Ó minha alma ? Por que cantamos para nós mesmos?

Ó minha alma ? Por que cantamos para nós mesmos?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:17

 Ninguém conversa comigo mais do que eu mesmo.

É verdade. Eu converso comigo mesmo. Não em um estilo doido do tipo “esse cara mora em um hospício”. Você nunca imaginaria que existe um constante monólogo interno acontecendo dentro da minha cabeça, e você nunca acreditaria nas divertidas conversas insanas que tenho comigo mesmo.

Por exemplo, neste último mês de julho, minha esposa e eu estávamos voltando para a casa, depois de uma viagem para a Etiópia, com nossos dois novos filhos adotados. No momento em que chegamos à Alemanha para o voo de conexão, descobrimos que ele havia sido cancelado e precisaríamos pegar outro voo. Parece fácil, certo?

Errado.

Meus novos filhos não eram cidadãos norte-americanos, então não tínhamos a documentação necessária para obter um visto e sair da área aduaneira. Fui obrigado a deixar minha esposa no aeroporto de um país estrangeiro com dois meninos que mal haviam dormido e não sabiam nada de inglês, e ir para o fim de uma fila com quatrocentas pessoas que estavam tentando conseguir um novo voo também. Eu estava desanimado, para dizer o mínimo, mas depois de sete horas, tinha quatro bilhetes para o voo de volta. Retornei ao “tanque de armazenamento” onde minha querida família estava me esperando. Fomos para a área de embarque e entregamos nossos bilhetes para o atendente, mas tudo isso para descobrir que na verdade não estávamos no voo correto e, portanto, eu teria que deixar minha família sozinha novamente e fazer todo o processo novamente. A cada balcão que eu ia, me mandavam para outro.

“Desculpe, não podemos ajudá-lo. Vá até aquele local e eles lhe ajudarão.”

Isso aconteceu várias vezes. De repente, em uma espécie de experiência extracorpórea, comecei a ver uma versão de mim mesmo se transformando no Hulk e esmagando balcões, quebrando paredes e causando estragos por todo o aeroporto. E quando as coisas estavam prestes a sair do controle, pensei comigo mesmo: “Ei cara, você precisa se acalmar. A última coisa que você precisa é ser jogado na prisão de um país estrangeiro e sua esposa com seus dois filhos recém-adotados nunca saírem desse aeroporto”. Funcionou, e voltei ao meu “eu” de sempre, um “tranquilo pastor e líder de música”.

Chegamos a nossa casa, mas tudo poderia ter ido por um caminho terrivelmente errado caso eu não tivesse conversado comigo mesmo para não agir como um idiota. Posso me ver agora, três meses depois, ainda preso em uma prisão alemã com uma barba longa, mal cuidada, tipo Robinson Crusoé, e minha família dormindo no chão de um aeroporto alemão.

O Rei Davi teve momentos como esse. Em Salmos 103.1-14, vemos Davi de fato persuadindo a si mesmo para louvar o Senhor. Ele ora com tamanha confiança e familiaridade que as frases parecem ser velhas conhecidas de seus lábios.

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.

Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades,

Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia,

Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.

O SENHOR faz justiça e juízo a todos os oprimidos.

Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.

Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade.

Não reprovará perpetuamente, nem para sempre reterá a sua ira.

Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades.

Pois assim como o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem.

Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.

Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem.

Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.

Novamente ele diz no Salmo 42:

 Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!

A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?

As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? (…) Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.

O meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de ti. (…)

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?

Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus.

Por anos, Davi escondeu-se em cavernas e teve que fugir para sobreviver, perseguido incansavelmente por inimigos cruéis. Por décadas, sua vida estava encharcada de cicatrizes de batalha e derramamento de sangue, os horrores da guerra provavelmente assombravam seus sonhos a cada noite, junto com os sentimentos e as consequências de ter assassinado um homem inocente para roubar sua mulher. O intenso stress de liderar um enorme reino deve tê-lo envelhecido. O mundo pesava sobre seus ombros. Suspeito que algumas vezes tudo o que Davi podia fazer era pregar para si mesmo que Deus é melhor do que tudo que existe e parar de se preocupar. Que Deus é graciosamente paciente e realmente perdoa por completo.

Todos conseguimos nos identificar com a batalha de acreditar que Deus é maior que a situação que estamos enfrentando, que Ele é melhor que o pecado que estamos tentados a escolher. Nesses momentos, é inteiramente apropriado e útil dizer para nossas próprias almas: “Ó minha alma, bendiga ao Senhor, creia nEle, siga-O. Ó minha alma, não te esqueças de sua bondade, benevolência e compaixão”.

Cantar essas mesmas verdades para nós mesmos é duplamente eficaz. A beleza da música e do canto é que eles levam verdades para patamares onde as palavras sozinhas não conseguem chegar. A música grava verdades em nossas mentes de uma maneira única, juntando emoções e memórias a elas.

Você provavelmente já experimentou isso. Quando era criança, deve ter aprendido o ABC usando uma agradável melodia francesa de 350 anos atrás. Alguma coisa com essa melodia faz com que o conhecimento fique grudado em você. E se você tem filhos, deve ter usado essa mesma melodia para ensinar o alfabeto a eles também.

Ao cantarmos as verdades de Deus para nós mesmos, estamos na verdade nos ensinando doutrina e engajando nossos corações em adoração, o que é uma arma poderosa nas mãos de santos que lutam contra o pecado e buscam alegria em Deus.

Ao cantarmos verdades de Deus para nós mesmos, estamos nos ensinando doutrina e engajando nossos corações em adoração.

Em meu último álbum, “Reconciliação entre Deus e o Pecador” (God & Sinner Reconcile), escrevi uma canção chamada “Ó minha alma” como uma maneira de equipar a igreja para cantar para nós mesmos que Deus é melhor que todos os prazeres efêmeros e transitórios desse mundo, e nos lembrar de olharmos para a cruz e acreditar que a alegria verdadeira e duradoura comprada por Cristo para nós é melhor que a imitação barata de uma falsa alegria que o pecado nos oferece. Tome um segundo e diga essas palavras a você mesmo, creia em Deus e adore-O por quem Ele é e o que Ele fez.     por Stephen Miller Via Iprodigo

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