Uma menina cristã paquistanesa de 12 anos, que desapareceu em novembro, foi sequestrada, forçada a se converter ao islamismo e obrigada a se casar com seu sequestrador, um muçulmano. As informações são de Iqbal Masih, seu pai.
Elisha apareceu no Tribunal Superior de Islamabad, capital do Paquistão no dia 8 de fevereiro, onde se apresentou por um novo nome muçulmano. Ela disse ao juiz Shaukat Aziz Siddiqui que foi convertida ao Islã "para fins de casamento".
Seu pai trouxe acusações contra um homem muçulmano chamado Qadeer Ismail, registrado com 20 anos no certificado de casamento, mas segundo Iqbal Masih ele é bem mais velho. O pai da cristã sequestrada mostrou a certidão de nascimento da filha e provou que a menina só têm 12 anos e não 18 como estava escrito em sua certidão de casamento.
No Paquistão, os homens devem ter 18 anos para se casar e as meninas 16. Formalizar um casamento entre pessoas menores do que isso pode resultar em multa.
O advogado de Masih, Shakir Javaid, disse ao World Watch Monitor que o magistrado, Waseem Ahmed Khan, ordenou uma prova para estabelecer a idade da menina, e ordenou a prisão do líder religioso que presidiu o casamento.
Polícia omissa
Após o desaparecimento de sua filha, Masih, um trabalhador que vive em Pindorian, Islamabad, foi à polícia e pediu-lhes para registrar que ela havia sido sequestrada, mas Masih disse ao World Watch Monitor que a polícia recusou.
"Um homem da nossa localidade veio para mim e entregou certificados de conversão e solenização do casamento", disse Masih ao World Watch Monitor. "Então eu peguei os certificados e o certificado de nascimento de Elisha na delegacia de polícia e pedi-lhes para registrar uma ação criminal".
Mas em uma bizarra mudança de eventos, Masih e sua esposa foram presos pela polícia. "Para nos impedir de procurar assistência legal, a família de Ismail conseguiu prender a mim e a minha esposa na delegacia de polícia por um dia após arquivar acusações falsas", disse ele ao World Watch Monitor.
"Por isso que desde novembro estou morando com meus parentes e levando uma vida escondida". Masih alegou ainda que "depois que Elisha nos foi entregue pelo tribunal, a família de Ismail está ameaçando consequências terríveis se o caso não for retirado e Elisha não for devolvida".
A Assembléia Sindh aprovou um projeto de lei contra a conversão forçada, mas foi retirado em dezembro de 2016 após a pressão dos clérigos islâmicos.
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