Lugares da Bíblia - Colinas de Golã

Lugares da Bíblia - Colinas de Golã

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:24

As Colinas de Golã ficam em uma região no extremo sul das Montanhas do Antilíbano, entre Israel, Líbano, Jordânia e Síria. A oeste, limitam-se com o Mar da Galileia (formando um precipício de cerca de meio quilômetro de altura) e o rio Jordão, ao sul, pelo rio Jamurque (Jordânia), ao norte, com o Líbano e o monte Hermon, e a leste, pelo planalto de Hauran (Síria). São citadas na Bíblia por seu nome antigo, Basã, nos livros de Amós, Deuteronômio, Josué, Isaías e Zacarias, por seus portentosos carvalhos e seu gado forte, alimentado pela vegetação farta e viçosa. Nelas ficam as imponentes ruínas do Forte Ninrode (erradamente ligado ao personagem bíblico de mesmo nome, um vigoroso caçador descendente de Noé, citado em Gênesis 10:8-9.

A área é controlada por Israel, que a conquistou da Síria na Guerra dos Seis Dias (1967). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, a Síria reconquistou uma pequena parte das colinas. Assentamentos judeus foram estabelecidos na região ao longo da década de 70. Israel tentou, oficialmente, anexar o território ao seu estado, mas a atitude foi barrada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), cuja resolução de número 497 afirma ser inadmissível a aquisição de um território à força. Em 2008, a ONU reforçou o apoio à resolução em sua Assembleia Geral, com aprovação de 161 a 1.

Como nos tempos do Antigo Testamento, até hoje as férteis pastagens de Golã servem à criação de gado bovino, ovino e caprino. As colinas são formadas quase em sua totalidade de rocha basáltica, incluindo a famosa limestone, muito usada para pisos e acabamentos em todo o mundo. Como o solo rochoso é difícil de ser cavado para fazer alicerces, encontram-se até hoje ao longo das pastagens os Dólmens de Golã (foto). Um dólmen é uma estrutura feita de pedras erguidas e empilhadas (como a famosa Stonehenge, na Inglaterra). As estruturas de Golã nem de longe são tão bem acabadas ou elaboradas como suas colegas inglesas, mas também demonstram a destreza de seus construtores, que conseguiram, em plena Era do Bronze, empilhar enormes rochas com dezenas de toneladas usando instrumentos rudimentares, porém, eficientes. Ao que tudo indica, os dólmens das colinas destinavam-se ao abrigo dos líderes dos clãs nômades que viviam na região, à guisa de palácios para as autoridades, guardadas as devidas proporções.

  Até hoje, o imponente Forte Ninrode está fincado na parte superior das montanhas, com uma visão privilegiada de toda a área, muito importante estrategicamente. Originalmente erguido por islâmicos, no século 12, a fortaleza e seu castelo passaram pelas mãos de vários povos ao longo do tempo. A 800 metros acima do nível do mar, o castelo também recebeu o nada elogioso apelido de Cidadela dos Mosquitos, cujas nuvens infestam a área insuportavelmente de tempos em tempos.

A riqueza natural das colinas se deve a uma série de fatores. A chuva é mais abundante no inverno que em outras áreas próximas. Após o inverno, o gelo montanhoso se derrete e forma riachos que irrigam a região. O degelo reforça as também abundantes nascentes locais, inclusive algumas do rio Jordão. Portanto, entende-se o porquê de diferentes países quererem dominar a área, além da óbvia posição militarmente estratégica.

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