Memória e emoção: Ex-alunos da FaTeo reúnem-se no prédio Alfa

Memória e emoção: Ex-alunos da FaTeo reúnem-se no prédio Alfa

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:06

Cerca de 30 participantes estiveram na tarde do dia 26 de novembro na abertura do Encontro de Ex-alunos/as da Faculdade de Teologia. Trouxeram muitos sorrisos, abraços, álbuns de fotos e a vontade de contar histórias, lembrar do passado e agradecer pelo presente.

Sérgio Marcus Pinto Lopes, formando da turma de 1960 e membro da comissão organizadora do encontro, lembrou a todos/as que o objetivo inicial era celebrar o Jubileu de Ouro de sua turma. Mas, depois, numa conversa com o professor Rui de Souza Josgrilberg, formando de 1967 e atual reitor da FaTeo, a idéia se ampliou: por que não reunir as pessoas que estudaram na Faculdade até o ano de 1970?

No histórico prédio Alfa, onde ficavam os dormitórios dos alunos residentes e hoje transformado no Centro de Memória Metodista, o encontro começou com todos cantando, a uma só voz, o Hino do Seminarista, sob a regência de Gerson Marques Ferreira, formando de 1961. Vozes fortes perfeitamente entrosadas e afinadas, de primeira!

Após o momento de acolhida foi o momento das apresentações, uma vez que o encontro reuniu ex-estudantes de várias turmas, alguns que ainda não se conheciam. O combinado era que cada pessoa falasse seu nome, o ano de formado, a cidade onde residia, apenas uma breve apresentação. Mas quem disse que a emoção deixou? As lembranças começaram a surgir, afloraram histórias de fatos passados, brincadeiras, risadas... O papo animado antecedeu um momento de diálogo em pequenos grupos, no qual os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre o que representa este reencontro com a faculdade e colegas. Após este momento, o grupo pôde visitar o Centro de Memória e rever o campus da Universidade Metodista de São Paulo, tão mudado desde o dia em que o pastor João Nelson Betts chegou como integrante da primeira turma a estudar no prédio Alfa, em 1942. O pastor Betts formou-se em 1946 e participou do encontro, representando a turma mais antiga formada em Rudge Ramos.

No sábado, o grupo discute a importância que a Faculdade de Teologia teve para a vida pessoal e para a atuação no ministério e sociedade e também participa de um culto celebrando o reencontro. Haverá, também, momentos de apresentações de músicas, poemas, conversas, risadas e, sobretudo, a oportunidade de abrir o coração e compartilhar da gratidão pelas experiências vividas e amizades cultivadas na Faculdade de Teologia, como fez Walter Gonçalves Navarro, formando de 1961, no depoimento que segue:

Um sentimento inexplicável percorreu meus sentidos quando ouvi a voz do colega de quarto Jairo Nunes da Silva, informando-me sobre este encontro; foi um misto de muitas recordações e de expectativa do que viria a ser o encontro depois de 50 anos passados, mais que o tempo de uma geração. Depois Davi Faria ligou, depois Sergio Marcus Pinto Lopes, que acrescentaram vozes e lampejos de imagens que se perderam no tempo, pois é muito tempo, gente, muita água que passou debaixo da ponte, muita vida vivida – até aqui nos ajudou o Senhor.

E a emoção de rever o antigo campus da Faculdade de Teologia, do século XX, da década de 60, um prédio comprido, com dois andares, a biblioteca, o refeitório, as janelas que deixavam ver um terreno vazio e depois a rodovia que ia e vinha de São Paulo e de Santos, a rua dos professores, com o caminhar tranqüilo de Jalmar Bowden e a passagem célere do cometa Natanael. E a igreja em fase de término de construção, eu pastor-ajudante em 56, no segundo ano de teologia, imaginam? Os jogos de futebol no campo de terra e o cinema do bairro na segunda-feira à noite, cada filme ruim que dava dó. Quando vinha o fim de semana, a turma ia para as suas igrejas, e voltava no domingo à noite, às vezes a tempo de comer o macarrão com carne da bondosa e gentil D. Eunice, educada, gentil, amiga de todos.

Mas aí formaram-se os novos pastores, cada um pegou o seu rumo, a vida passou, casaram-se; ficamos velhos, esposos e esposas, filhos, netos, saúde, doença, alegrias, tristezas, muitos dias e muitas noites, muito caminhar, muito sonhar e realizar, derrotas e vitórias, mas “até aqui nos ajudou o Senhor”. E eis-me feliz por reencontrar colegas que se distanciaram de mim, rostos cujas imagens já estavam ofuscadas com o tempo, mas que conservavam o sentimento de amizade, calor humano e gratidão por ter sido parte de minha vida que agora se renova e fortifica. Até aqui nos ajudou o Senhor. Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. Louvai ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre.

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