No último domingo (23) os espanhóis celebraram o Dia do Livro Nacional. Os protestantes evangélicos de Madri aproveitaram a oportunidade para fazer uma leitura pública da Bíblia na Praça Maior (Plaza Mayor) da cidade. O local foi projetado pelo rei espanhol Filipe II e construído sob o reinado de seus sucessores: Filipe III e Charles II. A praça está localizada ao lado da popular 'Puerta del Sol'.
De acordo com os historiadores, a praça já foi local de execução dos condenados pelo Tribunal da Inquisição ao final da Idade Média. Muitos deles eram apoiadores da Reforma Protestante.
Desde 1621, cinco provas públicas da Inquisição já foram realizadas; 162 pessoas foram acusadas, dos quais 29 foram condenados à fogueira. Cerca de 359 pessoas morreram na Praça Maior por várias razões, até 1809.
Agora, o Evangelho de João foi lido no mesmo lugar onde os seguidores da Reforma (considerados "hereges" pelos reis de sua época e também pela Igreja Católica) foram condenados.
Eles lêem livremente as Escrituras usando um palco, um púlpito e um microfone. Eles leram a versão da 'Bible Bear', uma tradução dos monges protestantes Reina e Valera, que foram exilados por causa da Inquisição. Homens e mulheres se revezavam para ler os diferentes capítulos do quarto Evangelho, que encheu a bem conhecida praça com o eco de seus versos.
Mais de 200 pessoas se fizeram "palavras vivas" do Livro dos Livros durante as duas horas de leitura. O evento fazia parte das atividades do 500º aniversário da Reforma Protestante e foi organizado pela Sociedade Bíblica Espanhola e pelo Departamento de Cultura do Conselho Evangélico de Madri.
"Santa Inquisição"
A Inquisição foi criada em Roma, no século 13 como uma corte contra os hereges e foi confiada aos dominicanos. Na Espanha a Inquisição começou em Aragon e os reis Católicos estabeleceram-na para todos os reinos no século XV.
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