Membros de igreja na China são espancados por resistir à pressão das autoridades

Os policiais chineses querem que os fiéis acusem falsamente os pastores de recolher doações ilegais.

Fonte: Guiame, com informações de Bitter WinterAtualizado: quinta-feira, 20 de outubro de 2022 às 16:08
Edifício do Governo Popular Municipal de Xian, responsável pelo fechamento da Igreja da Abundância. (Foto: Wikimedia Commons)
Edifício do Governo Popular Municipal de Xian, responsável pelo fechamento da Igreja da Abundância. (Foto: Wikimedia Commons)

Há dois meses que o pastor Lian Changnian, Lian Xuliang e outra líder da Igreja da Abundância, Fu Juan, foram presos. Os três foram enviados para cumprir sentença em “prisão domiciliar” em local determinado pelas autoridades chinesas. 

Após a prisão, os membros da igreja foram abordados por policiais e, conforme notícias do Bitter Winter, assediados e espancados para que “colaborem com as investigações”, que se concentram nas doações.

O governo chinês tenta acusar os líderes de extorquir os membros pedindo dinheiro. Os fiéis, no entanto, seguem firmes com seus testemunhos, alegando que não foram pressionados a fazer doações e, muito menos enganados pelos pastores.

Pelo contrário, eles afirmam que a liderança da igreja sempre usou seu próprio dinheiro pessoal para ajudar os pobres e os idosos.

Sobre o fechamento da igreja

A Igreja da Abundância é considerada uma “igreja doméstica histórica” e existe em Xian, que fica na província de Shaanxi, há cerca de 30 anos.

Em agosto, a igreja foi fechada porque se negou a fazer parte da “Igreja das Três Autonomias” — um movimento patriótico chinês.

Agora, a Igreja da Abundância é apontada pelo governo comunista como uma “seita” e as investigações tentam acusar os líderes de supostamente “recolher doações ilegais”. 

Apelo dos familiares

Um novo apelo foi divulgado na última segunda-feira (17), pelos cônjuges dos líderes detidos. 

As esposas dos pastores Lian Changnian e Lian Xuliang, e o marido de Fu Juan, relatam que os três estão detidos em residências que o próprio governo designou, acusados de “fraude religiosa”.

No apelo, há também um alerta de que “alguns irmãos foram assediados e espancados” e “algumas irmãs foram agredidas verbalmente e intimidadas”.

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