Antíoco, antepassado de Seleuco (e um nome muito comum em sua linhagem), assim como existiram várias chamadas Alexandria, em honra ao imperador.

Segundo o historiador judaico-romano Flávio Josefo, a Antioquia chegou a ser terceira maior cidade do mundo nos tempos de Jesus, com cerca de meio milhão de habitantes, perdendo apenas para Roma e a principal das Alexandrias.

Opulenta e famosa, foi destruída pelo exército do rei persa Cosroes no ano de 538. Foi reconstruída pelo imperador Justiniano, mas conquistada pelos sarracenos em 635. Em 1084, foi anexada ao império turco. Os cruzados a dominaram até 1269, quando foi tomada pelos muçulmanos. Hoje, Antioquia é um rico sítio arqueológico. Bem próximo dela, fica a moderna cidade de Antaquia (foto abaixo, às margens do Orontes), com um museu rico em mosaicos da Antiguidade.

Surgem os cristãos

A comunidade judaica era muito grande na Antioquia do século I, incluídos alguns judeus que não simpatizavam com os preceitos do judaísmo. O grupo foi um terreno fértil para as pregações dos seguidores de Cristo, que ali fizeram sua base geográfica de apoio. Os pregadores não se limitavam aos judeus, mas também aos de outras religiões mono e politeístas, que se tornaram tementes a Deus.

Dada a efervescência da fé nos preceitos de Jesus, a área logo chamou a atenção de pregadores de outras regiões. Barnabé foi chamado a evangelizar na Antioquia. Vendo que o trabalho não era pouco, pediu ajuda ao amigo Paulo de Tarso. Dali começaram suas famosas viagens apostólicas. Foi na cidade que os seguidores de Deus, por meio de Jesus Cristo receberam, pela primeira vez, a alcunha de cristãos (Atos 11:21-26):

“E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. 

E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. 

O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; 

Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. 

E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. 

E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.”

Cristão, palavra hoje firmemente conhecida para designar os adeptos do cristianismo, era uma espécie de apelido respeitoso dado pelos antioquianos, com o significado de “pequeno Cristo”, ou “aquele que é como Cristo”.

Arqueologia

O apóstolo Pedro também esteve na cidade, ao que indicam os achados arqueológicos, entre os anos de 47 e 54.

As grandes universidades de Princeton (Estados Unidos) e Sorbonne (França) realizaram importantes escavações de 1932 a 1939. Os achados incluem muralhas, um hipódromo, partes de um aqueduto romano, diques e canais de prevenção a enchentes, mosaicos (foto acima, no museu arqueológico local) e fundações de importantes palácios. Muitas pedras de suas ricas ruínas foram usadas na construção da atual Antaquia, pouco mais acima daquela que foi uma das cidades mais importantes no surgimento da igreja primitiva e para o avanço do cristianismo.

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