Muçulmanos se unem para acusar falsamente pastor que tentou construir igreja, na Tanzânia

O pastor Sylvester foi acusado de se apropriar indevidamente de um terreno que ele mesmo havia comprado.

Fonte: Guiame, com informações do Portas AbertasAtualizado: segunda-feira, 9 de abril de 2018 às 20:36
Imagem ilustrativa. O pastor apresentou documentos que provavam sua inocência, mas a corte dispensou as evidências e depoimentos. (Foto: Reprodução).
Imagem ilustrativa. O pastor apresentou documentos que provavam sua inocência, mas a corte dispensou as evidências e depoimentos. (Foto: Reprodução).

Sylvester Paulo Mkina é um pastor de 35 anos, na Tanzânia. Ele foi preso e condenado a sete anos por supostamente comprar um terreno de modo fraudulento. Mas, o que de fato aconteceu é que a comunidade muçulmana se voltou contra ele quando descobriram que o líder queria construir uma nova igreja.

Mesmo com as evidências e testemunhos de que ele era o proprietário da terra por direito, a sentença foi confirmada. A ação de prender o pastor faz parte de uma campanha para puni-lo. Um dos motivos é o fato dele ter abandonado o islamismo e ter se convertido ao cristianismo.

Sylvester se converteu em 1998. Após sua decisão, ele passou a enfrentar o abandono e a rejeição de seus familiares de fé muçulmana. Até mesmo sua esposa lhe virou as costas. Desde a separação, ele permaneceu solteiro, cuidando dos dois filhos. No ano de 2006, Sylvester foi consagrado a pastor e já foi líder de várias igrejas.

Todos contra um

O maior motivo de Sylvester ter sido preso foi o fato dele ter comprado um terreno no vilarejo predominantemente muçulmano de Mlandizi, no distrito de Kibaha, na região de Pwani. Ele queria construir sua casa e uma igreja na aldeia e por isso comprou o terreno que pertencia ao chefe do vilarejo, Sr. Lukas.

Algum tempo depois, o antigo proprietário da terra negou que havia vendido o terreno para Sylvester e alegou que o terreno ainda pertencia ao governo. Apesar de outras pessoas terem comprado terras do Sr. Lukas na mesma área, elas não enfrentam o mesmo problema.

Foi quando os moradores da comunidade muçulmana se uniram para acusar o pastor, em setembro de 2017. Sabe-se que eles fizeram isso porque ficaram sabendo da conversão e consideram proibido que um não-muçulmano possua um terreno entre eles.

Tentativas em vão

Para provar sua inocência, o pastor apresentou os documentos legais mostrando que o terreno de fato era dele. Alguns moradores e membros do conselho do vilarejo testificaram que o terreno era propriedade legal de Sylvester, mas a corte dispensou as evidências.

Na segunda audiência, em outubro de 2017, ele pediu para pagar fiança, mas seu pedido foi negado.  Pouco tempo depois, Mwailolo (o juíz) e todos os policiais envolvidos no caso foram transferidos para outros postos de trabalho e o caso passou a ser conduzido pela justiça de Nyanyembe.

Sylvester foi considerado culpado e condenado a sete anos de prisão, no dia 31 de outubro de 2017. Agora, o líder cristão está cumprindo pena na prisão de Nachingwea, na região de Lindi. Lá, ele e os outros prisioneiros trabalham para construir outra prisão. Sua sentença tem sido cuidada por um advogado que apelou e fez pedido de pagamento de fiança. Uma nova audiência deve acontecer no dia 19 de abril.

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